Relação de troca entre ureia e milho é a pior desde 2008
10 de novembro de 2021
Empresas britânicas vão deixar de comprar soja de áreas desmatadas
10 de novembro de 2021

Do cocho ao banco, por onde passa o “crescimento verde”

O tamanho exato da fatia que o Brasil terá de “servir” para que a meta global de reduzir em 30% a emissão de metano até 2030 seja alcançada ainda será mensurado. A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), será a hora de preparar a receita para ajustar o pedaço no “bolo” dos mais de cem signatários do compromisso.
 
– Cada país verificará o seu balanço de emissões e apresentará a parte que lhe cabe nessa meta – esclareceu Fernando Silveira Camargo, secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, desde Glasgow, onde o pavilhão do Brasil teve ontem o Dia do Agronegócio.
 
O setor tem papel importante, com uma equação que passa pela atividade agropecuária – mas não exclusivamente por ela, importante lembrar. São técnicas que permitem aos ruminantes (bovinos, ovinos e caprinos) uma digestão mais fácil, o que resulta em menor emissão de metano.
 
Presidente da Embrapa, Celso Moretti explicou que a pesquisa atua em três frentes. A primeira é a do melhoramento genético das pastagens, para que possam ser melhor digeridas. O segundo, o dos animais, de forma a viabilizar a redução da idade de abate – com menos tempo no campo, há menor emissão de metano. A terceira premissa é a do uso dos aditivos na alimentação. Há estudos com o uso de taninos e óleos essenciais, facilitadores da digestão animal.
 
Na unidade da Embrapa Pecuária Sul, que fica em Bagé, na Campanha, há projeto de pesquisa para uso da torta de azeitona – resíduo do processamento do azeite de oliva – como aditivo. Além de reduzir a ruminação (e a emissão), seria uma forma de as agroindústrias eliminarem esse passivo.
 
Em sua fala em Glasgow, Muni Lourenço, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacou o avanço da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que ajuda na equação climática. Em duas décadas, a área com uso desse sistema cresceu de 2 milhões para cerca de 20 milhões de hectares.
 
– Além da redução, o Brasil pode atuar na compensação -reforçou Moretti.
 
Para tudo isso, é preciso recursos. No cobertor curto do orçamento público, o crédito rural se direciona para ações que promovam a Agricultura de Baixo Carbono (ABC).
 
– Tenho certeza de que o Plano Safra do ano que vem será absolutamente verde. Vamos nos organizar para fazer com que esse recurso não falte lá na ponta – disse Camargo.

Fonte: Zero Hora.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress