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Disputa comercial remodela mercado de commodities agrícolas

A escalada das tensões entre Estados Unidos e seus principais parceiros comerciais começa a remodelar o mercado de commodities agrícolas. Os produtores americanos de soja correm o risco de perder bastante, enquanto fiações vietnamitas e criadores alemães de suínos podem se beneficiar.

Milho – Os temores quanto ao futuro do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), entre EUA, México e Canadá, já encorajaram o México a diversificar seu fornecimento de commodities agrícolas. A China colocou o milho na lista de produtos que se tornaram alvos de tarifas de importação. As atenções agora estão voltadas em descobrir para onde irão as exportações americanas de milho e como o México, maior importador do cereal do país vizinho, vai reagir. O país latino-americano não incluiu nenhuma medida contra o milho em sua reação às tarifas que os EUA impuseram sobre o aço e o alumínio.

Mas, em 2017, o México comprou pouco menos de 600 mil toneladas do grão no Brasil, dez vezes a mais do que em 2016, segundo o International Trade Centre. Embora isso seja apenas 4% das importações totais de milho do México, os esforços do país para reduzir sua dependência dos EUA devem aumentar. “Vai ser difícil substituir todas as importações dos EUA, mas até 30% podem ser comprados do Brasil, Argentina e outros países”, disse Stefan Vogel, analista do Rabobank.

Carne bovina – A sobretaxa de Pequim à carne bovina dos EUA pode ajudar pecuaristas da Austrália. A carne americana não ocupa muito espaço nas gôndolas chinesas, mas é considerada de primeira qualidade. Os produtores americanos de carne bovina voltaram a ter acesso ao mercado chinês pela primeira vez em 14 anos em 2017. Assim como a carne australiana, o produto é vendido a preços mais altos. Em contraste, a carne do Brasil, maior exportador à China, é considerada “produto de volume”, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Vender carne bovina a preços mais altos no mercado chinês é questão de construção da marca e confiança, segundo analistas, que destacam os prejuízos que as tarifas poderiam provocar. Os impostos “poderiam, em última análise, restringir o acesso ao mercado e enfraquecer um grande concorrente dos exportadores de carne bovina australianos”, disse Mark Bennett, chefe de agronegócios da ANZ.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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