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Diferimento estratégico da pastagem

Ao longo do ano a produção de forragem oscila de acordo com as condições climáticas: pluviosidade, temperatura, radiação solar, etc. Por isso, um dos pontos a ser contemplados numa propriedade é o planejamento alimentar do rebanho para a estação seca ou inverno. O ajuste da oferta de forragem nessa época do ano pode ser feito de duas formas: a) reduzindo a taxa de lotação (venda de animais) ou b) armazenando alimento. Por: Dheyme Cristina Bolson (Graduanda em Zootecnia – UFMT, Campus Sinop), Patrícia Luizão Barbosa (Graduanda em Zootecnia – UFMT, Campus Sinop)Bruno Carneiro e Pedreira, (Pesquisador de Embrapa Agrossilvipastoril).

Por: Dheyme Cristina Bolson (Graduanda em Zootecnia – UFMT, Campus Sinop), Patrícia Luizão Barbosa (Graduanda em Zootecnia – UFMT, Campus Sinop)Bruno Carneiro e Pedreira, (Pesquisador de Embrapa Agrossilvipastoril)
 

Ao longo do ano a produção de forragem oscila de acordo com as condições climáticas: pluviosidade, temperatura, radiação solar, etc. Por isso, um dos pontos a ser contemplados numa propriedade é o planejamento alimentar do rebanho para a estação seca ou inverno. O ajuste da oferta de forragem nessa época do ano pode ser feito de duas formas: a) reduzindo a taxa de lotação (venda de animais) ou b) armazenando alimento. Essa segunda opção pode ser feita de várias maneiras (silagem, feno, etc.), dentre elas, a mais comumente utilizada, é o diferimento de pastagens.

O diferimento de pastagens, vedação ou produção de feno em pé pode ser entendido como uma estratégia de manejo que consiste em selecionar determinadas áreas da propriedade e excluí-las do pastejo, garantindo acúmulo de forragem para ser pastejada durante o período de escassez, minimizando os efeitos da sazonalidade de produção de forragem (Santos et al., 2009).

Esta técnica requer especial atenção do pecuarista em sua adoção, devido ao longo período de rebrota a qual a planta forrageira é submetida, atentando para o ponto ideal de utilização, visto que o grande acúmulo de massa pode levar ao tombamento da planta devido sua altura, dificultando a desfolha e, consequentemente, baixo aproveitamento do material acumulado.

O sucesso da técnica de diferimento está estritamente correlacionado com a oferta adequada de forragem, em que a escolha correta da espécie a ser utilizada é de suma importância, necessitando apresentar bom potencial de crescimento e capacidade de manter o valor nutritivo durante o período de vedação. Além disso, deve-se atentar para o manejo da área antes do diferimento, estratégia nutricional e categoria animal.

As espécies do gênero Brachiaria e Cynodon são as mais indicadas para o diferimento devido ao hábito crescimento prostrado, pelo fato de acumularem maior quantidade de folha em relação ao colmo. Por outro lado espécies de crescimento cespitoso (e.g. Panicum e Penissetum) apresentam perda mais rápida do valor nutritivo, devido a maior quantidade e proporção de colmo, afetando o consumo de forragem pelos animais e, consequentemente o desempenho.

O manejo da área, antes do diferimento, influencia significativamente no valor nutricional da forragem no período de acesso dos animais. Áreas manejadas com maior altura de resíduo pós-pastejo ou sub-pastejo tendem a apresentar maior quantidade de colmo e menor valor nutritivo. Sendo uma estratégia para evitar esse problema, a realização de pastejo intenso imediatamente antes do início do diferimento da pastagem, com o objetivo de alterar a estrutura do pasto, removendo folhas velhas e de baixa qualidade, favorecendo a rebrotação subsequente e o valor nutritivo (Paulino et al., 2001).

A categoria animal a ser utilizada nessas área precisa ser bem definida, pois a questão mais limitante é o fator qualitativo, em que as categorias mais indicadas são as de menor exigência nutricional, não comprometendo o desempenho de animais mais exigentes nutricionalmente (Fonseca & Santos, 2009).

Portanto, pode-se observar que a técnica do diferimento é uma prática que apresenta baixo custo de investimento e facilidade de implantação. No entanto, é necessário lembrar que pastagens diferidas sempre apresentaram baixo valor nutricional e, por isso, essa técnica deve vir acompanhada de suplementação proteica para corrigir a dieta dos animais.

Referências Bibliográficas

FONSECA, D. M.; SANTOS, M. E. R. Diferimento de Pastagens: Estratégias e Ações de Manejo. VII Simpósio e III Congresso de Forragicultura e Pastagens. Lavras – MG, 2009.

PAULINO, M. F.; DETMANN, E.; ZERVOUDAKIS, J. T. Suplementos Múltiplos para Recria e Engorda de Bovinos em Pastejo. Simpósio de Produção de Gado de Corte. Viçosa – MG, 2001.

SANTOS, M. E. R.; FONSECA, D. M.; BALBINO, E. M. et al. Caracterização de Perfilhos em Pastos de Capim-braquiária Diferidos e Adubados com Nitrogênio. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, 2009.

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