Determinação do período crítico de competição das plantas daninhas na implantação de pastagens de Brachiaria brizantha

Os vegetais extraem do meio o suprimento necessário de água, energia, gás carbônico, nutrientes e espaço para o seu perfeito desenvolvimento. Quando as plantas passam a buscar os mesmos fatores de produção em uma mesma área, estes podem se tornar insuficientes. Desta forma, se estabelece um processo de competição, resultando na redução do crescimento das espécies envolvidas.

O período anterior à competição é aquele em que, a partir da emergência da cultura, esta pode conviver com as plantas daninhas sem reduções na sua produtividade. O período total de prevenção da competição é aquele em que as plantas daninhas devem ser controladas para que a cultura possa manifestar todo seu potencial produtivo. O intervalo compreendido entre esses dois períodos é o período crítico de mato competição.

Para determinar o período crítico de mato competição na implantação de pastagens de braquiarão, um experimento foi desenvolvido na ESALQ/USP, com colaboração da Dow AgroSciences.

Foram testados grupos complementares de tratamentos. No primeiro, o braquiarão permaneceu na ausência de plantas daninhas desde a emergência até 0 (testemunha “limpo”), 15 (S15), 30 (S30), 45 (S45), 60 (S60) e 75 (S75) dias de crescimento; no segundo, o pasto permaneceu na presença de plantas daninhas durante 0 (testemunha “limpo”), 15 (C15), 30 (C30), 45 (C45), 60 (C60) e 75 (C75) dias após a emergência do braquiarão. A produção de matéria seca do braquiarão foi determinada 90 dias após a emergência.

Figura 1: Efeito do período de convivência com as plantas daninhas sobre a produção de matéria seca do braquiarão

De acordo com os resultados apresentados na Figura 1, o período crítico de mato competição para o braquiarão ocorre entre 15 e 60 dias após a emergência, ou seja, para se obter uma boa formação da pastagem o controle de plantas daninhas em áreas de braquiarão deve ser feito até 15 dias após a emergência.

¹ Colaborou

Patricia Menezes Santos, Engenheira Agrônoma, doutoranda em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP