Atacado –04-02-2015
5 de fevereiro de 2015
Negociações de animais para abate continuam lentas no início de fevereiro
6 de fevereiro de 2015

Demanda, qualidade e transparência são três principais questões da indústria de carne bovina

Por Steve Kay, editor da publicação Cattle Buyers Weekly, dos EUA.

Demanda, qualidade e transparência são três assuntos que estão inextricavelmente relacionados e determinarão como o complexo de carne bovina dos Estados Unidos se desenvolverá nos próximos anos, especialmente quando a produção de carne bovina começar a aumentar de novo.

Os consumidores são vitais ao sucesso da indústria de carne bovina americana, no mundo todo, de forma que sua capacidade de continuar comprando carne americana a preços maiores será a tendência mais importante em 2015.

Os consumidores deverão enfrentar preços mais altos em 2015, porque a produção global de carne bovina deverá cair em 1,4% com relação a 2014, para 58.739 milhões de toneladas, segundo previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O total global se manteve estável nos últimos cinco anos, principalmente devido ao declínio anual na produção dos Estados Unidos.

A demanda continuou crescendo e, com a produção estável, os consumidores já estão pagando mais. Isso é bom para os produtores e exportadores, mas a preocupação atual é que os preços possam aumentar demais e ficar fora do alcance dos consumidores.

Essa é uma preocupação especial em países com economias que estão lutando seis anos após a Grande Recessão. Esses consumidores estão consumindo mais carne suína e de frango, devido à maior oferta e também aos menores preços com relação à carne bovina.

Dinâmicas similares ocorrerão nos Estados Unidos, apesar de sua economia ser a melhor dentre todos os países desenvolvidos. Os preços da carne bovina no varejo e em estabelecimentos de foodservice alcançaram níveis recordes e as vendas começaram a cair em setembro passado.

Os americanos adoram a carne bovina, mas comerão 63% mais frango que carne bovina em 2015. Eles consumirão mais frango e carne suína do que fizeram ano passado e menos carne bovina. Isso devido às ofertas disponíveis e também aos preços.

O USDA previu um consumo de 23,68 quilos por pessoa, versus 24,54 quilos no ano passado. Os consumidores comerão em média 38,69 quilos de frango, mais que os 37,83 quilos em 2014, e 21,14 quilos de carne suína, mais que os 20,55 quilos no ano anterior.

A carne bovina americana também concorrerá com carne bovina mais barata nos mercados globais, devido aos seus preços altos e ao fortalecimento do dólar americano. O dólar australiano caiu para seu menor valor em cinco anos com relação ao dólar americano, para menos de 80 centavos.

O USDA previu que as exportações de carne bovina dos EUA declinarão quase 3% em volume nesse ano versus 2014, mas poderão declinar ainda mais se o dólar permanecer forte.

A indústria precisa de uma economia forte nos EUA para estimular os americanos a gastarem mais com carne bovina do que gastaram em 2014. É por isso que a indústria precisa continuar melhorando a qualidade da carne – para convencer os consumidores que esses ainda estão tendo um excelente valor em troca dos dólares que gastam com a carne.

A indústria também terá que ser ainda mais transparente sobre como a carne bovina é produzida, para tornar os consumidores ainda mais confortáveis sobre comprar carne bovina. A produção nos EUA nesse ano deverá cair em 1% com relação ao ano anterior.

Porém, os preços da carne bovina ao consumidor ainda ficarão 4,5% a 5,5% maiores nesse ano, de acordo com o USDA.

Por Steve Kay, editor da Cattle Buyers Weekly (http://www.cattlebuyersweekly.com). O artigo foi publicado na revista BEEF Magazine.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress