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Demanda global por produtos agrícolas deve desacelerar

O crescimento da demanda global por commodities agrícolas vai diminuir consideravelmente nos próximos 10 anos comparado à década passada, o comércio internacional vai avançar menos e os preços da maioria dos produtos agrícolas e pescados devem ter ligeira tendência de baixa, segundo Relatório de Perspectivas Agrícolas 2017-2026, elaborado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela FAO, agência da ONU para Agricultura e Alimentação.

Isso sinaliza redução no ritmo dos ganhos do setor no Brasil em relação aos últimos anos, e que a expansão das vendas à China tende a ser menor do que desejada.

Na última década houve um crescimento sem precedentes na demanda por produtos agrícolas, impulsionado pelo maior consumo de carnes e pescado na China, de quase 6% ao ano, e pelo avanço dos biocombustíveis, que elevou o uso de insumos em 8% ao ano.

No período 2017-26, a China continuará a contribuir para a demanda de várias commodities agrícolas, mas o ritmo menor de crescimento do consumo reduzirá a taxa de expansão da demanda global por esses produtos. Isso se explica pelo menor avanço da renda e pela propensão das famílias chinesas a não fazer maior gasto adicional com alimentos.

Para OCDE e FAO, o cenário atual não permite antecipar mercados no mesmo ritmo no médio prazo, e nem há fontes alternativas para substituí- los no momento. Assim, para a maioria das commodities, incluindo cereais, carnes, pescado e óleos vegetais, a taxa de crescimento da demanda cairá pela metade.

As perspectivas de aumento para as carnes são limitadas considerando recentes tendências de dieta alimentar, baixa renda e problemas na oferta. Assim, o consumo de calorias e proteínas adicionais deve vir de produtos como óleo vegetal, açúcar e lácteos.

O comércio agrícola internacional continuará a crescer, mas igualmente em ritmo menor do que no passado, segundo OCDE e FAO.

As exportações agrícolas seguirão concentradas em poucos fornecedores, como Brasil, Estados Unidos,  Argentina, Austrália, UE. Brasil e EUA continuarão a dominar as exportações de soja, com 80% do total.  O Brasil tem 20% do mercado internacional de carne bovina, mesma fatia que a União Europeia tem no comércio de trigo.

Com mudanças nas condições de oferta e demanda, o preço real da maioria das commodities agrícolas e pescado deve ter ligeira queda, prevê o relatório. Na próxima década, os preços de carnes devem cair em termos reais nos próximos anos a níveis similares aos do começo dos anos 2000. Isso em razão de expansão da produção, enquanto o crescimento da demanda desacelera graças ao menor apetite na China e à ausência de outros países em desenvolvimento como alternativa.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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