Delfim Netto diz que crise econômica não está afetando o agronegócio

Em entrevista à revista Globo Rural, o professor Delfim Netto, que é entusiasta do agronegócio, ressaltou que os males da política econômica não afetaram o setor. Disse que a produtividade alta das lavouras de soja e milho e a genética de ponta usada na pecuária de corte têm sido fundamentais para manter o Brasil na ponta dos maiores exportadores mundiais – de  carne, por exemplo.

Quando questionado se ele acredita que a China irá diminuir a compra de alimentos brasileiros, já que o PIB do país asiático deu um breque, ele me explicou: “A China não importa commodities, e sim água, o que é diferente.”

“A China tem uma população gigantesca e muita terra para produzir soja, mas não tem água e continuará não tendo. E não é só soja. Um quilo de carne precisa de 15.000 litros de água.”

Quando lembrado do que havia dito, em agosto/setembro de 2014,  que o apocalipse não nos esperava na esquina, em resposta à pergunta feita por um jornalista sobre uma possível paralisação total da economia brasileira, ele respondeu: “Pode ficar tranquilo. Nós não temos competência para impedir o crescimento do Brasil no longo prazo.”

Mas ele fez um adendo: A crise econômica não merece esse barulho colossal, “mas é importante compreender que a situação ficou delicada.” Completou dizendo que a eleição, que poderia ter dado uma solução ao pessimismo, infelizmente complicou a situação. “A presidente Dilma foi eleita com uma promessa e a negou no dia seguinte à eleição. Depois, enviou um projeto de ajuste para o Congresso. A Câmara devolveu o projeto como um aleijão, infestado de carrapatos.”

Sobre um tema, a melhora social do Brasil nos últimos anos, o professor é enfático: “É impossível negar. O Brasil cresceu dramaticamente nos últimos 20 ou 25 anos.”

Fonte: Revista Globo Rural, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.