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Danilo Grandini: um histórico do confinamento no Brasil e o mercado em 2008 e 2009

Danilo Grandini, zootecnista e gerente de negócios de gado de corte da Nutron, conversou com Miguel Cavalcanti, coordenador do BeefPoint sobre confinamentos. Nessa primeira parte da entrevista ele faz um histórico dos confinamentos no Brasil, sua evolução nos últimos 20 anos, os pontos que mais melhoraram nos últimos anos. Grandini também fez uma avaliação do mercado confinador em 2008 e 2009. Essa entrevista está separada em quatro partes.

Danilo Grandini, zootecnista e gerente de negócios de gado de corte da Nutron, conversou com Miguel Cavalcanti, coordenador do BeefPoint sobre confinamentos. Nessa primeira parte da entrevista ele faz um histórico dos confinamentos no Brasil, sua evolução nos últimos 20 anos, os pontos que mais melhoraram nos últimos anos. Grandini também fez uma avaliação do mercado confinador em 2008 e 2009. Essa entrevista está separada em quatro partes. Acompanhe, assista ao vídeo e comente.

“O confinamento pode ser encarado como um negócio a parte, ou seja, se trabalha apenas com engorda dos animais buscando valorização na venda de um animal gordo – situação que vem sendo cada vez menos encontrada no Brasil -, ou como uma parte do ciclo de produção, visando reduzir a idade dos animais ao abate, liberar áreas de produção, aumentar o giro de capital da propriedade…”

“O confinamento como um elemento apenas especulativo se mostrou ineficiente na década de 80 e agora continua sendo um negócio inconsistente”.

“O maior crescimento que temos acompanhado, em termos de gestão, é uma melhora no controle de custos”.

“Antigamente, 10-20 anos atrás, o controle do confinamento era basicamente simular a engorda de animais a pasto em uma área fechada, já que se trabalhava com dietas com altos níveis de volumoso. Com o desenvolvimento das técnicas de confinamento e mudança no foco da atividade, a gestão tem ganhado mais atenção e o confinador tem mostrado grande preocupação com este tipo de controle, que tem se mostrado essencial para o sucesso da atividade”.

“A evolução dos sistemas e ferramentas de gestão e dos equipamentos utilizados no confinamento tem sido monstruosa nos últimos anos”.

“Além de uma boa formulação de rações, o controle do fornecimento da dieta e administração dos alimentos que serão fornecidos precisa ser muito bem feito para garantir um bom resultado”.

“Existe uma grande diferença entre alimentar os animais e jogar comida no cocho”.

“O componente principal do confinamento é o fator humano. Hoje, no Brasil, existe um potencial enorme para formular boas dietas e excelentes equipamentos, o diferencial é a forma de aplicar esse recurso. Quem é que vai dirigir esse trator? Quem vai preparar a dieta formulada? O desafio do momento é trabalhar a capacitação da mão de obra”.

“2008 foi um sonho. Todo o mercado viveu um bom momento com lucros e alta rentabilidade em praticamente toda a cadeia”.

“O grande problema de 2009 foi o pecuarista ver seu estoque desvalorizado, ou seja, o produtor comprou animais caros em 2008 e vendeu no ano passado a preços abaixo do esperado”.

“Em 2009 tivemos um retardo do início da atividade e uma busca pela retomada dos preços praticados em 2008, que se refletiu na redução do número de animais confinados”.

“A redução dos preços e o atraso no início do confinamento somados as questões climáticas adversas (chuvas), devem ter causado uma redução de 30% no número de animais confinados em 2009”.

“A engorda intensiva tem se mostrado extremamente viável. Nos últimos anos o custo da arroba engordada no cocho foi sempre menor do que o preço de venda, gerando lucro quando analisamos apenas o período do confinamento”.

“O problema está no custo do estoque, fator que pode ser contornado com uma recria bem feita ou compra de animais mais baratos. O pecuarista precisa ser profissional na recria”.

“O confinamento não muda o sistema de produção, apenas intensifica o trabalho que já vem sendo feito”.

“O pecuarista não deve se fiar em valores mirabolantes, é preciso acompanhar o mercado para planejar a produção e utilizar melhores ferramentas de comercialização”.

“Não devemos nos preocupar com o valor de venda e sim com a receita e a rentabilidade esperada”.

Aguarde as partes 2, 3 e 4 dessa mesma entrevista. Comente, participe, dê sua opinião, no espaço para cartas abaixo.

0 Comments

  1. Claudio José Ravanini disse:

    Estimado Danilo, o foco foi muito acertado em sua primeira parte da entrevista sobre confinamento. Trabalho em uma empresa que utiliza a ferramenta e vivenciamos o problema de 2009 com a desvalorização da arroba. Realmente é assim, o produtor necessita focar-se no sistema, preocupando-se com a rentabilidade da atividade. O confinamento é uma atividade muito complexa, de margens estreitas, para mim assume o mesmo risco da atividade da agricultura. Por ser uma atividade de altíssimo risco, que envolve a questão nutricional, sanitária, mercadológica e até climática, precisa ser muito bem planejada com relação a seus propósitos. O Brasil tem condições fantásticas para se integrar o confinamento no “final de linha” de uma recria bem feita, de um semi-confinamento, da terminação do animal de 2 anos com 18 arrobas, claro que para isto é necessário dos conhecidos manejos, alimentação + genética, mas temos a possibilidade de produzirmos uma arroba muito competitiva e termos lucro, fechando as contas, isto é o que importa. Um abraço, Claudio Ravanini.

  2. Mario Ribeiro Paes Leme disse:

    Realmente chegamos a um novo Check List. Agora quem tem que dar um “ZERO” ou um “DEZ” para nossos produtores. aqueles que querem faze tudo corretamente como a “UE” quer e NINGUÉM toma partido deles, e esta famosa COMISSÃO que nada nos avisa como corretamente seria e SERIAMENTE, levando em conta que somos nós quem fornecemos carne para eles e SANITARIAMENTE, a melhor do MUNDO.

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