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Dados de exportação questionados

Adotado em abril, o novo sistema de coleta de dados de exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) vem provocando transtornos para os frigoríficos. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Camardelli, os dados apresentam distorções, como volume
abaixo do efetivamente embarcado e preços muito altos.

Devido aos problemas no sistema, os exportadores estão sem referência sobre os dados de exportação desde o mês de abril, disse Camardelli. Como ficou “às escuras”, o presidente da Abiec nem se atreve a cravar que as exportações baterão a meta de crescimento 9% de 2018, atingindo o recorde de 1,7 milhão de toneladas.

O problema é que a Secex vem reportando fortes quedas nas exportações de carne. Com isso, o ritmo de crescimento mensal dos embarques reportados pela Secex caiu da taxa de dois dígitos no primeiro trimestre para apenas 4% no acumulado do semestre – somando 681 mil toneladas -, segundo dados da Secex compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

” A Abiec não é refratária à modernização do sistema, mas não pode divulgar um número com uma queda de 40% de um mês para outro”, criticou Camardelli, citando os dados de junho.

Considerando os dados oficiais, as exportações de carne bovina in natura somaram 54,4 mil toneladas em junho, queda de 39,9% ante o mês anterior e de 45,4% sobre igual intervalo de 2017. Segundo Camardelli, a queda expressiva não faz sentido, mesmo levando em conta os efeitos da greve de caminhoneiros.

Além disso, a Abiec questiona o preço médio reportado pela Secex em junho, de US$ 5,1 mil por tonelada. Em apenas um mês, o preço médio subiu 22,5%. No setor, o que se viu foi uma queda dos preços, em meio à tradicional barganha dos importadores após o período de alta do dólar.

Procurado, o Mdic informou ter divulgado um comunicado em maio sobre a mudança do sistema. “A nota esclarece, também, que estamos passando por uma fase de transição entre sistemas, fato que eventualmente pode acarretar a necessidade de ajustes nos dados”, acrescentou o ministério.

Fonte: Valor Econômico.

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