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Curtumes gaúchos estão exportando menos

A indústria de curtumes do Rio Grande do Sul já sente, em 2015, um decréscimo nas exportações. Apenas no primeiro semestre, as vendas gaúchas, em dólares, caíram 12% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo US$ 254,6 milhões. A queda foi sentida pelo setor em todo o País — nacionalmente a retração é de 15,2% —, e decorre da desaceleração da economia chinesa, principal importador do produto.

Em 2012, por exemplo, as exportações gaúchas de couro somaram US$ 380,8 milhões, número que quase dobrou até 2014, quando totalizou US$ 603,4 milhões, segundo os dados da Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (Aicsul), elaborados a partir de relatórios da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Para 2015, porém, o presidente executivo da entidade regional, Moacir Berger de Souza, considera que repetir 2013, com valores levemente acima dos US$ 500 milhões, “passa a ser uma façanha”.

Entre os principais motivos, segundo o executivo, está a baixa na demanda pelo produto brasileiro causada pela diminuição da atividade industrial na China, consequência do menor crescimento da economia do país asiático. O movimento é relevante quando se vê que, em 2014, os chineses responderam, sozinhos, por 26,3% das vendas gaúchas.

“Além disso, ciclicamente ocorrem brecadas na demanda, como acontece agora com a Europa, que está em período de férias e, por isso, diminui as compras”, argumenta Souza.

Os dados de exportação são usados porque, além de julgar serem os mais confiáveis, as vendas ao exterior representam mais de 80% das vendas dos curtumes gaúchos e brasileiros como um todo, dominando, portanto, as fontes de faturamento do setor.

Uma das notícias boas fica por conta do Vietnã, que em 2014 aumentou sua compra de couro do Rio Grande do Sul em mais de 329%, e, no primeiro semestre de 2015, expandiu novamente sua demanda em 290% em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, no primeiro semestre, o país asiático, antes de pouca relevância nos embarques de couro, foi responsável por 9% das exportações gaúchas, ultrapassando a Alemanha na demanda e perdendo apenas para China, Estados Unidos e Itália neste quesito. Somados, os cinco países compraram mais de 65% do couro gaúcho em 2015 até aqui, em grande parte, segundo Souza, para uso em setores como o moveleiro e, principalmente, o automotivo. Já o setor calçadista brasileiro, antes vital, teria hoje pouco significado para os curtumes.

Outros fatores internos, como a alta nos custos de energia e combustíveis e a diminuição em benefícios como os do programa Reintegra também são citados como entraves no crescimento neste ano. De qualquer forma, se a intenção é repetir 2013, o primeiro semestre indica que o objetivo pode ser alcançado.

Pelo menos nos seis primeiros meses do ano, o volume vendido pelos curtumes gaúchos supera as exportações no mesmo período daquele ano em 7,3%, com mais de 72% do faturamento originado de couros acabados.

Fonte: Jornal do Comércio, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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