A indústria brasileira de couro deve enfrentar uma situação de mercado “bem difícil” em 2015, de acordo com o presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello. A expectativa de menor ritmo externo e falta de perspectiva de melhora no mercado doméstico justificam a avaliação que, segundo ele não é pessimista, mas realista.
Com relação às exportações, a expectativa do setor é pelo menos manter os níveis do ano passado, quando o faturamento do setor chegou a US$ 2,93 bilhões, um crescimento de 17,8% em relação ao ano anterior.
A dificuldade está nos preços internacionais mais baixos. As cotações mais elevadas no ano passado possibilitaram um faturamento maior mesmo com a queda de 3% no número de couros embarcados, explica o executivo.
Bello lembra também que há menor atividade econômica nos dois principais clientes dos curtumes brasileiros: China e a Itália. No ano passado, o mercado chinês respondeu por 28% das vendas externas de couro brasileiro e os italianos por outros 14,4%.
Sobre o mercado interno, não há expectativa de melhora. A indústria calçadista, por exemplo, deve manter a tendência de migração para materiais sintéticos, com forte impacto sobre a demanda pelo produto. Atualmente, apenas 15% dos calçados produzidos no Brasil são em couro.
Fonte: Globo Rural, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.