Atacado – 01/12/08
1 de dezembro de 2008
Mercados Futuros – 02/12/08
3 de dezembro de 2008

Crise põe em risco retomada do rebanho

A recomposição do rebanho bovino brasileiro pode ser adiada ainda mais, se a crise financeira internacional pressionar de forma significativa o mercado de boi gordo. Os impactos da crise sobre as demandas interna e externa por carne bovina do Brasil ainda são difíceis de serem mensurados, mas se a cotação do boi recuar de maneira que afete a rentabilidade do pecuarista, os investimentos para recompor o rebanho podem ser adiados.

A recomposição do rebanho bovino brasileiro pode ser adiada ainda mais, se a crise financeira internacional pressionar de forma significativa o mercado de boi gordo. Os impactos da crise sobre as demandas interna e externa por carne bovina do Brasil ainda são difíceis de serem mensurados, mas se a cotação do boi recuar de maneira que afete a rentabilidade do pecuarista, os investimentos para recompor o rebanho podem ser adiados.

“A rentabilidade menor pode fazer a recomposição [do rebanho] demorar mais”, observa José Vicente Ferraz, da AgraFNP. Após um período de preços baixos, que levou ao descarte de matrizes e à redução da oferta de animais para engorda, a cotação do boi vinha se sustentando desde o fim de 2006. No último mês, foi pressionada por problemas de crédito de frigoríficos brasileiros e também de importadores como a Rússia, hoje o principal cliente do país.

Ferraz, que previa a recomposição do rebanho nacional a partir do fim de 2010, início de 2011, admite que deve rever essa estimativa quando o efeito da crise sobre o mercado de boi estiver mais claro.

“A exportação para a Rússia ainda não se normalizou. Há carne [de dianteiro] desviada para o mercado interno”, observa Ferraz.

Um executivo do setor de frigoríficos, porém, acredita que a rentabilidade menor não afetará o ânimo do pecuarista para investir. Segundo ele, há atualmente “um equilíbrio” na rentabilidade do setor, após picos de alta.

“Com crise ou sem crise, [a oferta de boi] não volta antes de 2011”, reconhece. O executivo observa que além do ajuste do ciclo de produção do boi, outros dois fatos explicam a menor oferta: o aumento recente da capacidade de abate por parte de frigoríficos e o ganho de eficiência na pecuária (redução da idade de abate).

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress