Segundo levantamento da Agrifatto, desde o início da Operação Carne Fraca, pela Polícia Federal , 16 unidades de processamento de carnes tiveram suas atividades paralisadas em função de fechamentos definitivos e férias coletivas. Considerando-se situações similares nos últimos dois anos, o País tem hoje 60 plantas frigoríficas inoperantes.
“Alguns desses frigoríficos devem encerrar suas operações após o término das férias, como tem acontecido recentemente. Desde 2015 a indústria vem buscando um ajuste de oferta. Este ano o baque foi maior pela queda no consumo interno e as oscilações das exportações”, destacou a analista de mercado Lygia Pimentel. “Até mesmo as unidades que permanecem abertas estão com níveis altíssimos de ociosidade.”
A analista afirma que apenas a reação do consumo interno, que só será puxado pela retomada do crescimento econômico do País, poderia reverter o fechamento de unidades. “É impossível que a indústria consiga operar sem ter para onde escoar a carne. Se hoje o frigorífico compra um boi terminado, corre o risco de morrer com a carne na mão. A rentabilidade deste ano já está comprometida”.
E a situação pode se complicar ainda mais em 2018. “Estamos no primeiro ano do ciclo de baixa da pecuária, quando as coisas não costumam ser tão ruins. Geralmente, o cenário se agrava para toda a cadeia do segundo ano em diante”, avalia a analista.
Ela reforça ainda que mesmo retomando a compra de carne brasileira, os países que haviam imposto suspensões temporárias com a Carne Fraca têm importado menos do que o habitual, desde a segunda quinzena de março. No entanto, até o momento, o resultado negativo foi neutralizado pelo forte desempenho dos embarques das primeiras semanas do mês.
Nas projeções da Agriffato, se o ritmo atual se mantiver por mais 12 semanas (4 meses), as exportações de carne bovina podem recuar até 3,7% em 2017.
Fonte: DBO, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.