As incertezas geradas na economia mundial também afetam o mercado da carne. A indústria tenta detectar onde está o piso de mercado, mas garante que existe demanda pelo produto.
O mundo precisa de mais carne para abastecer a crescente demanda e a região tem potencial para aumentar sua produção. No entanto, conjunturalmente, há certos componentes de incerteza na economia mundial que estão provocando uma retração nas compras.
“Os operadores se retraíram e não querem tomar posição de compra, mas isso se soma ao fato de o Hemisfério Norte estar saindo do período de férias e isso dificulta as vendas”, disse o gerente do Grupo Marfrig no Uruguai, Marcelo Secco, ao El País.
“A estrutura de mercado está mudando, já não é a do ano passado, voltou-se aos valores de dois ou três meses atrás. Do ponto de vista empresarial, o negócio está muito bem, o que existem são conjunturas como essas, vinculadas com o movimento de capitais e o valor das moedas, que golpeiam o preço e a demanda”.
Secco lembrou que desde 2003 até hoje, os preços do gado na safra não pararam de subir. “Cada ano, o Uruguai vem subindo um escalão no preço do novilho, independentemente dos valores que se obtenham no inverno. É necessário ser inteligente para poder capturar esses aumentos”. A indústria está cautelosa e esperando detectar o piso do mercado, porque se reduziu temporariamente a demanda por carne e os preços estão em baixa. Ninguém sabe o que acontecerá com o mercado no futuro.
Para Secco, ainda que se considere o pior cenário – “voltando a marcar dependência do mercado dos Estados Unidos, destinando a este mercado um maior volume, mas também exportando alguns cortes à União Européia (UE) -, os preços do gado serão melhores do que os da safra passada”.
Ele lembrou que em fevereiro ou março, “ninguém pensava que o preço da carne passaria para US$ 3. Agora, precisamos encontrar o piso para que, em seguida, tentemos nos fortalecer nos mercados como UE e Rússia. Entretanto, nos EUA teremos que buscar melhores opções e novos preços”.
A matéria é do jornal El País, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Bom dia,
Acompanho os artigos desse site, acredito ser de grande valia para formarmos um conceito e até mesmo decidir em algumas situações.
Tenho falado com frequência da fragilidade do Brasil quanto a parte sanitária, pois não temos uma política concreta no que diz respeito a se criar um protocolo sanitário e manejo, isso devendo ser auditado por tecnicos ou entidades tecnicas , pois temos o foco unico e exclusivo em relacao a aftosa , que ao meu ver exitem zoonoses como a raiva e outras mais que passam despercebidas pelas autoridades do setor.
As propriedades deveriam buscar um selo pela sua relacao socio ambiental ,manejo etc buscando melhor sustentabilidade e por fim uma avaliacao economica , pois e de interesse de se conseguir renda para perpetuar na atividade .
Existe realmente uma falta de uniao da classe que faz com que fiquemos a merce de decisoes das industrias e mesmo pelo mercado externo . De certa forma isso e normal de acontecer, pois criticamos frigorificos em relacao ao abate e preco , deveriamos sim é conhecer o mercado e produzir materia prima adequada para esse mercado ,primeiro contratar para depois produzir , e nao simplesmente ter boi gordo para abate , pois existe mercado para outras categorias de animal como todos nos sabemos .
Fico satisfeito em poder passar o que penso , trabalho com pecuaria a mais de 30 anos apesar de ser tecnico , medico veterinario , acredito que se adotarmos praticas que sejam avaliadas e classificadas facilitarao a parte comercial.
Agradeco a oportunidade.