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Crise global diminui custos da pecuária, mas arroba desvaloriza ainda mais

No acumulado de 2009 (janeiro a dezembro), os custos de produção da pecuária de corte caíram, conforme pesquisa realizada pelo Cepea, da Esalq/USP, em parceria com a CNA. Essa queda esteve atrelada ao desaquecimento mundial da demanda por insumos, por conta da crise financeira internacional no final de 2008 e início de 2009. A maior insatisfação com o desempenho em 2009 é notoriamente do pecuarista que, mesmo em entressafra, enfrentou fortes pressões do segmento industrial, não conseguindo remuneração pretendida para recuperar as margens diminuídas pelos altos custos de 2008.

No acumulado de 2009 (janeiro a dezembro), os custos de produção da pecuária de corte caíram, conforme pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Essa queda esteve atrelada ao desaquecimento mundial da demanda por insumos (petróleo, fertilizantes, adubos, etc.), por conta da crise financeira internacional no final de 2008 e início de 2009.

Entre janeiro e dezembro de 2009, o Custo Operacional Efetivo (COE) recuou 3,7%, considerando a média Brasil (GO, MT, MS, PA, RO, RS, MG, PR, TO e SP). Quanto ao Custo Operacional Total (COT), houve baixa de 3,4% no mesmo período. Apesar dessa redução, a arroba do boi gordo desvalorizou ainda mais de janeiro para dezembro de 2009: 7,28%, desanimando produtores consultados pelo Cepea.

A crise internacional e o regime de chuvas atípico em 2009 aumentaram a complexidade das decisões no mercado pecuário nacional, principalmente do produtor. Conforme pesquisadores do Cepea, com a escassez de crédito, caiu a demanda externa por carne e também as possibilidades de empresas financiarem a produção e novos investimentos. Quanto às chuvas, vieram em excesso em boa parte da região Centro-Sul, aliviando a estiagem típica de meados do ano, mas, por vezes, forçando a entrega de lotes de confinados em momentos não programados.

A maior insatisfação com o desempenho em 2009 é notoriamente do pecuarista que, mesmo em entressafra, enfrentou fortes pressões do segmento industrial, não conseguindo remuneração pretendida para recuperar as margens diminuídas pelos altos custos de 2008.

Figura 1 – Evolução do COT, COE e Arroba no Brasil em 2009 (base 100 = janeiro)


Fonte: Cepea/USP – CNA

Vilã de 2007 e 2008, suplementação influencia quedas dos custos em 2009

A suplementação mineral, depois de ser marcada como a vilã em 2007 e 2008, foi o insumo que mais influenciou as quedas dos custos de produção da pecuária de corte em 2009. Isso porque a suplementação mineral corresponde, em média, com 22% dos gastos. No acumulado de 2009, o insumo registrou queda de 26,56%, ao passo que, em 2007, houve aumento de 12,75% e em 2008, de expressivos 91,51%. Na seqüência, os insumos que mais desvalorizaram no acumulado de 2009 foram Adubos e Corretivos, que caiu 14,88%, e Compra de animais para reposição, que recuou 5,35%.

Entre os estados considerados nesta pesquisa, as maiores quedas no Custo Operacional Efetivo (COE) no acumulado de 2009 foram verificadas em Goiás (-9,13%), Pará (-8,62%) e Paraná (-8,2%) e Mato Grosso (-7,56%). Os preço pagos pelo boi gordo, no entanto, caíram com mais força. Em Goiás, a arroba registrou desvalorização de 9,21% entre janeiro e dezembro de 2009. Em Minas Gerais o recuo foi de 9,85% nas cotações do boi, em Mato Grosso do Sul, de 8,92%, e, em São Paulo, de 8,7%.

Por outro lado, alguns itens da cesta de custo de produção considerados pelo Cepea registraram altas no acumulado de 2009, como Sementes, Mão-de-obra e insumos para reprodução animal.

A maior variação positiva, de 17,4%, foi registrada pelo item Sementes Forrageiras, devido à maior demanda pelo insumo para a formação ou recuperação dos pastos. A renovação das pastagens indica que pecuaristas estão esperando por um ciclo melhor da cadeira produtiva, investindo em ganhos de produtividade. O item Mão-de-obra subiu 11,7%, por conta do aumento do salário mínimo. Para Máquinas e implementos agrícolas houve alta de 7,8% entre janeiro e dezembro de 2009.

Especificamente de novembro para dezembro de 2009, foi observado aumento nos custos de produção, considerando a média dos estados pesquisados pelo Cepea. O COE teve alta de 1,22%, enquanto que a arroba do boi gordo desvalorizou 0,65% no período.


Fonte: Cepea/USP – CNA.

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As informações são do Cepea – Esalq/USP.

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