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Crise financeira e política enfrentada pela Secretaria de Defesa Agropecuária

No momento em que recebe uma importante missão técnica da União Europeia, tem de estar pronta para receber outra em outubro (esta da Rússia) e se prepara para participar da conferência mundial da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), marcada para dezembro em Foz do Iguaçu (PR) - para a qual é esperada a presença de delegações de mais de 100 países e, por isso, poderá, se realizada com o êxito desejável, tornar-se uma importante vitrina para o sistema brasileiro nesse campo -, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) vive duas graves crises que ameaçam paralisar suas atividades. Qualquer uma delas já seria grave; sua simultaneidade as torna particularmente virulentas. Uma das crises é política; outra, financeira.

Leia editorial do jornal O Estado de SP, sobre a crise que a Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA passa no momento, com o título Frágil defesa agropecuária.

No momento em que recebe uma importante missão técnica da União Europeia, tem de estar pronta para receber outra em outubro (esta da Rússia) e se prepara para participar da conferência mundial da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), marcada para dezembro em Foz do Iguaçu (PR) – para a qual é esperada a presença de delegações de mais de 100 países e, por isso, poderá, se realizada com o êxito desejável, tornar-se uma importante vitrina para o sistema brasileiro nesse campo -, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) vive duas graves crises que ameaçam paralisar suas atividades. Qualquer uma delas já seria grave; sua simultaneidade as torna particularmente virulentas. Uma das crises é política; outra, financeira.

O risco de paralisação de algumas das atividades normalmente desenvolvidas pela SDA foi apontado no mês passado por seu antigo titular, o médico veterinário e fiscal federal agropecuário Ênio Marques, em memorando ao secretário executivo do Ministério da Agricultura (ao qual a SDA está vinculada), José Gerardo Fontelles. No documento, Marques apontava o dia 15 de agosto como o prazo-limite para a definição do orçamento da SDA para 2013.

Do total de R$ 204 milhões reservados no Orçamento de 2013 para a SDA, até o mês passado tinham sido empenhados R$ 101 milhões. Mas não é só a lentidão do governo do PT na liberação de recursos que asfixia financeiramente o órgão. Como outros órgãos federais, a SDA foi afetada pelo contingenciamento de recursos orçamentários de R$ 10 bilhões determinado pelo governo Dilma. Do orçamento do Ministério da Agricultura foram congelados R$ 499 milhões.

Já em agosto se apontava para o risco de paralisação de serviços essenciais de responsabilidade da SDA, como a fiscalização agropecuária em portos e aeroportos, as auditorias do Serviço de Inspeção Federal e o acompanhamento de missões estrangeiras que vêm ao Brasil para a habilitação de estabelecimentos exportadores de produtos agropecuários (além das missões da União Europeia e da Rússia, dezenas de outras têm viagem programada para o Brasil até o fim do ano).

Trata-se, como se vê, de atividade essencial para o comércio exterior de produtos agropecuários. Recorde-se que o agronegócio vem alcançando grandes saldos na sua balança comercial, o que tem evitado resultados ainda piores do que os registrados nos últimos meses pelo comércio exterior brasileiro.

A defesa agropecuária também desempenhou papel destacado no combate à febre aftosa identificada em 2005 e, em seguida, na luta pela suspensão de embargos à carne brasileira que vinham resultando em perdas para a pecuária nacional.

Além de não ter recebido resposta de seus superiores, o antigo titular da Secretaria de Defesa Agropecuária foi demitido pouco depois de apontar os problemas financeiros do órgão. Sua substituição por uma pessoa escolhida de acordo com critérios políticos e sem conhecimento específico da área – o atual titular, advogado Rodrigo Figueiredo, foi indicado pela bancada do PMDB na Câmara – deu origem à crise política.

Fiscais federais agropecuários rebelaram-se contra a escolha do novo titular da SDA, iniciaram uma operação-padrão em agosto, chegaram a paralisar suas atividades e pedem também recursos para normalizar as atividades do órgão e a contratação de profissionais. Só um mês depois de iniciarem o movimento eles conseguiram ser recebidos pelo ministro da Agricultura, Antônio Andrade. Até agora, nada foi decidido.

Como se já não tivesse problemas suficientes, a SDA agora começa a enfrentar outro. Por causa da suspensão dos repasses de recursos para a realização, por órgãos estaduais, de parte dos serviços de defesa agropecuária, governos estaduais ameaçam devolver essa tarefa para o governo federal.

Os Estados assumiram essas tarefas há dois anos. Em troca, receberiam recursos federais, cuja liberação foi suspensa ou é muito lenta. Ironicamente, em junho, a Secretaria de Defesa Agropecuária havia feito uma reunião com representantes estaduais justamente para, com os Estados, fortalecer o sistema de defesa agropecuária.

Artigo relacionado:

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Fonte: Jornal O Estado de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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