Setor de varejo de carnes do Reino Unido está sob pressão
14 de abril de 2015
Adido agrícola buscará melhorar acesso ao mercado russo
14 de abril de 2015

Cria será atividade mais bem remunerada em 2015, prevê Rodrigo Albuquerque

Os preços no mercado de reposição fazem da cria a atividade pecuária mais remuneradora em 2015, segundo o analista e consultor Rodrigo Albuquerque. Gerente de pecuária da fazenda Buriti, em Jussara (GO), Albuquerque espera preços firmes do bezerro ao longo de todo o ano, o que deve pressionar as margens da recria, da engorda e da indústria, em um efeito cascata.

Albuquerque estima que a cotação do bezerro tenha subido, em média, 45% no Brasil ao longo de 2014. Já a arroba avançou em ritmo menos acelerado, e teve alta de 25% no comparativo com 2013.

Responsável por um rebanho de 3.800 cabeças, ele diz que cerca de 70% dos custos da fazenda Buritis, que atua tanto na recria quanto na engorda, estão relacionados à reposição dos animais. Com a mudança nos preços, a margem do negócio foi comprimida. “Estou na pior relação de troca entre o boi gordo e o bezerro dos últimos 20 anos”.

A maior remuneração da cria em 2015 é considerada pelo analista um fenômeno sazonal que tende a se repetir no médio prazo em decorrência de oscilações de mercado. Albuquerque explica que, entre 2011 e 2013, os pecuaristas brasileiros enviaram muitos bois e fêmeas para o abate, incentivados pelos preços da arroba à época. A decisão trouxe impacto negativo à reprodução dos animais, o que ajudou a encarecer os preços no mercado da cria.

Com isso, os fazendeiros passaram a reter mais fêmeas a partir de meados de 2014, a fim de reduzir custos com a sua principal matéria-prima. Quando houver melhora na composição do rebanho, no entanto, a tendência é a de que esse processo ocorra novamente. No entanto, o ciclo do boi é longo comparado com o de suínos e, principalmente, frangos, então os resultados desse processo não devem se materializar no curto prazo. “Estamos retendo fêmeas hoje, e até 2016 ou o início de 2017 devemos vivenciar uma recuperação da oferta de animais de reposição”.

“Nesse momento, há pouca probabilidade de termos quedas violentas nos preços de reposição”. A partir de maio, contudo, a oferta maior de animais no período de desmama pode afetar a cotação do bezerro. “Pode haver maior pressão na oferta e algum relaxamento de preços, mas não se espera que 2015 seja um ano de cotações significativamente menores”.

Fonte: Revista Globo Rural, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress