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Cresce disputa no setor veterinário

A disputa pelo mercado de produtos veterinários, que movimenta R$ 1,6 bilhão por ano no Brasil, promete ficar ainda mais acirrada com o anúncio de mais uma joint venture. A Schering-Plough Coopers, que já nasce como a terceira maior empresa do setor, atrás da Merial e da Pfizer, é resultado da união entre a divisão veterinária da Indústria Química e Farmacêutica Schering-Plough S.A. e da Coopers Brasil Ltda.

Segundo o presidente da Schering-Plough Coopers, Fernando Heiderich, a expectativa é de que a empresa aumente em cerca de 20% o faturamento deste ano em comparação a 2001. O executivo prevê para 2002 que as vendas líquidas atinjam algo em torno de R$ 150 milhões. No ano passado, o resultado da Coopers (R$ 78 milhões) somado ao da divisão de sanidade animal da Indústria Química e Farmacêutica Schering-Plough S.A. (R$ 50 milhões) atingiu R$ 128 milhões.

Isoladamente, as duas empresas ocupavam a sétima e a décima colocações entre as maiores do setor veterinário por faturamento no País, antes da união, que foi efetivada em março. A quarta colocação agora é ocupada pela Fort Dodge, que detinha o terceiro posto, seguida da Vallée, e da Bayer.

O mercado de produtos veterinários, sobretudo para bovinos, suínos, frangos e também o de animais domésticos, o chamado PET, tem grande potencial de crescimento. Um indício do possível aumento do setor é o fato de as exportações brasileiras de carnes, basicamente bovina, suína e de frango, terem ampliado 49,7% em 2001, para US$ 2,87 bilhões, em relação à receita de US$ 1,918 bilhão obtida no ano anterior, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Outro sinal de prosperidade para o mercado de produtos veterinários é a expectativa para a pecuária bovina, na medida em que os produtores vêm melhorando a qualidade de seus rebanhos, sobretudo nos últimos cinco anos. “O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo”, afirma Heiderich.

A Schering-Plough Coopers, que lidera 14 segmentos do mercado de sanidade animal, tem na pecuária bovina seu principal negócio. Da previsão de faturamento para 2002, cerca de R$ 100 milhões deverão ser obtidos com produtos para bovinos, R$ 25 milhões para avicultura/suinocultura e os demais R$ 25 milhões para pequenos animais. Entre os principais produtos da empresa estão o Supramec (antiparasitário), Nuflor, Flutril e vacinas contra a febre aftosa.

A idéia da união surgiu do simples fato de a Coopers ter sido adquirida mundialmente pela Schering-Plough Animal Health, com sede em Union, Nova Jersey, Estados Unidos que é a atual controladora da Schering-Plough Coopers.

No Brasil a norte-americana só possuía 30% do capital da Indústria Química e Farmacêutica Schering-Plough S.A., com atuação nos setores de medicina humana e animal. “A controladora resolveu unir os esforços em sanidade animal no Brasil”. O valor do negócio, no entanto, não foi divulgado pela empresa.

Outro dado que a Schering-Plough Coopers prefere não divulgar são os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. No mundo, os investimentos da controladora somam cerca de US$ 1,2 bilhão, quantia que inclui as divisões de sanidade animal e humana, informa o executivo.

Mercado

O mercado de produtos veterinários caiu nos últimos anos em dólar, embora tenha aumentado em reais. Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), as vendas em 2001 somaram US$ 640 milhões, 7% menos em relação aos US$ 690 milhões do ano anterior.

Heiderich informa, no entanto, que a expectativa é de que o mercado cresça este ano 12%. Em reais, diz o executivo, as vendas cresceram 11,9% no ano passado, para R$ 1,682 bilhão, em comparação ao resultado de R$ 1,503 bilhão em 2000.

O presidente da norte-americana Fort Dodge, o indiano Diptendu Mohan Sen, também prevê aumento nas vendas em 2002. “O Brasil tem enorme potencial”, afirma.

As receitas líquidas da empresa subiram 19% em 2001, para R$ 102 milhões, em relação aos R$ 85 milhões do ano anterior. Para o executivo, o momento atual é um pouco complicado, sobretudo pelas recentes notícias de entrada de carne bovina argentina, que ajudou a reduzir os preços do boi gordo. “Os pecuaristas se retraíram”, afirma.

Segundo dados do Sindan, os principais produtos são os antiparasitários, com 29% do total, seguidos das vacinas (26%) e suplementos nutricionais (21%). Em relação à participação por atividade, a bovinocultura responde por 56% das vendas, seguida da avicultura (19%), suinocultura (10%) e PET (6%).

Fonte: Gazeta Mercantil (por Paulo Soares), adaptado por Equipe BeePoint

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