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Crédito e exportação podem reduzir inadimplência

Sem conseguir resolver o impasse em torno do aumento dos pedidos de recuperação judicial, o governo tenta reverter o efeito dominó do prejuízo da agroindústria, em um momento no qual a inadimplência soma-se ao endividamento e ao desequilíbrio entre preços e custo de produção. "O Brasil é um país de grande sucesso na exportação e produção de alimentos, mas o comércio exterior do agronegócio ainda é concentrado em poucos produtos e poucas empresas", destaca Eduardo Sampaio, diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do Mapa.

O recuo nas exportações e o crescimento da inadimplência na agroindústria estão levando o governo a tomar medidas alternativas para incentivar a atividade agropecuária. O Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx), realizado pelo Mapa, em São Paulo, busca trazer informações sobre o acesso a linhas de financiamento, apoio ao exportador no exterior, formas de agregar valor e outros instrumentos de apoio à exportação de produtos do agronegócio.

O evento ocorre em um momento no qual a inadimplência soma-se ao endividamento e ao desequilíbrio entre preços e custo de produção. Sem conseguir resolver o impasse em torno do aumento dos pedidos de recuperação judicial, o governo tenta reverter o efeito dominó do prejuízo da agroindústria, que já chega ao campo.

“O Brasil é um país de grande sucesso na exportação e produção de alimentos, mas o comércio exterior do agronegócio ainda é concentrado em poucos produtos e poucas empresas”, destaca Eduardo Sampaio, diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do Mapa. Segundo Sampaio, a melhor forma para se ampliar a base da pauta exportadora é investir no associativismo.

Apesar da crise ter comprometido inicialmente as indústrias do setor, a queda das exportações do agronegócio já compromete a renda dos produtores. O recuo nos embarques de carne bovina se acentua cada vez mais e a redução dos abates já ultrapassa 7% este ano. Em razão da inadimplência, os produtores têm cada vez menos opções para a venda do produto. De acordo com estudos feitos pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a paralisação de 15 unidades frigoríficas no estado já tem como consequência a interrupção de 35% da capacidade de abate de bovino de corte.

Segundo Leandro Feldmann, advogado empresarial, os processos de recuperação judicial das empresas ligadas ao setor produtivo têm se intensificado do ano passado para este ano. “Temos conhecimento de que Mato Grosso é o estado que mais tem empresas com pedidos de recuperação judicial”, justificou.

Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), propõe que os pecuaristas possam acompanhar as planilhas dos frigoríficos inadimplentes. “Propomos também ao Banco Central que se crie um fundo para visualizar os volumes de caixa dos frigoríficos, pois assim haverá mais transparência. E, por fim, um dos pontos mais importantes é a inversão de prioridades aos credores, no caso os pecuaristas, os últimos a receber. Isso precisa ser revisto, deviam ser os primeiros devido à importância no processo de produção”, disse.

A matéria é de Priscila Machado, publicada no Diário do Comércio e Indústria/SP, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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