A confirmação de novos casos de pessoas contaminadas com o coronavírus Covid19 em países da Europa e do Oriente Médio no início da semana voltaram a sacudir os mercados agrícolas nas bolsas de Chicago e Nova York. A segunda-feira foi de queda generalizada, mas na maior parte dos casos as perdas foram aliviadas ontem por correções.
Em Chicago, os contratos da soja mais negociados (maio) fecharam ontem a US$ 8,8825 o bushel, alta de 0,65% ante o pregão anterior, quando houve queda de 1,84%. Em três sessões, os papéis acumularam retração de 0,5%. Os papéis do milho para maio, também os de maior liquidez, fecharam praticamente estáveis, a US$ 3,765 o bushel, sem recuperar perdas e acumulando baixa de 0,53% em três pregões.
Em nota, a consultoria AgResource avaliou que, embora os contratos agrícolas tenham registrado um “respiro” ontem, é incerto que os preços continuem encontrando suporte, a não ser que ocorra algum evento anormal, como intempéries. Para o mercado de soja, contudo, as perspectivas são de safra recorde no Brasil, o que ajuda a pressionar as cotações.
O mercado de algodão também registrou fortes perdas nos últimos dias em Nova York, em meio à onda de aversão ao risco decorrente das novas notícias sobre o coronavírus. A China, que registra mais de 80 mil casos de contaminação, é o maior importador da pluma no mundo. Os contratos mais negociados na bolsa (maio) caíram 3,9% em dois pregões e fecharam ontem no menor valor em mais de dois meses, a 66,30 centavos de dólar a libra-peso.
A chegada da doença na Europa levanta receios com o nível de atividade do continente, o que afeta as “soft commodities”. As indústrias europeias respondem, por exemplo, por um terço da demanda global por cacau, lembrou a consultoria Zaner Group. A leve alta de ontem da amêndoa em Nova York, quando os papéis para maio subiram 0,18%, a US$ 2.806 a tonelada, não reverteu o tombo observado de segunda-feira.
Fonte: Valor Econômico.