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Consumo em restaurantes tem queda de 61,2% na primeira quinzena de maio

O volume de transações em restaurantes caiu 61,2% na primeira quinzena de maio na comparação com igual período do ano passado, segundo o Índice de Consumo em Restaurantes (ICR) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e da bandeira de benefícios Alelo.

O resultado mostra uma queda um pouco menor do que nos primeiros 15 dias de abril, quando o indicador teve recuo de 67,7% nas transações, mas ainda evidencia a forte retração na atividade dos estabelecimentos em função das medidas de isolamento social adotadas desde março.

A pesquisa computa o volume de compras e valor dos gastos realizados por trabalhadores com carteira assinada que recebem vales-alimentação e refeição pela bandeira Alelo. Também há levantamento da quantidade de estabelecimentos que registraram as transações no período.

Nem a abertura gradual do comércio e adaptação dos restaurantes foi suficiente para impulsionar o movimento de consumidores.

Na primeira quinzena de maio, houve queda de 25,7% no número de restaurantes que registraram compras ante um ano antes, contra recuo de 40,5% em mesmo intervalo de abril.

“Mais restaurantes estão abrindo, se adaptando ao delivery, mas o volume de operações não volta ao que era antes. Ainda temos um quarto dos estabelecimentos sem registrar transações. A pergunta que fica é o quanto eles conseguem sobreviver”, afirma Eduardo Zylberstajn, chefe de pesquisa e inovação da Fipe.

O ICR ainda mostra que, no valor das compras, houve baixa de 44,9% em restaurantes na primeira metade do mês passado, sempre na comparação anual.

O desempenho também mostra uma melhora, embora discreta, ante a primeira quinzena de abril, quando a queda no valor das transações foi de 56,7%.

“A retomada não ocorre de uma hora para outra, ela é lenta. Os restaurantes e outros estabelecimentos, como shoppings, vão ter uma capacidade bastante limitada de receber clientes quanto a abertura começar a ocorrer. Será preciso adotar distanciamento entre as mesas e critérios rigorosos de higiene”, diz André Turquetto, diretor de marketing e de produtos da Alelo.

Segundo Zylberstajn, é possível projetar que o mesmo quadro de recuperação gradativa e em patamar mais baixo se repita para o comércio em geral nas próximas semanas e meses. “O dinamismo a que estamos acostumados a ver no nosso dia a dia está longe de voltar”, afirma.

A parceria entre a Fipe e a Alelo também inclui o Indicador de Consumo em Supermercados (ICS), menos afetado pela interrupção de atividades presenciais.

Na primeira quinzena de maio, o consumo em supermercados a partir de vales da Alelo caiu 9,2% em bases anuais, depois de registar uma queda de 19,2% em abril. Em contrapartida, os gastos subiram 6,8% nos primeiros 15 dias de maio. No mês anterior, houve queda de 4,9% em igual período.

“As pessoas estão ficando mais em casa, então não há diferença significativa na quantidade de estabelecimentos funcionando e aumenta o valor médio de gastos. Isso indica que os consumidores vão menos aos supermercados, mas gastam mais a cada ida”, afirma Zylberstajn.

Fonte: Valor Econômico.

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