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Conheça um pouco sobre os tropeiros ainda em atuação nos dias de hoje, no RS [Zero Hora]

Ofício que ajudou a moldar o Rio Grande do Sul, a povoar e unir esse vasto pedaço de chão ao resto do país, ainda vive. Fundadores de cidades, construtores de estradas, inspiração para versos, canções e pinturas, os tropeiros seguem riscando o mapa gaúcho na condução vagarosa dos rebanhos de gado. Não cruzam mais os campos em grande número, como até meados do século passado, quando fervilhavam no pampa a serviço de fazendeiros. Mas um punhado de herdeiros dessa lida resistiu à concorrência moderna de trens e caminhões, e preserva um meio de vida a céu aberto que faz parte da história e da cultura local.

Como carregar os animais sobre rodas é dispendioso em trechos de estrada de chão de difícil acesso, onde o frete chega a ser duas vezes mais caro do que no asfalto, os tropeiros do século 21 sobrevivem tocando levas de gado nos rincões mais remotos a um preço que chega a representar apenas um quarto do custo viário. Resistem ao tempo e às inovações tecnológicas também por serem os únicos capazes, muitas vezes, de vencer esses terrenos acidentados, lonjuras onde as BRs e as RSs não se aprochegam. Muitas delas, implantadas sobre traçados que os pioneiros das tropas ajudaram a sedimentar com a batida pachorrenta das patas de seus cavalos, mulas e bois.

Nos dias atuais, esses homens cumprem trajetos bem mais curtos do que quando percorriam a rota de Viamão ao antigo entreposto comercial de Sorocaba – SP. Viajam dentro de um mesmo município ou entre cidades próximas, mas se sujeitam às mesmas condições inóspitas do passado: acordam antes do sol surgir, dormem ao relento, mesmo sob frio e chuva, enrolados apenas no pelego e no pala em meio à imensidão escura do pampa. Algumas vezes, levam o gado até um ponto acessível para o embarque em caminhões. Em outras, cumprem todo o trajeto para levar os bichos de uma estância a outro pasto ou dono.

Embora sejam cada vez mais raras as tropeadas, em cidades como Santana do Livramento há dois ou três profissionais renomados que perpetuam a atividade. Chamados de capatazes, os comandantes das tropas são contratados pelos fazendeiros (ou “patrões”) e recrutam os demais auxiliares da empreitada, chamados peões, sob compromisso de que nenhum bicho se perca pelo caminho. Isso exige um profundo conhecimento do terreno e do manejo com animais para evitar ameaças advindas da exaustão ou de rios capazes de arrastar um boi como se fosse um barquinho de papel.

Assista ao vídeo sobre os tropeiros gaúchos:

tropeiros 1

tropeiros 2

tropeiros 3

tropeiros 4

tropeiros 5

tropeiros 6

Fonte: Jornal Zero Hora, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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