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Conheça os objetivos e linhas de trabalho do Plano ABC, para prática da agropecuária sustentável

As vantagens no longo prazo tornam o Plano ABC o “queridinho” dos defensores da agropecuária de baixo carbono. Os principais benefícios são: contribui para a redução na emissão dos gases causadores do efeito estufa e fixa o carbono no solo. Apesar de não terem o mesmo objetivo que o Programa ABC, diferentes opções de crédito com juros mais atrativos têm tido a preferência do produtor na hora de fazer investimentos.

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O juro em torno de 2% ao ano do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é apontado como uma das razões da baixa popularidade para o crédito à produção de baixa emissão de carbono entre agricultores familiares.

Linhas como a do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns, com taxa de 3,5%, e do Programa de Sustentação do Investimento, para financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas, com taxa de 4,5%, também ajudam a desviar a atenção do crédito com atrativo ambiental.

Para o coordenador do observatório ABC, Angelo Gurgel, a solução requer ações a curto, médio e no longo prazos: “A meta no curto prazo é reduzir a taxa do ABC. Se o plano é mais complexo, o juro tem de ser mais baixo para atrair o produtor. Para médio e longo prazo, a solução é o treinamento de técnicos agrícolas, agentes financeiros e dos próprios agricultores”.

Na consultoria Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA), a procura por auxílio na execução de projetos cresce desde 2011, segundo o sócio-diretor Davi Teixeira. Na avaliação do zootecnista, o programa precisa de mais divulgação.

 Confira o vídeo:

O gerente de mercado de agronegócios do Banco do Brasil, João Paulo Comerlato, fala sobre o Programa ABC

No Rio Grande do Sul, a recuperação de pastagens representa 60% dos contratos assinados no Plano ABC. De acordo com dados do Observatório ABC, a média da capacidade de suporte de uma pastagem é de 0,4 unidade animal por hectare (UA/ha). Em área recuperada, chega a 1 UA/ha (que corresponde a um animal de 450 quilos).

A aprovação do novo Código Florestal e a necessidade de adequar propriedades às regras podem fazer o Plano ABC chegar aos ouvidos do produtor, já que uma das linhas oferecidas se encaixa nas exigências, diz o gerente do mercado de agronegócios do Banco do Brasil (BB) no Estado, João Paulo Comerlato. No Rio Grande do Sul, as contratações estão mais concentradas na Fronteira Oeste e na Campanha, mas há expectativa de aumento na procura na região Central, além de Passo Fundo e de Santa Rosa.

Estímulo ao rodízio de culturas:

Foi a busca de benefícios no longo prazo que atraiu os administradores da Granja Silvana, Mercedes de Echenique e Álvaro José da Silva, a elaborarem um projeto de integração lavoura-pecuária para a propriedade de 1,6 mil hectares, situada em Pedro Osório.

“Em 2009, já víamos que eram necessárias melhorias na base forrageira ofertada ao gado, para realizar a terminação e melhorar a qualidade alimentar das vacas de cria. Também achávamos que, em receita, a pecuária tinha condições de ocupar uma  percentagem maior” – diz Mercedes.

Em 2012, com o plano aprovado e o crédito liberado, os administradores implantaram o plantio alternado de arroz, soja e pastagens em diferentes locais. Com isso, uma área recebe a lavoura de arroz por dois anos, seguida por soja e pastagens em outros períodos. A rotação propicia a recuperação do solo, com melhora dos índices de matéria orgânica.

Na Granja Silvana, o ciclo terá duração de oito anos. Ao final do período, Mercedes espera que todas as áreas estejam em melhores condições, inclusive com o controle de plantas invasoras. Já no curto prazo, com adubação e melhora nas pastagens, o ganho ocorreu na terminação dos animais. Em três anos, a pecuária tomou novamente a dianteira na geração de receitas da propriedade (80% contra 20% da agricultura em 2013, ante 50% a 50% do período anterior ao projeto).

“Ainda temos ajustes a fazer, mas o resultado econômico da propriedade já melhorou “, complementa Mercedes.

Conheça as linhas de trabalho do Plano de Agricultura de Baixo Carbono

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  • Recuperação de pastagens

Para evitar o desmatamento e a abertura de novas áreas para produção, a recuperação de pastagens degradadas está  entre as principais ações do Plano ABC e é a que tem maior número de contratações. A degradação ocasiona perda de cobertura vegetal e redução no teor de matéria orgânica do solo, o que provoca a emissão de CO2 na atmosfera.

  • Integração lavoura-pecuária-floresta 

A ideia é estimular a integração de atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área, o que compensa a perda dos nutrientes gerada pelo plantio de uma única cultura por longo período. O alto teor de matéria orgânica na superfície do solo é um dos benefícios da integração, pois melhora as condições físicas, químicas e biológicas.

  • Sistema de plantio direto na palha

No plantio direto, o solo é revirado o mínimo possível. A cobertura de palha da safra anterior é mantida e o intervalo entre a colheita e a semeadura seguinte é reduzido ou eliminado, o que aumenta a eficiência da adubação.

  • Fixação biológica de nitrogênio 

Componente predominante do ar, o nitrogênio é essencial para as plantas. Na fixação biológica, o gás é capturado por bactérias que vivem em simbiose com a planta e é convertido em nutriente. Isso economiza na compra de fertilizante nitrogenado, que o Brasil importa em grande volume.

  • Florestas plantadas

O cultivo de espécies de crescimento rápido, como o eucalipto, além de ser alternativa de renda para o produtor, auxilia na redução do carbono no ar por conta da fotossíntese (transformação do gás carbônico em oxigênio).

  • Tratamento de dejetos animais

Contempla pecuaristas e associações que trabalham na produção de suínos, bovinos e aves. A adoção de tecnologias para tratamento de dejetos animais reduz a emissão de gases do efeito estufa, além de gerar energia.

  • Adaptação às mudanças climáticas 

Medidas para adaptação das propriedades às normas do novo Código Florestal também são consideradas neste item. Contempla ações que possam contribuir para a melhoria da produção com sustentabilidade, como armazenagem e compra de equipamentos.

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Fonte: Jornal Zero Hora, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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