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Conheça os modelos de parceria do confinamento Fazenda São Francisco, em Goiatuba, GO

A Fazenda São Francisco, localizada na região de Goiatuba – GO, atualmente trabalha com modelo de parceria para confinamento, denominado de modelo de prestação de serviço, sendo ele feito para apenas um cliente. Entretanto, em anos anteriores, já desenvolveu demais parcerias com os pecuaristas da região, sendo elas: o boitel e o outro modelo, denominado de parceria.

A capacidade estática do confinamento é de 9.000 animais, sendo confinados em média de 12.000 a 15.000 animais por ano. Conta com 10 colaboradores diretos, produzindo, no restante da propriedade, soja, milho, cana e composto orgânico resultante da retirada do esterco do confinamento, o que possibilita dar um destino nobre a este material.

Foto 1.  Osvaldo Neto, gerente geral da Fazenda São Francisco.

Saiba como funcionam estes três modelos de parceria

1- Boitel:

  • O cliente contrata o confinamento e paga um valor por animal/dia referente a alimentação dos animais.
  • O cliente é responsável pela negociação dos animais com o frigorífico.
  • Na chegada dos animais no confinamento destinados a este modelo, é feita a pesagem individual no brete de contenção, juntamente com a rastreabilidade, everminação e vacinas contra botulismo e clostridiose.
  • Estas despesas são de responsabilidade do confinamento, que ainda disponibiliza ajuda com frete dos animais, com uma distância máxima de 150 km do confinamento.
  • Após esta operação de entrada, os animais são lançados no sistema gerencial do confinamento, o qual permite um acompanhamento detalhado pelo proprietário dos animais.
  • O parceiro optando por usufruir da rastreabilidade e assim receber o diferencial pago na arroba pelos frigoríficos, deve aguardar a permanência de noventa dias dos animais no confinamento, para animais advindos de fazendas sem adoção de rastreabilidade e de quarenta dias para aqueles animais que já apresentam rastreabilidade diretamente da fazenda de origem.
  • O confinamento garante níveis de proteína e energia nas dietas.

2- Parceria:

  • O cliente cede os animais para o confinamento, sendo estes pesados na entrada.
  • O cliente não tem despesas com a alimentação dos animais.
  • Após o abate, o cliente recebe do confinamento pelos bois magros o valor em @ boi gordo que foi negociado com o frigorífico.
  • Neste modelo de parceria, os animais são e devem ser pesados individualmente no brete de contenção do confinamento. Recebem a rastreabilidade, além do mesmo protocolo sanitário e cadastro de informações adotados no modelo de parceria anteriormente citado – boitel. Estas despesas inerentes a entrada são por conta do confinamento.
  • Os animais são pesados em jejum de seis a oito horas, porém, geralmente já chegam nestas condições devido ao tempo de transporte até o confinamento, onde é feita a pesagem imediatamente, quando dentro deste prazo.
  • O rendimento calculado é de 50%. O proprietário, além de receber o valor em arrobas de boi gordo por esse peso na entrada, recebe a metade do bônus Europa de cada animal, que é divido com o confinamento.

3- Contrato de parceria para prestação de serviço:

  • O confinamento é “arrendado” para um pecuarista, que é responsável por confinar um número acordado mínimo de animais, e fornecer toda a comida necessária para alimentação destes animais.
  • O cliente desfruta da infraestrutura adequada, do trabalho operacional e administrativo do confinamento, os quais são de responsabilidade do confinamento.
  • Por esses serviços, o confinamento é remunerado na maioria das vezes por uma diária estipulada por animal. O valor varia entre R$ 0,75 e R$ 1,30 dependendo de questões contratuais e de cada negócio.

Na Fazenda São Francisco, o número de parceiros é ilimitado no modelo de boitel e parceria, que é quando o pecuarista recebe o valor de boi gordo referente as arrobas magras do gado que ele cedeu ao confinamento.

Já com relação ao modelo de parceria com prestação de serviço, na maioria das vezes é feito somente com um parceiro, principalmente por ser do parceiro a responsabilidade da comida, não sendo possível controlar os estoques e separar os insumos se houver mais de um, ao menos que não se tenha uma estrutura de armazenagem e fábrica de ração onde se possa trabalhar com a separação. Assim sendo, hoje o confinamento conta com apenas um parceiro.

Foto 2.  Animais em uma das mangas da Agropecuária São Francisco.

Confira abaixo as vantagens e desvantagens da parceria em confinamento – segundo Osvaldo Neto:

Vantagens

  • Pecuarista
    • Desocupação das áreas para agricultura.
    • Melhor aproveitamento dos animais.
    • Giro mais rápido.
    • Oportunidade de melhores preços nas vendas.
    • Ausência de mão de obra, etc.
  • Confinamento
    • Melhor aproveitamento da estrutura montada.
    • A não necessidade do desembolso do capital para aquisição dos animais.
    • Oportunidade de bons negócios.

Desvantagens

  • Pecuarista
    • Não fazer uma parceria com um confinamento que cumpre com o que foi acordado em termos de dietas (níveis de proteínas e energia), operacional e administrativo, o que pode influenciar no desempenho dos animais e nos resultados.
    • Porém, hoje dificilmente encontramos estabelecimentos assim, pois os mesmos não conseguem se manter por muito tempo oferecendo seus serviços.
  • Confinamento
    • O confinamento quando bem planejado, bem regido e calculado, dificilmente há desvantagens, a não ser por oscilações de mercado, as quais podem ser minimizadas com a utilização das opções que o mercado futuro oferece e os contratos com os frigoríficos.
    • A desvantagem para o confinamento que presta serviços é que em determinados anos, que são muito bons para a atividade, o mesmo fica impossibilitado de poder investir confinando o gado próprio e ter um retorno melhor, em função das parcerias.

Assim sendo, na opinião de Osvaldo Neto, o modelo de parceria melhor é aquele que se encaixa a cada pecuarista/cliente, dependendo do método e possibilidade de que se deseja investir.

  • Se o produtor quer ser responsável pela alimentação do seu gado e negociação, opta-se por boitel.
  • Se o produtor deseja oferecer seu gado ao confinamento e não quer compartilhar as despesas até o abate e receber o valor deste gado em @ de boi gordo no fim, deve-se optar por parceria.
  • Se o produtor deseja confinar um volume muito alto e ter a possibilidade de produzir uma dieta e uma @ engordada mais barata, pode-se fazer um contrato de parceria para a prestação de serviço.

Veja mais fotos do confinamento da Fazenda São Francisco

Comentário BeefPoint: estamos preparando um estudo com os principais confinamentos do Brasil que trabalham no modelo de parceria. Queremos conhecer os sistemas, os modelos e opções. Nos próximos dias, vamos publicar mais artigos como esses de outras empresas e confinamentos. Queremos conhecer mesmo como esse negócio está funcionando hoje. Se você tiver alguma dúvida específica, comentário ou sugestão, queremos muito te ouvir. Por favor comente abaixo.

Veja artigo relacionado:

Conheça mais os modelos de parceria adotados pelo JBS Confinamentos

Fonte: Entrevista BeefPoint com Osvaldo Pereira de Souza Neto, gerente geral do confinamento da Fazenda São Francisco.

2 Comments

  1. harlem jonas disse:

    boa tarde,oswaldo, tenho interresse em confinar bois, vcs tem como mandar via email, planilhas atuais das suas diárias, parcerias, grato.

  2. Cláudio Gomes Marques disse:

    Boa tarde Osvaldo,
    também tenho interesse em confinar bois.
    Qual é o preço da diária hoje? Qual é a previsão do preço da diária a partir de junho?
    Como é feita a negociação dos bois no final da engorda? Vcs indicam um frigorífico?

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