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Conheça os 15 fatores que podem afetar o sucesso de um inoculante

Os aditivos são produtos adicionados intencionalmente nas silagens com a finalidade de alterar as suas características, sem, contudo prejudicar o seu valor nutritivo. Os principais aditivos utilizados na confecção de silagens no nosso país são: os absorventes, os químicos e os inoculantes bacterianos. Este último grupo abrange a classe de aditivos com mais rápido desenvolvimento e adoção em todo o mundo, devido principalmente à facilidade de manipulação, ausência de toxicidade aos mamíferos, e grande disponibilidade no mercado. Portanto, saibam quais são os 15 fatores que podem afetar a eficiência de um inoculante bacteriano e porque estes podem falhar quando adicionados à forragem a ser ensilada.

Os aditivos são produtos adicionados intencionalmente nas silagens com a finalidade de alterar as suas características, sem, contudo prejudicar o seu valor nutritivo.

Os principais aditivos utilizados na confecção de silagens no nosso país são: os absorventes (polpa cítrica e farelos de cereais), os químicos (ureia, cal virgem, ácidos tamponados) e os inoculantes bacterianos. Este último grupo abrange a classe de aditivos com mais rápido desenvolvimento e adoção em todo o mundo, devido principalmente à facilidade de manipulação, ausência de toxicidade aos mamíferos, e grande disponibilidade no mercado.

O princípio básico de atuação dos inoculantes é o de incrementar a população de bactérias na forragem e que estas sejam capazes de competir com a microbiota existente, de maneira que se possa elevar a eficiência na conservação do alimento. Contudo, é bastante comum, produtores e técnicos argumentarem que o inoculante utilizado nas silagens não tem levado ao sucesso esperado, criando uma situação de frustração no uso do aditivo.

Portanto, saibam quais são os 15 fatores que podem afetar a eficiência de um inoculante bacteriano e porque estes podem falhar quando adicionados à forragem a ser ensilada.

1. Armazenamento da embalagem (sachet) em local inapropriado: observa-se com muita frequência na propriedade agrícola o sachet sendo estocado onde há excesso de umidade e calor, o que compromete a viabilidade das bactérias;

2. Condições adversas no momento da ensilagem: temperaturas elevadas e chuva em abundância no momento da ensilagem, altera a sobrevivência das bactérias que estão sendo inoculadas;

3. Atraso no abastecimento do silo: enquanto o silo está sendo abastecido, a forragem está em contato com o ar. Esse fato pode levar a proliferação de fungos, os quais utilizarão os substratos (açúcares), reduzindo a fonte de energia às bactérias que estão sendo adicionadas;

4. Determinadas cepas de bactérias possuem maior agressividade do que outras: estudos mostram que algumas cepas não são competitivas com os microrganismos existentes na forragem. Portanto, fique atento ao adquirir o produto;

5. Inoculantes a base de Propionibacteria, em geral, não são efetivos: as bactérias ácido propiônicas (Propionibacteria) não toleram ambientes hostis, ou seja, muito ácidos e com presença residual de oxigênio, o que causa lentidão no seu crescimento;

6. Concentração de bactérias no momento da inoculação: a quantidade de bactérias que são adicionadas a forragem é um fator extremamente importante, pois estas deverão dominar o processo fermentativo;

7. Presença do elemento cloro na água: a água utilizada para diluir o inoculante não deve ser clorada, pois este é nocivo a população de bactérias;

8. Temperatura da água: a temperatura da água utilizada na aplicação não deve exceder os 35 ºC. Isso pode ser evitado, posicionando os reservatórios, sempre que possível, na sombra e distantes de motores e escapamentos dos maquinários;

9. Uso do inoculante em até 48h: após a abertura da embalagem, o produto deve ser aplicado à forragem o mais rápido possível. Quando necessitar estocá-lo (diluído ou não) de um dia para o outro, procure locais com temperatura amena;

10. Ausência de substrato às bactérias: esse fato é muito comum em capins tropicais (Tanzânia, Mombaça, Elefante, Brachiaria), pois estas gramíneas são pobres em açúcares como fonte de energia para o desenvolvimento das bactérias;

11. Vírus que podem infectar bactérias (bacteriófagos): alguns estudos mostram que alguns vírus podem infectar as bactérias que estão sendo inoculadas, levando a morte;

12. Interação microrganismo-microrganismo: alguns microrganismos são inibidos com a presença de indivíduos de outro grupo, devido à excreção de alguns compostos. Desse modo, quando bactérias são inoculadas, estas podem encontrar na massa ensilada grupos de microrganismos que inibem o crescimento delas;

13. Mínimo de atividade de água: em silagens pré-secadas, inoculantes aplicados em solução aquosa devem ser preferidos quando comparados aos aplicados a seco (em pó) pela falta de água metabólica na atividade das bactérias;

14. Aplicação e distribuição na massa: os inoculantes podem ser aplicados à forragem via colhedora (algumas dispõem de kits para tal fim) ou usando bomba costal pressurizada. Esta última opção pode ser adotada enquanto os vagões forrageiros descarregam a forragem no silo. Em ambos os métodos (kit da colhedora ou bomba costal) o importante é distribuir com muita homogeneidade as bactérias na massa;

15. Interação com os fatores de manejo (compactação, enchimento e vedação): o inoculante só será eficaz se os fatores inerentes ao manejo forem obedecidos. Os aditivos não “curam” erros cometidos durante a gestão do processo de ensilagem.

0 Comments

  1. Edward Zackm disse:

    Boa tarde. Otimo artigo, muito oportuno abordar os problemas pois as empresas de inoculantes abordam somente os beneficios…Poderia comentar sobre as consequencias da incidencia de raios solares sobre as bacterias?
    Obg e abraço.

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