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Conforme seca diminui, exportações de carne bovina da Austrália devem cair

As exportações de carne bovina australiana deverão cair mais rápido do que anteriormente era esperado, à medida que as taxas de abate caem com a redução da seca que já dura dois anos. A taxa recorde de abate caiu em quase um quinto nas duas últimas semanas, à medida que os produtores começaram a reconstruir o rebanho que caiu para seu menor nível em 17 anos, por causa da melhora na seca.

Uma queda nas taxas de abate significará menores exportações do terceiro maior exportador de carne bovina do mundo e poderá aumentar os preços da carne bovina americana, que já aumentou quase um quinto desde janeiro de 2014.

Os preços nos Estados Unidos aumentaram após a seca na Califórnia ter afetado as pastagens, reduzindo o rebanho para o menor em 63 anos em 2014. As importações de carne australiana ajudaram a preencher a lacuna do mercado americano e, enquanto os alimentos animais mais baratos estão permitindo que o rebanho americano se recupere, as importações permanecerão altas.

“A liquidação do rebanho australiano não pode continuar e isso levanta a questão aos Estados Unidos. Quanto eles estarão dispostos a pagar pela oferta, particularmente considerando as fontes de proteína alternativas mais baratas disponíveis?”, disse o analista de proteínas animais do Rabobank, Matt Costello.

Nas primeiras duas semanas de abril, apenas 280.000 cabeças de bovinos foram abatidas, mais de 17% a menos do que no período de duas semanas do mês anterior, segundo mostraram dados do Meat and Livestock Australia (MLA). Mais quedas são prováveis se a previsão climática favorável se materializar. Entre abril e junho, a previsão é de mais de 60% de chances de chuvas melhores que a média nas principais regiões produtoras, o que deverá repor as pastagens.

As exportações de carne bovina australiana registraram três anos recordes, alcançando o pico de 1,223 milhão de toneladas, mas o governo está prevendo que as exportações cairão em 5% em 2015/16. Entretanto, com o clima mais úmido as exportações poderão cair mais ainda, deixando os Estados Unidos com falta de carne.

Mais de um terço das exportações australianas de carne bovina vão aos Estados Unidos, enquanto o Japão também é um grande comprador.

Direcionado pela seca, o rebanho australiano deverá cair para 24,2 milhões de cabeças no final de junho, o menor em 17 anos. Enfrentando pressões financeiras, os produtores serão forçados a equilibrar as vendas com esforços de reconstrução, desacelerando a recuperação.

A reconstrução do rebanho, entretanto, poderá enfrentar desafios, com pelo menos 70% de chance de o El Niño chegar em junho. Se esse padrão climático surgir, o clima mais seco pode afetar a região de Queensland novamente.

Fonte: Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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