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Confira previsões do USDA para o mercado de carne bovina

Produção global

 A produção global de carne bovina está expandindo entre os principais comerciantes à medida que as ofertas de gado aumentam nos Estados Unidos e na América do Sul. A produção brasileira aumentará devido à robusta demanda de exportação, apoiada por um Real relativamente fraco e melhoras no acesso a mercado na China, Arábia Saudita e Estados Unidos. A produção argentina crescerá modestamente à medida que a liberação do atual regime e a remoção das tarifas de exportação encorajam os produtores a reconstruir rebanhos e aumentar os pesos das carcaças. A produção cairá na maior margem na Austrália à medida que um chuvoso 2016 renovou as pastagens afetadas pela seca e estimulou os produtores a reter animais para cria.

Comércio global

As exportações pelos principais exportadores deverão ser 3% maiores, em 9,7 milhões de toneladas, devido aos ganhos obtidos nos envios à Ásia. A China continua sendo o mercado de mais rápido crescimento para carne bovina, refletindo a reabertura de seu mercado a Argentina e Brasil. Apesar do consumo per capita de carne bovina ser bem menor do que o de suína e de frango, a produção estável doméstica e a preferência por produtos importados continuam incentivando as importações da América do Sul e Oceania. O crescimento na China permite que o Brasil se torne o maior exportador global. A demanda de importação também está forte na Coreia do Sul e, em menor extensão, no Japão, à medida que as mudanças demográficas e as políticas domésticas resultaram em menor produção doméstica. Outros importantes importadores, incluindo Rússia e Egito, continuarão estáveis em 2017, à medida que o crescimento econômico continua lento e as fracas moedas evitam um aumento nas importações.

Produção e comércio dos Estados Unidos

A produção dos Estados Unidos deverá aumentar em quase 4% devido às maiores ofertas de gado e aos maiores pesos de carcaça. As exportações crescerão pelo segundo ano, impulsionadas pelos envios a Coreia do Sul, Japão e México. A menor produção na Austrália reduzirá as ofertas exportáveis e, assim, aumentar a demanda por carne bovina americana nos mercados asiáticos, onde os dois exportadores competem acirradamente por participação de mercado. Apesar da força relativa do dólar continuar sendo um fator negativo em alguns mercados, o declínio dos preços atacadistas da carne bovina aumentará a competitividade da carne bovina dos Estados Unidos.
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Sumário de países selecionados – carne bovina e de vitelo – 1000 toneladas (equivalente carcaça)

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Sumário de bovinos vivos em países selecionados (1000 cabeças)

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O pasto nem sempre é mais verde do outro lado: reconstrução do rebanho na Austrália cria oportunidades para exportações dos EUA

Por Lindsay Kuberka, Agricultural Economist

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A menor competição nas exportações com a Austrália beneficiará as exportações de carne bovina dos Estados Unidos em 2017. A Austrália foi o maior exportador mundial de carne bovina em 2015, com os envios totalizando 1,9 milhão de toneladas. O crescimento das exportações foi resultado de uma liquidação significativa do estoque de bovinos à medida que uma seca severa reduziu pela metade o crescimento das pastagens e reduziu a oferta de alimentos animais. Os produtores estão agora reduzindo os abates de gado e focando na reconstrução de seus rebanhos, direcionando a produção de carne bovina e as exportações para baixo. À medida que a Austrália continuará reconstruindo em 2017, o rebanho dos Estados Unidos está expandindo da baixa de seu ciclo próprio com o segundo ano consecutivo de maior produção e exportações esperado.

Previsão para 2017 – Abates de bovinos terá queda de 4% na Austrália e aumento de 2% nos EUA

Austrália: Os abates de bovinos declinarão pelo terceiro ano consecutivo devido às ofertas escassas de gados prontos para abate. A maior redução virá de vacas e novilhas à medida que os animais fêmeas são desviados da produção de carne para a cria.

Estados Unidos: Após 5 anos de declínios, os abates de bovinos dos Estados Unidos deverão aumentar pelo segundo ano consecutivo à medida que a expansão do rebanho impulsiona a disponibilidade de animais.

Previsão para 2017 – Exportações de bovinos vivos terá queda de 11% na Austrália e aumento de 23% nos Estados Unidos

Austrália: As exportações de bovinos deverão enfraquecer, mas continuam acima da média histórica de 1 milhão de cabeças. A demanda por carne bovina continua forte na Indonésia, principal mercado, encorajando as contínuas importações de animais vivos. A China aprovou as importações de gado para engorda da Austrália em 2015, aumentando a demanda.

Estados Unidos: As exportações de bovinos deverão aumentar em 2017. As exportações de bovinos vivos dos Estados Unidos são quase que totalmente de animais de cria e representam uma porcentagem pequena das ofertas totais.

Oferta de gado australiano: o começo de um novo ciclo do rebanho

A produção de carne bovina nos Estados Unidos e na Austrália é categorizada pelos ciclos do rebanho, definidos como um período de expansão nos estoques de animais seguido por um período de contração. A expansão começa à medida que os produtores aumentam seus rebanhos em resposta a sinais positivos de mercado e a liquidação começa diante de uma menor lucratividade. A seca e seu impacto nas ofertas de alimentos animais tem sido culpada das mais recentes contrações em ambos os países. A seca recente na Austrália levou a um declínio de quase 2 milhões de cabeças em um período de apenas dois anos. A reconstrução normalmente é um processo mais longo e lento considerando os limites biológicos da reprodução de bovinos e a recuperação do rebanho na Austrália pode demorar até o final da década.

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Durante a recente seca da Austrália, a liquidação do rebanho veio de duas formas: aumento dos abates e das exportações de animais vivos. Os abates alcançaram 9,9 milhões de cabeças em 2014 – o maior nível desde os anos setenta – e foram quase tão fortes em 2015, totalizando 9,7 milhões de cabeças. Ambos os anos ficaram bem acima da média dos últimos 10 anos (2004-2013), de 8,5 milhões de cabeças por ano. Agora, as condições das pastagens melhoraram, os abates de gado diminuíram e estão previstos para declinar para 7,8 milhões, 19% a menos que em 2015. O abate de vacas e novilhas caiu mais do que o de outros e novilhos à medida que os produtores mantiveram as fêmeas para cria. Em 2017, os abates de gado deverão cair mais, trazendo o total para 7,5 milhões de cabeças.

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As exportações de gado vivo também acelerarão durante a seca, alcançando um recorde de 1,3 milhão de cabeças em 2014 e 2015. A Austrália exporta principalmente gado para engorda a seu maior mercado – Indonésia -, bem como para países no Sudeste da Ásia e Oriente Médio. Nos cinco anos antes da seca (2009-2013), mais de 75% das exportações de animais vivos se originaram do Northern Territory e Western Australia, apesar de ter menos de 15% dos gados do país. Durante a seca, as exportações de gado dos portos de Queensland aceleraram rapidamente devido à significativa liquidação de animais no interior de Queensland. Essa área foi afetada de forma mais aguda pela falta de chuvas.

Apesar das reduções nas ofertas de gado, as exportações de animais vivos devem permanecer relativamente fortes em 2017. A Indonésia permanecerá o maior comprador à medida que seu rebanho continua declinando e os produtores dependem cada vez mais das importações de animais vivos para abastecer o mercado. As políticas restritivas para carne bovina incentivam o comércio de animais vivos e a Austrália continua sendo o único país que pode fornecer gados vivos à Indonésia. À medida que declínios de larga escala nas importações da Austrália reduziriam de forma significativa a oferta de carne bovina da Indonésia, seus envios a esse país devem permanecer robustos. Entretanto, os preços para o gado vivo exportado aumentaram significativamente durante 2016 e reduzirão a demanda de muitos compradores, incluindo Oriente Médio e Sudeste da Ásia. Apesar dos altos preços, as exportações deverão aumentar a outros mercados, notavelmente China, que aprovou os gados para engorda australianos em 2015.

Produção de carne bovina australiana: do pasto aos grãos

Com uma grande quantidade de pastagens naturais, quase dois terços da carne bovina australiana é terminada a pasto. Entretanto, a produção de carne com grãos continua crescendo em resposta à forte demanda por carne de animais alimentados com grãos na Ásia. Apesar da expansão na indústria de confinamento, a vantagem comparativa da Austrália na produção de carne a pasto garantirá que a maioria do gado permaneça no pasto.

Previsão para 2017 – Produção de carne bovina terá queda de 3% na Austrália e aumento de 4% nos EUA

Austrália: A produção australiana de carne bovina declinará à medida que os abates de gado se contraem pelo terceiro ano consecutivos. As ofertas bem menores de gado serão o principal fator, mas serão parcialmente compensadas por um aumento nos pesos médios de abate.

Estados Unidos: A produção de carne bovina deverá expandir-se em 3% devido à contínua recuperação no rebanho bovino do país e à forte demanda doméstica por carne bovina.

Previsão para 2017 – Produção de carne com grãos

Austrália: As colocações de gado para engorda declinarão à medida que os altos preços do gado de reposição reduz a lucratividade dos confinamentos. A produção de carne bovina com grãos e as exportações deverão cair.

Estados Unidos: As colocações de boi gordo deverão aumentar à medida que as ofertas robustas de gado fora dos confinamentos e os preços relativamente baixos dos grãos estimulam mais colocações.

Terminação a pasto

A Austrália opera principalmente sob um sistema de pastagem, no qual o gado é criado no pasto com suplementação alimentar mínima de grãos e forragens. Uma importante vantagem de um sistema de pastagem é a vantagem de custo da pastagem com relação à ração comprada. Grandes áreas do interior inadequadas para a produção agrícola oferecem pastagem abundante, mas dependem de chuvas. À medida que as chuvas médias anuais declinam com a distância da costa, mais propriedades do interior podem estocar menos gados por hectare (ver mapa). Com base na região de produção – Norte ou Sul – a produção de gado de corte tem diferenças significativas nas práticas de produção (ver box).

O gado terminado a pasto abastece tanto o mercado de exportação de animais vivos como as plantas frigoríficas. O gado a pasto produz carne com pouco ou nenhum marmoreio, fornecendo grandes ofertas de carne magra para exportação. Os Estados Unidos têm sido o maior comprador dessa carne, que é misturada com retalhos de gordura para fabricar hambúrguer. Entretanto, a demanda por carne magra também está aumentando da Ásia ao Oriente Médio, onde a carne magra é frequentemente preferida.

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1 – Os números amarelos representam a porcentagem do rebanho bovino residindo em cada estado.


Box – Produção de gado no Norte e no Sul

Norte – A produção nos estados do norte é caracterizada por grandes propriedades (cattle stations) de pastagem nativa com baixas taxas de densidade. Os cruzamentos de raça com Brahman são padrão no clima tropical e têm melhor desempenho em clima quente e seco. As chuvas estão relacionadas às monções – altamente concentradas durante os meses de verão (dezembro-março). A quantidade de chuvas de verão determina em grande parte o volume de forragem e sua qualidade e, dessa forma, a velocidade pela qual o animal cresce. O gado em pastagem relativamente ruim pode ter dificuldade em ganhar 100 quilos por ano, enquanto animais em pastagens de alta qualidade podem ganhar mais de 200 quilos no ano. Embora as taxas de densidade variem consideravelmente entre as regiões e propriedades, elas são significativamente menores do que no sul, ficando em média em 35 vacas/1000 hectares no Northern Territory, 29 vacas/1000 hectares em Western Australia, e quase 94 vacas/1000 hectares em Queensland. A densidade de animais é calculada com base na área de pastagem pesquisada e no rebanho bovino por estado (Australian Bureau of Statistics, 2008/2009).

O gado em áreas remotas de Queensland, Northern Territory e Western Australia são tipicamente criados para exportação vivos para a Indonésia. Não há plantas de abates atualmente localizadas em Northern Territory e somente uma pequena indústria de processamento focada no consumo local existe em Western Australia. O envio de gados da Indonésia dos portos de Darwin e Fremantle (próximo a Perth) é geograficamente mais perto e mais lucrativo do que o transporte para plantas de processamento em Queensland. Entretanto, alguns gados para engorda do norte são enviados ao sul de Queensland e norte de New South Wales para abastecer confinamentos.

Sul – Nos estados do sul da Austrália, a produção também é direcionada pela pastagem, mas as raças e as práticas de pastagem diferem devido ao clima temperado ao invés de tropical. As áreas costeiras nos estados do sul (Victoria, New South Wales) recebem chuvas mais consistentes o ano todo, alcançando o pico durante os meses de inverno. As melhores pastagens e forragens são comuns, permitindo taxas de densidade bem maiores, de 581 vacas/1000 hectares em Victoria e 129 vacas/1000 hectares em New South Wales. As raças continentais são a norma, com forte uso de Hereford, Angus e Shorthorn. Os animais terminados a pasto são processados para os mercados doméstico e de exportação, enquanto alguns animais do sul são terminados com grãos em confinamento. A indústria leiteira da Austrália também está concentrada no sul à medida que as chuvas relativamente abundantes e a viabilidade de pastagens irrigadas garante uma forragem estável. O abate de vacas leiteiras fornece mais ofertas de produto magro para exportação.

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Terminação com grãos

A maioria dos bovinos dos Estados Unidos são terminados com grãos há décadas, mas a terminação com grãos foi mais lenta para ganhar espaço na Austrália. Começando nos anos setenta e oitenta, os confinamentos se desenvolveram no sul de Queensland e norte de New South Wales, perto dos fornecedores de ração e das plantas de processamento. Em 2015, havia mais de 400 confinamentos com uma capacidade total de mais de 1,2 milhão de cabeças. As vendas de gado terminado com grãos vêm aumentando firmemente com o tempo, alcançando um recorde de 2,9 milhões de cabeças em 2015. O gado engordado em confinamento foi responsável por 30% dos abates naquele ano, mais que os 20% de 2000. Apesar das melhores na capacidade, a oferta de carne bovina produzida com grãos na Austrália continua pequena em comparação com os Estados Unidos; os novilhos e as novilhas abatidos nos Estados Unidos totalizaram 23 milhões de cabeças em 2015, das quais 85% foram comercializadas de grandes confinamentos.

As rações fornecidas são localmente produzidas nas regiões costeiras, que têm solos melhores, chuvas e maior uso de irrigação comparado com as áreas de gados criados a pasto no interior. O trigo compõe a maior parte da ração (diferentemente do milho usado nos Estados Unidos), enquanto sorgo, cevada, semente de algodão e silagem também têm um lugar de destaque nas rações.

O tempo de engorda varia baseado no mercado alvo, mas geralmente cai em duas categorias:

– Engorda curta (60-100 dias): os animais para o mercado doméstico são engordados por um período mais curto, de cerca de 100 dias em média, resultando em uma carne mais magra.

– Engorda longa (>100 dias): a carne bovina para o mercado de exportação é tipicamente produzida nesse sistema, mas a duração é determinada pela preferência de marmoreio. A carne bovina para o mercado coreano fica em média 180 dias de engorda (similar ao usado nos Estados Unidos). O gado alimentado para os consumidores japoneses são mantidos sob esse regime de alimentação por um período mais longo, de 300 dias, produzindo um produto altamente marmorizado.

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Os limites para a expansão da produção de carne com grãos na Austrália existem em longo prazo – principalmente, lucratividade. Os custos principais dos confinamentos são gados para colocação e ração. O trigo, o grão mais comum na ração australiana, é principalmente exportado para uso como alimentos humanos e é relativamente caro comparado com o milho. Apesar dos preços elevados dos grãos, os confinamentos fazem lucros recordes durante os anos de seca, quando os preços do gado estão baixos. As margens médias para gado em engorda por 100 dias alcançaram um recorde de quase US$ 60 por cabeça durante o outono de 2014 e se mantiveram positivas durante a maior parte de 2015, levando a uma produção recorde de carne bovina produzida com grãos. Entretanto, as margens se tornaram negativas à medida que o preço para colocação de gado aumentou para níveis recordes em 2016, ficando em média mais de 70% maior em dólares australianos até setembro com relação ao mesmo período de 2014 (os preços foram 40% maiores em dólares dos Estados Unidos). As perdas estimadas alcançaram US$ 100 por cabeça sobre as novas colocações durante o primeiro trimestre de 2016 e os gados em engorda caíram em 5% até junho de 2016. Mesmo com os menores preços dos grãos, os maiores preços do gado deverão direcionar para baixo o número de animais colocados em engorda durante 2016 e 2017.

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Exportações de carne bovina da Austrália está caindo

A indústria de carne bovina australiana depende das exportações – o mercado doméstico consome somente cerca de um terço da carne bovina que produz. Em comparação, as exportações dos Estados Unidos tipicamente representam 10-13% da produção.

Quando a seca recente na Austrália causou um aumento na produção australiana, a demanda internacional robusta por carne bovina absorveu a maioria do aumento nas ofertas. Os Estados Unidos continuaram sendo o maior comprador da carne bovina australiana em 2014-15 à medida que a demanda americana por importações aumentou em resposta à menor produção doméstica. As exportações australianas a mercados tradicionais da Ásia – Japão e Coreia – também ganharam de forma significativa, enquanto um novo mercado surgiu na China devido à maior preferência por carne bovina, somada com a queda nas ofertas domésticas de gado. Em longo prazo, o foco da indústria nos mercados de exportação deverá se intensificar à medida que o consumo per capita de carne bovina estável limitará a expansão no mercado doméstico.

Exportações australianas de carne caíram em 4%

Apesar da demanda mundial robusta por carne bovina, a menor produção limitará as exportações australianas de carne para 1,3 milhão de toneladas, bem abaixo do recorde registrado em 2015.

Exportações de carne bovina dos Estados Unidos aumentaram em 7%

As exportações de carne bovina dos Estados Unidos deverão continuar se recuperando, totalizando 1,2 milhão de toneladas. O crescimento nas ofertas pressionará os preços, impulsionando a demanda por carne bovina nos mercados externos.

Embora as exportações australianas tenham acelerado durante 2014-15, as exportações doa Estados Unidos enfraqueceram. Os preços e as taxas de câmbio tiveram um papel, começando com um aumento nos preços da carne bovina no atacado nos Estados Unidos em 2014 à medida que a produção se contraiu. O aumentou nos preços foi exacerbado pela valorização do dólar americano contra a maioria das outras moedas em 2015. Durante o mesmo período, as exportações da Austrália se beneficiaram de um enfraquecimento do dólar australiano e dos preços relativamente baixos. Muitas dessas tendências começaram a mudar em 2016 à medida que a produção declinou na Austrália e aumentou nos Estados Unidos. Mudanças no acesso ao mercado e a implementação de acordos comerciais regionais também afetarão o potencial para exportações.

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Os preços da carne bovina nos Estados Unidos e na Austrália reverteram a tendência. Com a recuperação na produção dos Estados Unidos, os preços atacadistas começaram a cair na segunda metade de 2015 e deverão declinar em 2017. Os preços da carne bovina australiana aumentaram rapidamente à medida que os menores abates de gado direcionaram a produção para baixo. Os preços provavelmente não cairão até que as ofertas se recuperem, aumentando a competitividade do produto dos Estados Unidos.

As taxas de câmbio também terão um papel. O dólar dos Estados Unidos deverão permanecer forte durante 2017 e, assim, continuar sendo um fator negativo para as exportações. Ao contrário, o dólar australiano perdeu o valor desde 2015, melhorando a competitividade de suas exportações. Apesar da desvalorização durante 2016, o dólar australiano continua bem abaixo de sua média dos últimos cinco anos e deverá permanecer fraco em 2017.

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O crescimento e a manutenção dos mercados também impactarão na expansão do comércio para os dois países. Tanto Estados Unidos como Austrália dependem de 4 ou 5 mercados para mais de 80% de suas exportações. A dominância de mercado é frequentemente facilitada por um acordo de livre comércio oferecendo acesso preferencial a mercados. Por exemplo, a carne bovina dos Estados Unidos tem acesso ilimitado sem tarifas ao Canadá e ao México e é responsável por 60% a 80% das importações de cada país, respectivamente. A Austrália tem buscado agressivamente acordos de livre comércio, incluindo um acordo de 2014 com o Japão, que conferiu vantagens tarifárias para a carne bovina/ A presença do acesso preferencial por acordos de livre comércio geralmente reduz a competição no mercado.

Japão – A competição entre Estados Unidos e Austrália é maior no Japão, onde a carne da Austrália e dos Estados Unidos são responsáveis por mais de 90% das importações. A participação de mercado dos Estados Unidos no Japão aumentou por vários anos (2011-2014) devido à redução das restrições por causa da encefalopatia espongiforme bovina (EEB). As exportações dos Estados Unidos caíram em 2015, enquanto as exportações aumentaram em 10% devido aos altos preços. Em 2017, as importações de carne bovina do Japão deverão aumentar em 2%, mas a participação de mercado dos Estados Unidos deverá expandir a uma margem maior, especialmente para carne resfriada. Entretanto, o produto dos Estados Unidos continua em desvantagem devido às maiores tarifas. O Acordo de Parceria Econômica entre Japão e Austrália (JAEPA) fornece à carne bovina australiana reduções substanciais de tarifas sobre a carne bovina durante um período de 15 anos. A implementação da Parceria Trans-Pacífico (TPP) igualaria o cenário, conferindo as mesmas reduções de tarifas para ambos os países.

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Coreia – A carne bovina da Austrália e dos Estados Unidos agora representam mais de 90% das importações da Coreia do Sul. A robusta demanda por carne bovina e o declínio da produção doméstica continuam direcionando as importações, incluindo um crescimento de 23% em 2016 e um adicional de 2% previsto em 2017. Embora a Austrália ainda seja o maior fornecedor, as importações de carne bovina dos Estados Unidos cresceram quase 50% em 2016, comparado com apenas 13% para a Austrália até agosto. A carne bovina dos Estados Unidos deverá aumentar sua participação em 2017. Além dos preços mais competitivos, a carne bovina dos Estados Unidos entra com tarifas reduzidas devido ao acordo de livre comércio entre Coreia e Estados Unidos. Embora a Austrália também tenha assinado um acordo de livre comércio com a Coreia em 2015, a produção de carne dos Estados Unidos terá uma vantagem de 5,3% até a implementação completa do acordo de livre comércio entre Coreia e Austrália em 2028. Em 2017, as importações coreanos de carne bovina dos Estados Unidos tiveram uma tarifa de 24%, enquanto a carne australiana está sujeita a uma tarifa de 29,3%.

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China – Em um intervalo de 5 anos, a China se tornou o segundo maior importador mundial de carne bovina. As importações chinesas aumentaram rapidamente desde 2011, com a Austrália sendo seu maior fornecedor. Entretanto, após as importações do Brasil e da Argentina terem sido aprovadas em 2015, a Austrália começou a perder participação de mercado. Até agosto de 2016, as importações chinesas aumentaram em quase 50% – quase totalmente devido às importações do Brasil que se tornou o maior fornecedor. As importações chinesas de carne bovina deverão expandir um adicional de 15% em 2017. Ajudadas pelos preços relativamente menores e pelas moedas mais fracas, o produto do Brasil, Uruguai e Argentina estão bem posicionados para substituir a carne bovina australiana.

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Conclusão

As regiões produtoras de bovinos na Austrália se beneficiaram do ano relativamente úmido de 2016, com as chuvas em maior nível dos últimos anos. Melhores chuvas levaram a um crescimento renovado nas pastagens e a menores abates, resultando em um declínio de 30% nos abates de bovinos durante a primeira metade do ano. Com menos abates e produção de carne bovina, as exportações caíram em 21% até agosto de 2016. A continuação das condições favoráveis de pastagens levarão a mais declínios nos abates e a produção não deverá expandir até 2018 pelo menos. Tendências opostas estão ocorrendo na produção e nas exportações de carne bovina dos Estados Unidos. Com uma recuperação contínua no rebanho, as exportações deverão aumentar em 2017 à medida que o crescimento da oferta continua pressionando os preços para baixo. Embora o forte dólar dos Estados Unidos continue um limitante, a competitividade da carne bovina americana deverá expandir na maioria dos principais mercados e se beneficiar da menor oferta australiana em mercados de maior valor, como Japão e Coreia do Sul.

Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Anderson Polles disse:

    Parabéns a equipe Beefpoint. No “Grande Pário” quantas “Cabaças estamos na Frente da Índia”? Quem consegue fazer essa conta?
    Please! Help the quest?

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