Os alunos do AgroTalento foram convidados a comentar suas dicas de gestão de pessoas em fazendas de gado de corte. Muita coisa interessante foi compartilhada.
Uma primeira dica é sempre nos lembrarmos que as atitudes são compostas por um fator racional, o conhecimento, certo ou errado; por um segundo fator emocional, formado pelos sentimentos certos ou errados; e uma terceira parte, a ação propriamente dita, correta ou errada. Assim, se temos pessoas frustradas, com a parte sentimental afetada, a razão não terá como fazer a sua parte e a ação final, o que nós vemos como trabalho, deixará a desejar. Portanto, deve-se pensar na gestão de forma holística e pensar que as pessoas, que são chaves do processo, precisam estar inteiras, ou seja, de “corpo e alma”.
Uma segunda questão citada foi cuidar do clima no ambiente de trabalho, e também incluir o cônjuge como colaborador, dois pontos que podem ser interessantes para a satisfação do empregado.
Além dos métodos que hoje passam a ser mais comuns, como participação nos resultados ou bonificação sobre metas, tratar o lado emocional destas famílias de colaboradores é o mais importante. Assim, são válidas algumas ações diretas como:
– visitas à casa do colaborador por alguém da família proprietária (com foco em verificar se está tudo em ordem na família, se as crianças estão bem de saúde, etc);
– explicação do projeto em andamento aos funcionários, de modo que se sintam parte da construção daquilo;
– feedbacks anuais ou semestrais para alinhamento e entender melhor o que se passa com cada um;
– instalação oficial de um departamento de RH, que na prática significa delegar a alguém da família proprietária o dever de se preocupar a todo momento com a qualidade de vida e de trabalho daqueles que estão ali.
Além disso, deve-se tolerar os erros honestos, criar um ambiente onde todas as ideias são bem-vindas e trabalhar intensamente o diálogo. Na gestão de pessoas da pecuária é preciso levar em consideração que a maioria dos funcionários são nascidos e criados no campo. Portanto eles amam o que fazem e com certeza entendem muito da parte prática. Considerando isso, para os colaboradores se sentirem valorizados é preciso que sua opinião seja ouvida e que seja implantado um ambiente colaborativo.
Da mesma forma que se procura criar uma “rede do bem” na vida, deve-se buscar isso também na equipe de colaboradores, assim, todos se sentirão confortáveis e confiantes em trabalhar em um ambiente feito por pessoas que buscam sempre o bem comum. Muitas pesquisas mostram que a maior causa de evasão vem do ambiente de trabalho. Concomitante a isso, vem todas as outras ações que promovam a motivação, auto estima, segurança financeira e o orgulho de trabalhar naquela empresa.
As ordens que não são da rotina, deve-se fazer por escrito. Mesmo ordens de rotina, de curto prazo, podem ser feitas por escrito para facilitar o entendimento e aplicação por parte de todos os envolvidos no processo.
Ensinar, claramente, o que se quer de cada colaborador, e, mostrar a importância de cada função dentro do sistema de produção da propriedade.
Elogiar todo trabalho bem feito e fazer pequenas celebrações por feitos – ainda que pequenos. Elogio feito em público e chamada de atenção, sozinho
Revisar e/ou corrigir as metas periodicamente.
Ferramentas de premiação/bonificação após a determinação das metas da propriedade.
Vale destacar a autonomia de cada equipe para as decisões diárias, além da busca constante por uma equipe comprometida com os objetivos da fazenda.
Contratação de um consultor para mostrar a situação por outra perspectiva pode ser necessária em alguns casos.
É importante demonstrar que todos são parceiros dentro da empresa, cada um com sua importância.
Outra dica é simplesmente dar o exemplo, com proatividade e eficiência.
Levar conhecimento e ser um mentor dos funcionários pode refletir nos negócios, bem como investir em treinamentos.
Pessoas devem ser tratadas como pessoas e não um recurso de trabalho.
A paciência também é muito importante, principalmente em se tratando de funcionários antigos. É comum ter que “comer pelas beiradas” para se alcançar o objetivo final. Muitas vezes as mudanças devem ser introduzidas gradualmente para serem aceitas e respeitadas e não haver “boicote”.
Investimento em conforto, segurança e lazer dos funcionários e sua família.
A tendência da população rural é continuar diminuindo. Assim, a empresa tem que ser atrativa aos funcionários, para poder selecionar os melhores disponíveis na região, em todos os níveis hierárquicos. Não é só salário que faz alguém ficar numa empresa.
A empresa deve ter uma política de crescimento mútuo, ou seja, a partir do momento que a empresa cresce, todos os colaboradores são beneficiados por consequência.
Criação de procedimentos e cronogramas de execução em cada setor, que permitem padronização e execução das operações no momento exato.
Enviar frase de motivação todos os dias nas primeiras horas da manhã pelo celular de cada um.
Aumentar a presença em qualquer conversa com a equipe ou particular.
Investir mais tempo com os membros da equipe que tenham maior responsabilidade e “sangue no olho ”
“Calçar o sapato” dos funcionários, ou seja, exercer a empatia, para um melhor relacionamento.
Sempre manter a clareza dos processos e dos objetivos, incluindo todos os funcionários (especialmente, os que têm mais dificuldade de entendimento e comunicação).
Qualquer nova atividade, mudança de procedimento ou inovação deve ser implantada por quem vai realizar a ação, pois quem está na lida diária tem muito mais capacidade de contribuir para agilizar o processo e se a forma de fazer for proposta por quem vai realizar, o caminho para o sucesso fica bem mais curto.
Criar um ambiente de “família” dentro da empresa, de forma que o que beneficia um, beneficia a todos.
Os liderados devem gostar de seu líder, admirá-lo, enxergá-lo como um companheiro de trabalho e com quem podem contar.
Fonte: AgroTalento.