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Confira as previsões do USDA para o mercado de carne bovina dos EUA

Bovinos/carne bovina

Até 5 de maio de 2015, o Monitor de Seca dos Estados Unidos continuava reportando condições excepcionais de seca para Califórnia, partes do Texas e região oeste de Oklahoma. Entretanto, as chuvas recentes em grande parte de produção pecuária do país forneceu pelo menos um impacto de curto prazo para as condições de forragens – por exemplo, o Texas registrou levemente mais chuvas do que sua média dos últimos 30 anos. Embora as chuvas sejam benéficas, bem como as pastagens verdes, elas ainda não foram suficientes para aliviar os impactos da seca na umidade do subsolo.

Os abates comerciais de vacas no primeiro trimestre foram 6% menores do que os do ano anterior, refletindo baixos estoques e o desejo de manter as vacas que tiveram ou que terão bezerros em 2015. Embora os abates comerciais de vacas de corte tenham sido menores que no ano anterior e tenham declinado sazonalmente, os abates de vacas leiteiras, apesar de ainda acima dos níveis de 2014, declinaram sazonalmente. A combinação de menos vacas e novilhas no mix de abates resultará em uma maior proporção de novilhos, que contribuirá para pesos maiores médios na carcaça de todos os animais. A produção de vitelo continua declinando a um ritmo acelerado devido ao alto valor que os bezerros têm como animais para engorda ao invés de como vitelo. A produção comercial de vitelo em março de 2015 foi de 3,13 bilhões de quilos, 21% a menos que em março de 2014, quando foi de 3,95 bilhões de quilos.

Os bovinos para engorda que foram retidos para pastar em pastos de trigo foram tirados do trigo e comercializados, alguns com pesos impressionantes. Os pesos médios estimados nas colocações mensais em março de 2015 foram os maiores para esse mês desde 2003 e refletem as melhores condições das pastagens e das forragens.

De acordo com o relatório sobre animais confinados em abril desse ano, os estabelecimentos de engorda dos Estados Unidos com capacidade de 1.000 animais ou mais totalizaram 10,6 milhões de cabeças em 1 de maio (veja aqui). Com relação ao ano anterior, os pesos médios na colocação foram maiores em março desde agosto de 2014. Com mais novilhos e novilhas entrando em confinamento, espera-se que os pesos continuem aumentando.

Os números proporcionalmente grandes de bovinos pesados sendo vendidos em leilões podem ter implicações para abates de novilhos e novilhas no final desse verão e outono. Esse cenário é complicado pela possibilidade de que os atuais abates limitados de novilhos e novilhas possam persistir pelo resto do ano. os maiores pesos de abates – que também consistiriam de novilhos em detrimento de novilhas – mitigariam em certo grau o impacto dos menores abates sobre a produção total de carne bovina. Atualmente, os abates semanalmente inspecionados pelo Governo Federal dos EUA até agora nesse ano estão pouco mais de 7% menores do que no ano anterior, mas a produção de carne bovina está somente 5% menor que os níveis do ano anterior; os pesos médios semanais de todos os bovinos F1 em abril de 2015 foram quase 3% (quase 10,43 quilos por carcaça) acima do peso de abril de 2014. Além disso, os pesos não mostraram ainda seu típico declínio sazonal para o menor valor de maio antes de aumentar novamente.

Preços atacadistas da carne bovina declinaram devido à pressão moderada na oferta

A trajetória de alta nos preços atacadistas da carne bovina está começando a desacelerar à medida que entramos no trimestre da primavera nos Estados Unidos. O preço do cutout (valor derivado de uma fórmula que estima o valor da carcaça usando médias ponderadas dos cortes) choice declinou um pouco mais de US$ 6,61 por 100 quilos após alcançar o topo de US$ 571 por 100 quilos no final de abril. Nesta conjuntura, parece que a demanda doméstica enfraqueceu modestamente em curto prazo (apesar de permanecer forte para padrões históricos). Para a semana que terminou em 8 de maio de 2015, os valores do cutout choice foram 13% maiores do que no ano anterior e 24% maiores do que a média dos últimos três anos.

Também é importante considerar as implicações do lado da oferta das atuais dinâmicas de mercado. Com relação ao ano anterior, os abates semanais de bovinos permanecem menores do que 2014; entretanto, em curto prazo, os abates semanais expandiram de níveis anormalmente estreitos no final de março e começo de abril. As margens dos frigoríficos melhoraram, fornecendo um incentivo para abater mais animais, mesmo que os preços dos bovinos vivos permanecessem relativamente altos. Os maiores números de abates semanais – em conjunto com pesos historicamente altos da carcaça – levaram a um declínio nos preços da carne bovina no atacado. Por outro lado, em meio às quedas dos preços, dados comerciais do Serviço de Comercialização Agrícola (AMS) do USDA reportam que essas contagens semanais de carga vêm aumentando desde o começo de março (veja figura abaixo).

USDAmaio

Comércio de carne bovina/bovinos

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou que as importações de carne bovina e de vitelo em março foram de 147,46 milhões de quilos, 32,2 milhões de quilos a mais com relação ao mês anterior e 33,3% a mais do que no ano anterior. As importações de Austrália, Nova Zelândia, México e Canadá permaneceram robustas. A Austrália continua sendo afetada pelas condições de seca severa que levaram à liquidação de animais durante o primeiro trimestre de 2015. A força relativa do dólar dos Estados Unidos, em conjunto com a forte demanda por carne bovina processada, ajudaram a impulsionar as importações totais de carne bovina nesse ano. As importações de carne bovina no primeiro trimestre totalizaram 397,34 milhões de quilos, 47% a mais que no primeiro trimestre de 2014. O USDA aumentou as importações totais de carne bovina de 1,32 bilhão de quilos para 1,41 bilhão de quilos para o ano de 2015.

As exportações, por outro lado, continuam enfraquecendo à medida que os altos preços domésticos da carne bovina e a força do dólar continuam problemáticas para as exportações de carne bovina dos Estados Unidos. As exportações de março foram de 84,05 milhões de quilos, moderadamente maiores (+3,31 milhões de quilos) que no mês anterior, mas 7% menores do que em março de 2014. Embora o dólar mais forte e os altos preços da carne bovina continuem impactando negativamente as exportações de carne bovina ao México e a Hong Kong, as exportações em marco do Japão (+9%) e Canadá (+12%) mostraram sinais de melhora moderada com relação ao ano anterior. O USDA previu que as exportações em 2015 alcançarão 1,12 bilhão de quilos, 4% a menos que em 2014.

As importações de bovinos vivos foram reportadas como pouco mais de 234 mil cabeças em março, estáveis com relação ao ano anterior, mas 20% maiores do que em fevereiro. As importações de animais vivos do Canadá foram de mais de 112.000 cabeças, enquanto os envios do México passaram de 120.000 cabeças. Declínios notáveis nos abates de bovinos e nas importações de vacas continuam impactando as importações totais de animais vivos, mas a firme demanda por bovinos para engorda superaram os declínios em março. As importações de animais vivos saíram do início lento, mas a demanda por importações de animais vivos deverá fortalecer durante o restante do ano à medida que os preços dos animais domésticos deverão permanecer altos, com os estoques de animais limitados e os criadores retendo novilhas para reconstrução do rebanhos doméstico.

Confira aqui o relatório completo (em inglês).

Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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