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Conab venderá estoque para conter inflação

Alarmado com a escalada inflacionária de alguns alimentos, o governo decidiu fazer amplos leilões de venda direta dos estoques públicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A prioridade é conter os preços do milho, matéria-prima essencial para a alimentação animal, e do feijão. O governo prepara um leilão de 300 mil toneladas de milho em venda direta para os próximos dias. Em seguida, fará pregões de até 1 milhão de toneladas na modalidade "VEP".

Alarmado com a escalada inflacionária de alguns alimentos, o governo decidiu fazer amplos leilões de venda direta dos estoques públicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A prioridade é conter os preços do milho, matéria-prima essencial para a alimentação animal, e do feijão.

O governo prepara um leilão de 300 mil toneladas de milho em venda direta para os próximos dias. Em seguida, fará pregões de até 1 milhão de toneladas na modalidade “VEP” – um subsídio ao frete pago ao consumidor do produto (frigoríficos, granjas, esmagadoras). Para o feijão, a Conab fará leilões até dezembro, quando começa a entrar no mercado a “safra das águas” da leguminosa.

Na terça-feira (9), uma portaria foi assinada pelos ministros da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento para acelerar a venda dos estoques. “A ordem é conter a alta de preços usando os estoques”, diz o diretor da Conab, Sílvio Porto. “Há muita demanda e a oferta está apertada”.

Somados à redução da oferta e ao aumento da demanda nos Estados Unidos, o atraso no plantio da safra brasileira e a expansão do consumo, sobretudo na China, elevaram em 40% as cotações internacionais do milho neste ano. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou ontem (10) que está “preocupado” em manter uma “oferta equilibrada” de milho para “não influenciar uma alta de preços que possam elevar a inflação”. Há sinais são evidentes como a “fila” para embarque de milho em alguns portos do país.

Os armazéns do governo têm 5,44 milhões de toneladas de milho. Nos cálculos da Conab, existiriam outras 4,12 milhões de toneladas de milho vinculadas ao compromisso de compra pelo governo na modalidade “opções de venda”, mecanismo usado por produtores como proteção de preços. Mas com os preços em alta, os produtores devem optar por vender boa parte desse milho no mercado, e não ao governo, o que reduzirá a margem de manobra oficial.

A segunda estimativa da nova safra, divulgada ontem (10) pela Conab, mostram um aperto na oferta de milho no ciclo 2010/11. Pelos novos dados, os produtores devem colher entre 6% a 7,5% menos milho no país, um déficit que pode superar 4 milhões de toneladas. O efeito negativo do fenômeno “La Niña” e a redução na área plantada e na produtividade são as causas. Os estoques de milho devem ser os mais baixos desde o ciclo 2006/07. Para a soja, carro-chefe da produção nacional, a Conab prevê colheita de até 69 milhões de toneladas, ou 0,5% superior ao ciclo anterior. Para o trigo, a previsão da Conab estima um forte aumento da produção.

A matéria é de Mauro Zanatta, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.

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