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Compra chinesa de bens brasileiros pode ser recorde

As importações de produtos brasileiros pela China poderão bater recorde em 2020, se continuarem no mesmo ritmo de agosto, contrastando com o desmoronamento do comércio global na esteira da pandemia. 

Dados da alfândega chinesa mostram que as importações originadas no Brasil cresceram 20,8% em agosto em relação ao mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, as compras chinesas globalmente caíram 2,1%.

O fluxo total do comércio Brasil-China também poderá neste ano superar os US$ 115 bilhões registrados em 2019. Estatísticas chinesas mostram cifras ligeiramente mais elevadas que as registradas pelo governo brasileiro, em razão de diferenças de metodologia. 

Entre janeiro e agosto, a China diz ter importado US$ 54,5 bilhões do Brasil e exportado US$ 19,9 bilhões. O Brasil é um dos poucos países com superávit no fluxo bilateral. O país vendeu US$ 34,6 bilhões a mais do que comprou dos chineses. 

Além da pandemia, a China enfrentou a febre suína que dizimou parte de seu plantel e enchentes em regiões do país também destruíram algumas colheitas. 

Mas as vendas brasileiras não foram apenas de commodities agrícolas. As estimativas entre fontes que conhecem o comércio bilateral são de que o Brasil poderia estar vendendo três vezes mais o volume de petróleo para a China, diante do apetite do parceiro asiático. 

Os chineses aproveitam a cotação baixa do petróleo para reforçar seus estoques estratégicos. 

Ao mesmo tempo em que continua aumentando importações originárias dos Estados Unidos, no âmbito de um acordo com o governo americano, a China elevou barreiras contra certos produtos da Austrália em meio a tensões bilaterais. 

A Austrália é um dos poucos exportadores de commodities que acumulam superávit maior que o Brasil no comércio com os chineses, totalizando US$ 43,7 bilhões até agosto. 

Mas, ao contrário da tendência com o Brasil, o fluxo com os australianos tende a desacelerar. Pequim impôs restrições a vários produtores australianos de carne, aplicou taxa antidumping sobre a cevada a e também limita agora a entrada do vinho australiano, que tem a China como seu maior mercado externo. 

No Brasil, ao mesmo tempo em que continua importando muito, a China viu suas exportações caírem 9,2% nos primeiros oito meses do ano em relação a igual período do ano passado.

Globalmente, as exportações chinesas aumentaram 9,5% em agosto ante o mesmo período de 2019. Isso ocorreu graças ainda a embarques de produtos médicos. Bens eletrônicos também tiveram uma demanda melhor, na esteira de trabalho online em bom número de países.

Fonte: Valor Econômico.

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