Confira o resultado da Promoção Compartilhe e Concorra a ingressos do BeefSummit Brasil
15 de outubro de 2013
Conheça os modelos de parceria para confinamento adotados no Brasil e opte pelo que melhor enquadra ao seu perfil
15 de outubro de 2013

Composto Montana: oferece produção de Bos taurus, num ambiente onde o Bos indicus trabalha [Projeto Raças]

Projeto Raças é uma série de artigos do BeefPoint, cada um dedicado a uma raça, que visa reunir opiniões e conhecimento de profissionais que trabalham diretamente com cada uma dessas raças. Elaboramos uma série de entrevistas com esses especialistas. O resultado dessas entrevistas  para o Composto Montana está compilado aqui, com a opinião desses especialistas sobre a raça.

Essa série de artigos não representa um endosso especial do BeefPoint em nenhuma das raças que vamos apresentar nesse projeto, mas a opinião e comentários de quem trabalha com cada uma dessas raças. Estamos em contato com as principais raças de corte do Brasil e iremos publicar aqui uma por uma, nas próximas semanas.

Conheça mais o Composto Montana

Histórico da raça

O conceito de compostos já vem sendo utilizado há muitos anos na produção de aves, suínos e também na agricultura. Na seleção de bovinos, o Clay Center já trabalha com Compostos há mais de 20 anos (Ranger Marker – feito a partir de raças europeias). O grande desafio da época foi produzir um animal composto, adaptado a condições tropicais e isso foi superado, oferecendo hoje ao pecuarista o Composto Montana.

========================

Se você trabalha com produção e comercialização de genética (touros, semen, embriões, doadoras, etc) e quer melhorar seu marketing, Miguel Cavalcanti, CEO do BeefPoint, tem um convite para você.

Vamos realizar uma aula online inédita sobre marketing especializado para quem vende genética. 

Para participar, por favor preencha o formulário online aqui.

========================

O Composto Montana no Brasil

O programa começou em 1994, como uma franquia chamada CFM-LEACHMAN, onde a Cia CFM de São José do Rio Preto/SP e a família Leachman, produtores de compostos no estado de Montana, nos USA, eram os franqueadores, tendo como franqueados mais de 40.000 matrizes de um grupo de pecuaristas tradicionais, como:

  • Fazenda Campanario, de Renato Resende Barbosa;
  • Cia Someco, de Ivinhema/MS;
  • Família Hélio Coelho, de Campo Grande/MS;
  • Carlos Maluhy, de Presidente Prudente/SP;
  • Ana Luiza di Cameli, de Pelotas/RS,;
  • Adolpho Fetter, também de Pelotas/RS e
  • Gilberto de Biasi, um de nossos entrevistados e sócio-fundador do programa, no sul de Goiás.

Vale ressaltar que o programa conta com o apoio técnico da USP de Pirassununga/SP,  medido pelo auxílio dos professores José Bento e Joanir Eller.

Assim sendo, o programa sempre foi orientado pela ciência, sendo pioneiro em usar DEPs em compostos, o que aumenta bastante a complexidade, sendo que a Universidade de Colorado foi parceira em todo esse processo.

Gilberto Biasi, salienta que o início foi difícil, uma vez que o composto precisa de 4 grupos raciais para manter heterose, 3 estavam bem definidos, enquanto que o quarto precisou de muita pesquisa, medições, viagens e trabalho para ser definido.

Os grupos raciais são definidos pela sigla NABC, onde N= Nelore, ou zebuíno, B = europeu britânico, basicamente Angus, C= europeu continental, mais usadas foram Simental, Gelbvieh, Pardo Suíço, e o A = taurino adaptado foi o nosso maior desafio.

O programa trouxe raças do mundo todo, da África, Austrália, América Central, Caribe e Estados Unidos. Raças nunca antes vistas no Brasil e com baixo conhecimento no próprio local de origem, em alguns casos.

Vieram Tulis, Borans e Bonsmara da Africa. Romo Sinuano da Venezuela, Senepol do Caribe e EUA, e Belmont Red da Austrália. Extensamente foram medidas todas essas linhagens, despendendo trabalho e  tempo, pois da inseminação ao garrote de sobreano passam-se 20 meses e muito descarte e dinheiro não aproveitado.

Visando difundir este trabalho, um dos principais desafios, segundo Gilberto Biasi, é aumentar o número de associados. O número de clientes é crescente, mas ele ressalta que é preciso detectar quem são os possíveis selecionadores de touros e trazê-los para o grupo. E para isso, a associação vem executando novos trabalhos, tais como: ultrassom de carcaças em 100% do rebanho e parcerias com frigoríficos e marcas de carne gourmet.

Além de um trabalho extenso de assessoria de imprensa, publicações de artigos técnicos e propagandas em revistas especializadas, portais da internet, tais como o BeefPoint, Facebook e Twitter.

E para 2013-2014, os principais planos são: consolidar as DEPs de carcaça e iniciar um trabalho com genômica.

E para o produtor, quais são as vantagens em se associar ao programa – Composto Montana Tropical?

Segundo Gabriela Giacomini, zootecnista e gerente de operações do Programa Montana,  a grande vantagem em ser associado é ter a possibilidade de fazer parte de um grupo seleto de criadores e geneticistas, e usar tecnologia de ponta na avaliação do gado e, principalmente, realizar avaliação genética de todo o rebanho. Conhecendo o valor genético do rebanho é possível corrigir falhas mais rapidamente e direcionar os ganhos para a direção desejada.

Estágio atual da raça

Atualmente, o composto consta com um grupo de 13 criadores, com cerca de 20 mil matrizes compostas e cruzadas, sendo que por ano são avaliados cerca de 13 mil animais.

Características zootécnicas do Composto Montana

Apesar de todas os desafios encontrados para a formação do composto, Gilberto Biasi argumenta: “É o preço do pioneirismo. Porém o trabalho deu frutos e o resultado hoje é excepcional, pois temos um gado no qual a melhor definição seria “lucrativo”, porque reúne o que tem de melhor das diferentes raças do mundo, sendo muito precoce, sexualmente e em acabamento (como um europeu britânico), fértil (como os cruzados normalmente são, pela tamanha heterose), adaptados (como os zebuínos), dóceis (como os europeus), com boa musculosidade (como os europeus continentais) e finalmente com tamanho moderado de vaca, com excelente habilidade materna (como britânicos) para comerem pouco, desmamarem animais pesados e ainda apresentarem bom estado corporal. Tudo isso aliado a uma extrema facilidade de manejo.

Adicionalmente, os touros Montana quando alocados nas vacas de diferentes raças e em sistemas de monta natural, demonstram a tamanha característica de adaptação, pela sua porção zebuína e taurina adaptada, e a produtividade elevada, pela sua porção europeia.

Adicionalmente, Gabriela Giacomini, salienta que o Montana é um animal composto, desenvolvido no Brasil, para trabalhar em campo em ambiente tropical, produzindo animais uniformes, bem adaptados e com grande potencial de ganho de peso, produzindo animais mais pesados, precoces e com carne de qualidade. As fêmeas são férteis e sexualmente precoces.

O Montana usa as principais ferramentas do melhoramento animal, que são cruzamento, heterose, complementaridade entre raças e genética aditiva. Através do uso do Montana, é possível agregar todas essas ferramentas ao rebanho de maneira simples.

Quais são os desafios para o Composto Montana atual?

Na opinião de Gabriela Giacomini, um dos principais desafios já está praticamente superado, que é da aceitação do cruzamento. Por preconceito, medo ou por desconhecer as vantagens, muitos pecuaristas relutam em fazer cruzamento e trabalham em áreas que poderiam ser intensificadas com o uso do cruzamento.

Ultrapassada essa barreira, fica fácil mostrar as vantagens do Montana. O Montana é uma raça composta, produz animais geneticamente avaliados, com CEIP, capazes de gerar heterose alta e constante entre gerações e capaz de trabalhar a campo em qualquer região do país, produzindo bezerros uniformes, muito adaptados, com enorme potencial de ganho de peso, além de fêmeas férteis e precoces.

Gilberto Biasi, complementa: “No momento estamos trabalhando nas novas DEP’s de avaliação de carcaça através da ultrassonografia. Mesmo sabendo da qualidade de carcaça do Montana, chegou a hora de selecionar e oferecer DEP’s de área de olho de lombo e cobertura de gordura”.

Quais os principais cruzamentos que podem ser realizados com base nesta raça?

“Ao realizar o cruzamento, o criador passa a produzir animais mais eficientes, capazes de maior ganho de peso numa área menor e num menor espaço de tempo, melhorando as margens e lucrando mais. Sem mencionar a produção de carne de qualidade, com valor agregado. O Montana é simples de usar e traz resultados já na primeira safra de bezerros. O uso desses touros em vacas Nelore causa incremento de produtividade imediato. As vacas Nelore são ótimas mães e podem criar muito bem um bezerro que desmama mais pesado, na mesma área. O touro Montana trabalha a campo com as vacas zebuínas, produzindo bezerros 20 a 30% mais pesados na desmama. Os garrotes filhos do cruzamento Montana x Nelore vão para o abate mais cedo, bem terminados e com carne de qualidade. As novilhas produzidas são mais precoces e férteis, podendo ser introduzidas no rebanho de matrizes na fazenda”, afirma Gabriela Giacomini.

Quais as principais tecnologias usadas para o manejo reprodutivo do rebanho desta raça?

No Brasil, um ponto de destaque, é que consegue-se  fazer o cruzamento industrial com touros que cobrem a campo, podendo fazer o repasse da inseminação e ainda assim produzir um animal de qualidade superior. Daí uma das vantagens em utilizar o touro Montana.

Índice Asbia 2012 – Evolução do Composto Montana – 3 anos

Fonte: Asbia.

Veja abaixo recados dos profissionais entrevistados

Gilberto Biasi: “O Montana é um animal capaz de trabalho a campo em qualquer região do país, gerando heterose com qualquer tipo de vaca, e levando melhoramento genético para os rebanhos dos clientes. Por ser composto, o Montana oferece um mix de atributos das raças que o formam. O Montana oferece produção de Bos taurus, num ambiente onde o Bos indicus trabalha.”

Gabriela Giacomini: “Vale a pena investir em touros Montana e trabalhar com um grupo de pecuaristas profissionais, que estão sempre em busca de novas tecnologias e que obtém sucesso na atividade, mesmo frente à concorrência da agricultura.”

Veja abaixo algumas fotos de animais do Composto Montana

Agradecimentos

  • Montana – Composto Tropical
  • Gilberto Biasi- Presidente do Montana – Composto Tropical
  • Gabriela Giacomini – zootecnista e gerente de operações do Programa Montana
========================
Se você trabalha com produção e comercialização de genética (touros, semen, embriões, doadoras, etc) e quer melhorar seu marketing, Miguel Cavalcanti, CEO do BeefPoint, tem um convite para você.
 
Vamos realizar uma aula online inédita sobre marketing especializado para quem vende genética. 
 
Para participar, por favor preencha o formulário online aqui.
========================

Veja artigos relacionados

Brahman: conheça a raça zebuína que preza pela habilidade materna e qualidade de carcaça [Projeto Raças]

Devon: uma raça fértil, precoce, rústica e eficiente [Projeto Raças]

Nelore: conheça mais sobre a raça que representa 80% do gado de corte brasileiro [Projeto Raças]

Caracu: conheça mais sobre a raça que é um patrimônio da pecuária nacional [Projeto Raças]

Limousin: beleza aliada a adaptabilidade, precocidade, ganho de peso e rendimento de carcaça [Projeto Raças]

Guzerá: rusticidade, adaptabilidade e habilidade materna [Projeto Raças]

Marchigiana: velocidade de ganho de peso e carne magra [Projeto Raças]

Senepol: animal 100% taurino, com boa adaptabilidade aos trópicos e portador de precocidade, qualidade de carne e de carcaça [Projeto Raças]

Composto Montana: oferece produção de Bos taurus, num ambiente onde o Bos indicus trabalha [Projeto Raças]

Simental: conheça as diversas linhagens de uma raça de dupla aptidão, precocidade produtiva e reprodutiva [Projeto Raças]

Hereford: produção de carne é sua aptidão principal, com carne saborosa, tenra e sem exagero de gordura [Projeto Raças]

Braford: produtores de carne, bem estruturados, precoces e de boa musculatura [Projeto Raças]

Brangus: combinação que produziu um animal capaz de se destacar nas diversas regiões do Brasil [Projeto Raças]

Wagyu: produz cortes de carne com extrema qualidade, sendo uma das mais valorizadas no mercado mundial [Projeto Raças]

Santa Gertrudis: raça que já está no país há cerca de 60 anos, sem modismo e com muito pé no chão [Projeto Raças]

Canchim: uma raça para produção de carne com o diferencial de ser adaptada às condições de clima, parasitas e pastagens do Brasil [Projeto Raças]

Bonsmara: o “britânico dos trópicos” pelas características zootécnicas [Projeto Raças]

Charolês: se destaca por sua estrutura óssea e musculatura e precocidade [Projeto Raças]

Tabapuã: conheça o “zebu brasileiro”, com musculatura, mansidão e habilidade materna [Projeto Raças]

Indubrasil: beleza racial, rusticidade e fácil manejo [Projeto Raças]

Pardo-Suíço: biotipo clássico para produção de carne – esqueleto forte e massa muscular desenvolvida [Projeto Raças]

Angus: produtiva a campo e carne com bons índices de marmoreio e capa de gordura espessa e uniforme [Projeto Raças]

Artigo elaborado por Gustavo Freitas, membro da Equipe Conteúdo BeefPoint, com base nas entrevistas feitas com os profissionais acima listados, que trabalham com o Composto Montana.

6 Comments

  1. Nathã Silva de Carvalho disse:

    Gabriela, me responde o seguinte…
    O Montana não pode ser considerado uma raça correto? pois não é reconhecido junto ao MAPA como raça e não possui registro genealógico e sim um certificado de controle com informações do animal e o CEIP concedido pelo MAPA aos animais superiores. Correto isto? Logo, se não é uma raça, o Montana não pode participar de exposições oficiais?

  2. Gabriela Giacomini disse:

    O Nathã, boa tarde.
    O Montana é um composto e, por não ter composição racial fixa, não pode ser considerado uma raça.
    O controle genealógico é realizado pelo Programa Montana, que é uma empresa privada. O “registro” do Montana é o CEIP, que informa pedigree, performance individual e avaliação genética, e garante aos animais os mesmos direitos de uma animal de associação.
    O Montana pode participar de exposições oficiais, como é feito em Pelotas.
    Estou à disposição. Um abraço.

  3. Nathã Silva de Carvalho disse:

    Gabriela, obrigado pelo retorno.
    Por que não é feito um trabalho de fomento do composto com animais expostos em exposições como Expointer e Feicorte?

  4. Gustavo Freitas disse:

    Olá!

    Em nome de toda a Equipe BeefPoint, agradeço a todos que aprovaram a iniciativa do Projeto Raças.

    Tentamos proporcionar um material de qualidade para os nossos leitores, com base em diversas opiniões de profissionais que trabalham com as respectivas raças.

    Publicamos 22 artigos e/ou raças no mês de outubro, isto é uma grande satisfação :-)

    Um abraço,

    Gustavo Freitas – Conteúdo BeefPoint.

  5. Gabriela Giacomini disse:

    Olá, Nathã,
    Para 2014 estamos alterando algumas estratégias de marketing e pretendemos participar da Feicorte.
    Como nosso sistema de criação dos animais é à pasto, havia um problema de termos animais suficientemente mansos para participar de exposições, mas vamos trabalhar nisso e levar animais rústicos, mas minimamente amansados para permanecerem dentro de currais na exposição.
    Um abraço

  6. Edilson Favarato disse:

    Olá, Gabriela .
    Estive com o Walace da Unicafé Agropecuaria ,ele me falou de vc.
    Adquirí 20 touros Montana e faço cruzamento com vacas Nelore a campo.
    Já temos produtos com 15 @s aos 18 meses sem nenhum tratamento com raçoes.
    Pretendo confinar os machos em Agosto. AS F1 estao sendo cruzadas com Montana e apos a primeira desmama pretendo confina-las em alto-grão bem como os machos e femeas F2.
    Aquí no Esp. Santo não existe valor diferenciado para carne de qualidade mas,a vontade de produzir o melhor sempre nos atraiu.
    Gostaria de algumas dicas se possivel. Estamos à disposição.
    Abrç.,Edilson Favarato

plugins premium WordPress