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Como otimizar o custo por prenhez na IATF? Parte 3

Nos posts anteriores (Como otimizar o custo por prenhez na IATF? Parte 1 eParte 2, discutimos formas de se otimizar o custo por prenhez na IATF em vacas paridas. Entre as possíveis estratégias, citamos a redução no custo dos protocolos (por exemplo, através do uso de desmame temporário como substituto à eCG) e a melhoria nas taxas de prenhez à IATF (por exemplo, evitando perdas de gestação, através da vacinação contra doenças reprodutivas). No presente post focaremos nossa discussão em novilhas púberes e vacas solteiras. Essas categorias apresentam alta taxa de ciclicidade (presença de corpo lúteo), de forma que as concentrações circulantes do hormônio progesterona são naturalmente altas. Quando empregamos dispositivos liberadores de progesterona estamos fornecendo uma fonte adicional do hormônio nesses animais, e o excesso de progesterona circulante pode “atrapalhar” o desenvolvimento do folículo ovariano. Assim, corremos o risco de termos folículos pequenos, baixas taxas de ovulação e taxas de prenhez insatisfatórias – fenômeno muito relatado há alguns anos atrás por produtores que experimentaram a IATF em vacas solteiras e novilhas. Uma das ferramentas para amenizar esse efeito negativo do “excesso” de progesterona é o tratamento com gonadotrofina coriônica eqüina (eCG), pois a eCG tem a capacidade de estimular o desenvolvimento folicular final. Para se ter uma idéia do efeito da eCG, em um estudo com vacas Nelore solteiras, as taxas de prenhez à IATF foram 27,0% sem eCG e 45,5% com eCG (Peres et al., 2009 – Theriogenology). Há, portanto, um grande benefício pelo uso de eCG, mas como discutido anteriormente, esse hormônio representa uma alta parcela no custo dos protocolos. Nosso objetivo, portanto, é apresentar alternativas de menor custo e com resultados no mínimo semelhantes.

Como otimizar custos?

Assim como em vacas paridas, os protocolos de IATF mais utilizados em vacas solteiras e novilhas atualmente no Brasil empregam basicamente um dispositivo intravaginal liberador de progesterona (exemplo: CIDR®, Pfizer), um fármaco para sincronizar o desenvolvimento folicular (o mais utilizado atualmente é o benzoato de estradiol), um fármaco luteolítico (prostaglandina F2α; exemplo: Lutalyse®, Pfizer) e um indutor de ovulação (o mais utilizado atualmente é o cipionato de estradiol; exemplo: E.C.P.®, Pfizer). Uma das formas de trabalharmos o protocolo de forma a não dependermos do uso de eCG é reduzindo as concentrações circulantes de progesterona durante o protocolo para não afetarmos negativamente o desenvolvimento folicular. Isso pode ser conseguido pela antecipação na aplicação de prostaglandina F2α no protocolo. Como a prostaglandina F2α regride o corpo lúteo, a produção de progesterona pela matriz cessa-se, ficando apenas o dispositivo intravaginal como fonte do hormônio e o desenvolvimento folicular não é afetado. No mesmo estudo citado acima (Peres et al., 2009), a aplicação de Lutalyse dois dias antes da retirada do CIDR® resultou em melhores taxas de prenhez (47,7% com Lutalyse no 7º dia do protocolo e 27% com Lutalyse no 9º dia do protocolo). Além disso, as taxas de prenhez foram semelhantes entre o protocolo com Lutalyse no 7º dia do protocolo sem eCG (47,7%) e o protocolo com Lutalyse no 9º dia do protocolo com eCG (45,5%). Assim, podemos concluir que a antecipação na aplicação de prostaglandina F2α é uma alternativa ao uso de eCG em matrizes cíclicas, tendo a vantagem de representar menor custo, porém com maior manejo dos animais.

Uma outra forma de reduzir as concentrações circulantes de progesterona durante os protocolos de IATF é através do emprego de dispositivos previamente utilizados. O CIDR®, por exemplo, pode ser utilizado até 4 vezes (9 dias cada uso), e a quantidade de progesterona liberada pelo dispositivo se reduz a cada uso. Portanto, é preferível utilizar em novilhas e vacas solteiras dispositivos de 3º ou 4º usos, os quais freqüentemente têm resultado em melhores taxas de prenhez em relação a dispositivos novos. Uma excelente opção também é associar antecipação na aplicação de prostaglandina F2α e emprego de dispositivos previamente utilizados.

Protocolos indicados

Baseado nas particularidades das vacas solteiras e novilhas cíclicas discutidas acima, a Pfizer indica o seguinte protocolo para essas categorias (Figura 1):

Figura 1: Protocolo recomendado para vacas solteiras e novilhas cíclicas. Dia 0: inserir CIDR® e aplicar 2 mg de benzoato de estradiol (2 mL); Dia 7: aplicar 2,5 mL de Lutalyse®; Dia 9: retirar CIDR e aplicar 0,3 mL de E.C.P. ® (se estiver utilizando CIDR de 1º ou 2º usos, recomenda-se também aplicar 200 UI de eCG); Dia 11: inseminar.


*Se estiver utilizando CIDR® de 1º ou 2º usos, aplicar 200 UI de eCG no momento da retirada do dispositivo (9º dia do protocolo); para CIDR® de 3º ou 4º usos, não é necessário aplicar eCG.

Conclusões

Concluindo, temos hoje à nossa disposição diversas formas de melhorar a eficiência reprodutiva nos sistemas de cria, entre elas a IATF. Da mesma forma, há diversas formas de otimizar no custo da prenhez por IATF e cada propriedade deve buscar a(s) forma(s) que melhor se adequa (m) à sua realidade. Não é novidade que a otimização dos custos associada à maximização dos resultados implica em incremento nos lucros e foi justamente isso que tentamos transmitir nessa série de três posts, através de uma abordagem prática. Conte sempre com a Pfizer para reproduzir seus lucros!

*Visite também beefpoint.com.br/mypoint/clarifide para aprender sobre melhoramento genético.

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