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Como otimizar o custo por prenhez na IATF? Parte 2

Como discutido no post anterior Como otimizar o custo por prenhez na IATF? Parte 1, uma das formas de se otimizar o custo por prenhez na IATF é a utilização do desmame temporário, uma vez a adoção desta técnica gera economia de até R$ 7,50 por vaca sincronizada em relação ao uso de eCG, com resultados semelhantes.

A outra forma de otimizarmos o custo por prenhez é a melhoria nas taxas de prenhez à IATF. Para entendermos faremos uma conta bem simples. Suponhamos que uma propriedade sincronizou 100 vacas com um investimento de R$ 40,00 por vaca inseminada e 50% taxa de prenhez à IATF. Assim, realizou-se um investimento total de R$ 4.000,00 para produzir 50 prenhezes, resultando num custo de R$ 80,00 por prenhez (R$ 4.000,00 ÷ 50). Se essa mesma propriedade tivesse conseguido uma taxa de prenhez de 60% ao invés de 50%, seu investimento total continuaria sendo os mesmos R$ 4.000,00, mas o custo por prenhez cairia para R$ 66,67 (R4 4.000,00 ÷ 60). Assim, quanto melhor for a taxa de prenhez à IATF maior será o retorno por real investido.

Como melhorar os resultados da IATF?

Vacas com escore de condição corporal adequado, aplicações dos fármacos em dose e horário corretos, sêmen de qualidade e inseminador treinado são pré-requisitos para um bom resultado na IATF. Se todas essas variáveis estiverem adequadas ainda há algo a se fazer para melhorar nossa taxa de prenhez? A resposta é sim! Uma das alternativas é o tratamento com acetato de melengestrol (MGA Premix®, Pfizer) após a IATF. Este produto tem a praticidade da administração oral, permitindo tratar os animais através do fornecimento junto ao sal mineral ou ração com o mínimo de manejo. Em uma série de estudos comparativos realizados em diversas propriedades nos estados de Mato Grosso, Goiás e Pará, o fornecimento de 2,28 g de MGA Premix® por vaca entre o 13º e o 19º dias pós-IATF incrementaram entre 4,4 e 12,3 pontos percentuais na taxa de prenhez à IATF (Figura 1).

Uma outra forma de otimizar os resultados da IATF é através da redução nas perdas de gestação. Essa estratégia nos faz lembrar que a atividade de cria não se restringe apenas a “emprenhar” vacas; pelo contrário, a essa atividade é essencial que a vaca fique gestante, mantenha a gestação, tenham boas condições ao parto, re-concebam e desmamem um bezerro com elevado peso. Em um estudo realizado em diversas propriedades, as taxas de perdas de gestação entre o 30º e o 120º dias pós-inseminação em bovinos de corte variaram de 1,5% a 12,2% (Vasconcelos et al., 2010 – SBTE) e, em um levantamento realizado pela Pfizer com mais de 308.698 prenhezes em todo o Brasil, a taxa média de fundo de maternidade (vacas diagnosticadas prenhes ao final da estação de monta mas que não chegam a parir) foi 6,4%. Estima-se que cerca de 40 a 50% das causas de perdas de gestação estão relacionados a doenças infecciosas, como rinotraqueíte infecciosa bovino (IBR), diarréia viral bovina (BVD) e leptospirose. Em um estudo recente, observou-se que tanto vacas de corte como leiteiras vacinadas com CattleMaster® 4+L5 (vacina contra IBR, BVD, parainfluenza tipo 3, vírus sincicial respiratório bovino e leptospirose) apresentaram taxas de prenhez após a IATF superiores às das vacas não vacinadas (Figuras 2 e 3).

Assim, a prevenção de doenças reprodutivas através da vacinação é uma forma de proteger o nosso investimento, já que o uso da IATF permite aumentar a porcentagem de gestações por inseminação, mas não garante que o parto de fato ocorrerá – se a vaca ficar gestante na IATF mas perder a gestação posteriormente, todo o investimento e trabalho terão sido em vão.

Podemos também pensar em outras formas de aumentar a taxa de desfrute dos sistemas de cria como, por exemplo, melhorar a qualidade dos bezerros. A suplementação do tipo “creep feeding” resulta em maior peso à desmama – em média uma arroba a mais. Quando oferecida ração durante as 48 horas do desmame temporário, os bezerros têm uma aceitação muito grande e aprendem a consumir suplementos no cocho. Assim, o desmame temporário é uma ótima oportunidade para acostumar os bezerros ao sistema de “creep feeding” e o capital economizado pelo uso de desmame temporário pode ser investido para custear parte da ração – para cada R$ 1,00 investido em ração para “creep feeding” há um retorno de aproximadamente R$ 0,40. Além disso, pode haver um benefício indireto na reprodução, pois a tendência com o uso da suplementação para bezerros é que as matrizes percam menos escore de condição corporal.

Continuem nos acompanhando! Na terceira parte desta série iremos discutir algumas formas de otimizar os custos da IATF em fêmeas cíclicas (novilhas e vacas solteiras). Até lá continuaremos postando depoimentos sobre a experiência de técnicos em diferentes regiões do Brasil.

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