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Como otimizar o custo por prenhez na IATF? Parte 1

No presente artigo não nos ateremos em comparar os benefícios da IATF em relação à monta natural, os quais têm sido amplamente discutidos nos posts anteriores. Desta vez iremos à outra ponta da equação – os custos.

O crescimento na adoção da técnica de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) tem sido intenso nos últimos anos e tudo indica que essa tendência ainda se sustentará por um longo período. Os principais fatores que têm contribuído para o crescimento da IATF são (1) a elevação no valor da arroba do boi e do bezerro, (2) a redução no custo dos insumos e (3) as adequações nos protocolos que têm levado a melhorias nas taxas de prenhez. Os fatores (1) e (2) são decorrentes de “forças do mercado”, como oferta, demanda e concorrência, enquanto o fator (3) é resultado de anos de pesquisas, e todos eles juntos permitiram que o custo da prenhez por IATF seja hoje muito atraente.

Como otimizar custos?

Os protocolos de IATF mais utilizados em vacas paridas atualmente no Brasil empregam basicamente um dispositivo liberador de progesterona (exemplo: CIDR®, Pfizer), um fármaco para sincronizar o desenvolvimento folicular (o mais utilizado atualmente é o benzoato de estradiol), um fármaco luteolítico (prostaglandina F2α; exemplo: Lutalyse®, Pfizer) e um indutor de ovulação (o mais utilizado atualmente é o cipionato de estradiol; exemplo: E.C.P.®, Pfizer). Em vacas paridas, muito importante também associar ao protocolo uma forma de estimular o desenvolvimento folicular final, como a aplicação de gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) ou o desmame temporário por 48 horas, os quais incrementam em torno de dez pontos percentuais nas taxas de prenhez à IATF. Os preços desses insumos variam de acordo com cada região, mas em média a eCG representa de 40 a 50% do custo dos protocolos.

Em estudos prévios, eCG e desmame temporário por 48 horas resultaram em incremento semelhante na taxa de prenhez à IATF (Tabela 1), sendo que a eCG tem a conveniência de se tratar de uma única injeção enquanto o principal aspecto positivo do desmame temporário é o seu custo praticamente nulo.

Tabela 1. Taxas de prenhez em vacas Nelore pós-parto submetidas a diferentes tratamentos para estimular o desenvolvimento folicular final no protocolo de IATF (Fonte: Sá Filho et al., 2009 – Theriogenology).

Pelo fato de melhorar a taxa de prenhez de forma semelhante à eCG, podemos concluir que o uso de desmame temporário associado aos protocolos de IATF permite à propriedade reduzir os custos, ou ainda sincronizar um maior números de matrizes com o mesmo investimento. Com o investimento que a propriedade faria para sincronizar 100 vacas com eCG é possível sincronizar 176 vacas com desmame temporário ou, em outras palavras, com a utilização de desmame temporário é possível economizar entre R$ 6,50 e R$ 8,00 por vaca e ainda obter resultados semelhantes. Estaremos assim otimizando os custos por vacas sincronizada e, conseqüentemente, o nosso custo por prenhez à IATF.

Na segunda parte deste artigo, que será postada no dia 22/11/2010, discutiremos a outra forma de otimizar o custo por prenhez à IATF, que é a melhoria na taxa de prenhez. Aprenderemos como o capital economizado com o uso do desmame temporário pode ser utilizado em nosso favor, produzindo uma maior quantidade de gestações. Continuem nos acompanhando no MyPoint – nos próximos dias publicaremos depoimentos de alguns técnicos altamente qualificados do nosso meio sobre suas experiências com desmame temporário.

Até a próxima!

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