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Como nós acreditamos que a carne foi produzida pode influenciar em seu sabor, mostra estudo

Nossas crenças sobre como os animais foram criados podem influenciar nossa experiência de consumo de carne, de acordo com um novo estudo liderado por Lisa Feldman Barrett, da Universidade de Psicologia do Nordeste dos Estados Unidos.

Para os estudos, os pesquisadores colocaram lado a lado amostras de carne com diferentes descrições e, então, reportaram as experiências de consumo dos participantes. Eles descobriram que as amostras de carnes com descrições de animais criados em fazendas convencionais tiveram aparência, cheiro e sabor menos agradáveis aos participantes do estudo do que as amostras de carne com descrições de animais criados em fazendas com tratamento humanitário. As crenças dos participantes também influenciaram em sua percepção de sabor da carne e na quantidade de carne que consumiram, sugerindo que essas podem realmente influenciar no comportamento de consumo.

As descobertas, publicadas no jornal científico, PLos ONE, se alinham com várias evidências de pesquisa que mostram que nossas crenças podem influenciar na forma como avaliamos os alimentos. “Mostramos que a forma como nos sentimos pode influenciar diretamente não somente na forma como interpretamos o que vemos, mas também, literalmente no que vemos”, disse Barrett. “Chamamos isso de ‘realismo afetivo’ – a tendência de seus sentimentos influenciarem o verdadeiro teor de sua experiência perceptual”.

As descobertas, disse ela, sugerem que todos que estiverem interessados em criar coisas, de um chef a um cinegrafista, “devem considerar como as crenças influenciam a experiência do usuário”.

Para testar sua hipótese, os pesquisadores fizeram três experimentos diferentes. No primeiro, os participantes do estudo foram solicitados a consumir duas amostras idênticas de jerky de carne bovina orgânica, cada uma com um rótulo diferente descrevendo um tipo diferente de criação dos animais. O rótulo de ‘fazenda humana’ descrevia uma fazenda em que os animais viviam livremente, no pasto. O rótulo ‘fazenda comercial’ descrevia uma fazenda onde os animais ficavam confinados.

Os pesquisadores descobriram que os participantes do estudo classificaram as amostras rotuladas como de fazendas convencionais como as menos agradáveis ao consumo, incluindo categorias como odor, aparência, sabor e apreciação geral.

Os participantes estavam dispostos a pagar 22% menos por uma embalagem de jerky de ‘produção comercial’ comparado com o jerky ‘produzido humanamente’ e consumir 8% menos, mostrando, conforme escreveram os pesquisadores, que “o comportamento implícito de consumo também é influenciado pelas crenças”.

“Levantamos a hipótese de que rotular algo como sendo produzido de forma humana melhoraria seu sabor, aparência e outras características, mas o que descobrimos foi que rotular explicitamente algo como comercialmente produzido prejudica as qualidades perceptuais dos alimentos”.

Outro experimento foi similar ao primeiro, com poucas diferenças. Dessa vez, cada participante tinha quatro amostras de carne bovina assada, cada uma com uma descrição nova. Para testar se o rótulo de ‘produção comercial’ reduziria o prazer ao consumo e se o rótulo de ‘fazenda humana’ aumentaria, eles adicionaram uma descrição controle que não mencionava como os animais eram criados.

Eles também revisaram as descrições originais de ‘fazenda humana’ e ‘fazenda comercial’ para focar em suas diferenças com relação ao bem-estar animal e adicionaram o rótulo ‘fazenda comercial+’, que destacava as vantagens da produção convencional para testar se isso compensaria os efeitos percebidos sobre o sofrimento dos animais.

Os resultados mostraram que posicionar fazendas convencionais em uma ótica positiva não aumentou o apreço dos participantes pela amostra, à medida que a carne com o rótulo ‘fazenda comercial +’ não foi mais apreciada do que a carne descrita como ‘fazenda comercial’.

Outra grande descoberta – a carne com descrição ‘fazenda humana’ e a carne controle foram apreciadas igualmente – sugeriu que a descrição ‘fazenda humana’ não aumentava o apreço, mas sim, que a descrição ‘fazenda comercial’ reduzia o prazer ao consumo.

Fonte: MeatingPlace.com traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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