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Como manipular os hormônios num programa de TE

Por Leandro F. Gofert1

A transferência de embriões é uma tecnologia reprodutiva onde, através de um programa de tratamento hormonal, induzimos a formação e ovulação de muitos oócitos. Após a inseminação, transformando-se em embriões, são retirados do útero da doadora e levados aos úteros das receptoras, que emprestam seus aparelhos reprodutores para gerarem bezerros de genéticas superiores.


Existem vários fatores que interferem na eficácia desse processo, hoje temos como objetivo, fornecer dicas sobre a manipulação correta dos hormônios, evitando que o desconhecimento de cuidados simples levem ao insucesso da TE.

1) Armazenamento dos hormônios:
– Hormônios de origem protéica como FSH, LH, eCG, hCG, devem ser armazenados sob refrigeração, em temperatura variando entre 4 a 10oC positivos.
– Hormônios como prostaglandinas e análogos de GnRH não toleram temperaturas acima de 30oC, nem radiação solar incidente, podendo ser mantidos sob refrigeração (4 a 10oC positivos) ou em locais frescos, secos e ao abrigo do sol, desde que a temperatura jamais ultrapasse 30oC.
– Hormônios esteroidais como estrógenos ou progesteronas são muito resistentes à temperatura, não necessitando refrigeração, devendo ser mantidos em local fresco e seco, ao abrigo da luz solar.

2) Cuidados na diluição:
– Os hormônios protéicos (FSH/ LH/ eCG/ hCG/ etc.) devem ser diluídos em solução fisiológica estéril.
– Manipulados através de seringas e agulhas esterilizadas e novas.
– Mantidos sob refrigeração estrita após sua diluição.
– Levados em isopor com gelo reciclável para o curral.
– Após sua diluição, hormônios liofilizados mantém sua bioatividade por cerca de 5 a 7 dias no máximo, sendo inativados após esse tempo.
– Os demais hormônios citados acima, já vêm prontos para uso em sua grande maioria, e sua validade é aquela informada pelo fabricante (2 anos em média), desde que respeitadas as condições de armazenamento e manipulação.

3) Cuidados na manipulação e aplicação:
– Após sua diluição, devemos colocar as doses desejadas em seringas pequenas (3 a 5 ml) para melhor precisão de dose.
– Devemos sempre utilizar agulhas novas para retirar o hormônio do frasco, (a contaminação por bactérias ou fungos pode inativar o produto rapidamente).
– Devemos aplicar esses hormônios por via intramuscular profunda, com agulhas finas (30 x 8 ou 40 x 8), evitando que ocorra o refluxo do hormônio, como quando usamos agulhas grossas.
– Devemos retirar a seringa com a dose de hormônio do isopor com gelo, apenas após prender-se a doadora adequadamente, pois se ficarmos vários minutos segurando essa seringa na mão, nossa temperatura corporal aquecerá o hormônio, provocando sua inativação.
– Dispositivos de liberação de progesterona devem ser aplicados por via intravaginal, mediante higiene adequada da região perineal (se necessário, lavando a região com solução desinfetante não agressiva às mucosas, como a solução de Kilol 1:250).
– A utilização de um gel lubrificante no aplicador do dispositivo melhora a qualidade do serviço e provoca menos stress nas doadoras.
– Ao retirar o dispositivo, devemos lavá-lo em água corrente, retirando o muco e desinfetá-lo, de preferência com um produto não agressivo à mucosas (evita vaginites na reutilização), como o Kilol 1:250, por 5 a 10 minutos, secando o produto na sombra e embalando-o em saco plástico vedado até nova utilização.

Estes cuidados, apesar de parecerem simples, podem fazer a diferença entre o sucesso do programa de TE e, um grande fracasso, se não forem observados. Fica então o lembrete aos veterinários, pecuaristas e seus funcionários, e aos lojistas do setor.

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1Médico Veterinário, Tecnopec

3 Comments

  1. Carlos Antônio de Carvalho Fernandes disse:

    Parabéns Leandro!!!

    Ótima iniciativa

    Carlão – Biotran

  2. Juliano Arthur Alexander Vial disse:

    Parabéns Leandro pelas belas dicas.

    Eu somente gostaria de acrescentar, que é bom ensinar as pessoas que manipulam os hormônios na hora de administrar nas doadoras e/ou receptoras, que é conveniente deixar uma pequena bolha de ar na seringa, desta forma, fazendo que toda a droga seja injetada no músculo do animal, não sobrando, portanto, nenhum resquício do produto na seringa ou agulha.

    Juliano Franco de Souza
    Mestre em Reprodução Animal
    Pòs Graduado em Julgamento de Raças Zebuínas
    Araguaína/TO
    Parabéns novamente !

  3. Juliano Arthur Alexander Vial disse:

    Parabéns Leandro pelas belas dicas.

    Eu somente gostaria de acrescentar, que é bom ensinar as pessoas que manipulam os hormônios na hora de administrar nas doadoras e/ou receptoras, que é conveniente deixar uma pequena bolha de ar na seringa, desta forma, fazendo que toda a droga seja injetada no músculo do animal, não sobrando, portanto, nenhum resquício do produto na seringa ou agulha.

    Parabéns novamente !

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