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Como estamos cuidando da imagem da nossa carne?

Como está a imagem da nossa carne perante o consumidor? Podemos melhorá-la? E a qualidade? No final de outubro publicamos o artigo "Carne com odor e sabor de fígado? Qual é o problema?", onde o professor titular da FEA-Unicamp, Pedro Eduardo de Felício comentava que percebeu sabor e odor estranhos em alguns cortes de carne comprados por ele. Este tema é preocupante e deve receber nossa atenção, pois impacta diretamente na percepção do nosso produto pelo consumidor. Como podemos melhorar da carne bovina?

Como está a imagem da nossa carne perante o consumidor? Podemos melhorá-la? E a qualidade? No final de outubro publicamos o artigo “Carne com odor e sabor de fígado? Qual é o problema?“, onde o professor titular da FEA-Unicamp, Pedro Eduardo de Felício comentava que percebeu sabor e odor estranhos em alguns cortes de carne comprados por ele.

Este tema é preocupante e deve receber nossa atenção, pois impacta diretamente na percepção do nosso produto pelo consumidor. Um exemplo disso pode ser notado através de carta enviada ao BeefPoint pela leitora, Regina Andrade, de São Paulo/SP. Veja abaixo o relato completo:

“Desde o ano passado eu venho observando esse tipo de problema: carne com gosto e odor de fígado. É simplesmente horrível.

Eu cheguei a comentar com o dono do supermercado que eu frequentava e ele disse que era coisa do meu paladar. Ou seja, eu saio da minha casa, vou até lá prestigiar o supermercado dele e a culpa do sabor da carne é minha.

O que vai acontecer, é que eu vou consumir cada vez menos carne. Hoje eu preparei uma lasanha à bolonhesa e acho que a carne estragou minha lasanha. Eu só adiciono carne moída por causa de meu marido, por mim, eu dispensaria a carne. Eu já avisei: se ficou com gosto ou não, carne moída na lasanha, nunca mais.”

Neste domingo, o próprio professor Pedro Eduardo de Felício, voltou a postar no Twitter que teve novos problemas com a qualidade da carne bovina. “Fiz um churrasco hoje para umas 20 pessoas. Comprei picanhas de marcas ditas de 1ª linha, a vácuo, que tristeza. Carne de touro não dá… Sinceramente, acho que confinadores e alta gerência de frigoríficos não estão comendo da mesma carne que embalam e vendem para nós. Quem quiser voltar ao mercado de carne da UE deve pensar logo em fomentar a produção de machos castrados ou irá enfrentar duras críticas”.

Lendo estes relatos algumas perguntas surgem na minha cabeça. Gostaria de dividí-las e discutí-las com vocês:

• Por que estes problemas estão acontecendo?

• Estes problemas são recorrentes ou pontuais?

• Temos como resolvê-los?

• O setor tem a consciência de que isso está acontecendo?

• Essas falhas são responsabilidade do produtor ou do frigorífico?

• Será que indústria e pecuaristas juntos conseguiriam melhorar a qualidade do produto?

• Como está a imagem da carne perante o consumidor?

• Como podemos melhorar essa imagem?

Acho que a discussão destes pontos e muitos outros é extremamente importante para evitar comentários como o da Regina – que enfatizou “carne moída na lasanha, nunca mais” -, para garantir o aumento do consumo e também o desenvolvimento do setor.

André Camargo, Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Guilherme Zóia milteburg disse:

    Acredito que o produtor e a industria são os menores responsaveis por algum tipo de odor e sabor, temos que analisar toda a cadeia, uma vez que o produtor investe em tecnologia para um animal mais precoce e de melhor qualidade de carne, o frigorifco paga a mais por este animal, e aplicada todos os procedimentos exigidos pelo SIF para que esta carne chegue ao distribuidor com a melhor qualidade. AGORA SIM , estamos falando de alguem resposavel por grandes falhas na cadeia , onde supermercado desligam seus freezers durante a noite para economizar energia , ou armazenam as carnes em temperaturas inadequadas, mas ninguem consegue enxergar este ponto e vão logo culpando o Frigorifico pois é a sua imagem que esta na embalagem da carne , e o produtor que esta vendendo carne de ” TOURO”. Alguns supermercados compram grandes volumes para que fique mais barato mas muitas vezes não conseguem vender como imaginavam é ai que começa os grandes problemas de carne proxima a data de validade entre outros. Acredito que consumidores tem que ser exigentes sim , mas tambem tem que saber o que estão exigindo. É por este motivo que em grandes cidades existe cada vez mais BUTIQUE DE CARNE ou seja açogues chiques, pois este pessoal sabe os procedimentos corretos de armazenagem e venda deste produto. Uma dica para a Dona de casa quando comprar carne moida , sempre pessa para que moa uma peça fresca , numca compre aquela carna que ja esta na gondola , na maioria das vezes alguela carne é retalho e não da melhor qualidade.

  2. Ângela Marques B de Oliveira disse:

    O comentário do professor Pedro Eduardo de Felício me fez recordar o que o meu falecido esposo Ronan Borges de Oliveira (40 anos de experiência em frigorífico) comentava a respeito deste problema que apresenta na carne. Êle dizia: ” Que isto acontecia tanto
    com a carne de gado como com a de suíno, e que era chamado de mal do sexo. Provocado
    pelo não castramento do animal. E que não eram todas as pessoas que percebiam.” Vejo
    então que não é um problema do momento. Com tanta tecnologia.. Grt.

  3. Durval Martins da Silveira disse:

    Eu já participei deste debate alguns dias anteriores e volto a repetir,acredito que o problema eseja muito mais ligado a conservação,do que qq outra coisa.Quando se adiquire carne a vácuo com poucos dias de embalada(uma semana)o sabor é totalmente original,depois deste tempo as coisas vão mudando ao ponto de se tornar totalmente putrefata.
    Glilherme Zóia tocou em um ponto importante,conservação!……….Cadê a vigilância sanitária?……….As grandes redes de Súper Mercados poderão estar desligando as câmaras frias após o fechamento do espediente das lojas.

    Médico Veterinário.

  4. Dalton Gonçalves Maia disse:

    Sempre quando vou negociar carne com meus clientes a primeira coisa que querem saber e o preço! Nao adimitem que uma boa carcaça tem valor e de quanto custa p chegar ate o seu cliente,o frigorifico que represento cuida muito desta parte de transporte e armazenagem da carne e mesmo assim temos reclamaçoes mas vendo como esta o mercado, hoje, acredito que a concorrencia desleal e a falta de preparo de açougueiros com o manuseio da carne, esta prejudicando a venda de um produto com 100%qualidade o produtor tem que saber que esta lidando com alimento,o frigorifico,o vendedor e o comprador!Vamos dar mais valor para o Boi Nosso de cada dia! Abraço!

    Vendedor!

  5. Evándro d. Sàmtos. disse:

    O confinamento de boi no Brasil é recente,ainda poderemos ter que fazer vários ajustes nesta área.Um destes ajustes seria o de crivar com punições exemplares quem se utilizar de cama de frango e outros de alimentos de origem animal,pois esta é uma avenida aberta para a vaca louca.

    Os frigoríficos também precisam entender que não vale a pena deixar os cortes de carnes tão carregados,relativo à toalete,e também a classificação e tema constante em discussões sobre qualidade.

    A cadeia de frio é,sem sombra de duvidas,demasiadamente importante.Porém o problema de sabor alterado,sabor de fígado,a principio não é derivado de falta de frio.Este problema somente foi constatado em animais oriundos de confinamento.

    O confinamento no Brasil tende a crescer muito,visto que nossas terras estão tornando-se cada vez mais caras,outras produções agrícolas dão mais resultados aos fazendeiros.

    Infelizmente,observo cada vez mais,alguns frigoríficos dando pouca importância às ditas carnes de grife.Quase que,qualquer carcaça se presta para tal apresentação,e isso é uma inverdade,e uma burrice de quem opera desta forma,é um tiro no pé,mas teremos que suportar por algum tempo este tipo de pratica,que deriva de empresários e de pessoas da indústria e do comercial sem comprometimento,vendem o almoço para comer a janta.

    É simplesmente triste saber que um dono de supermercado,despreparado para tal,é claro!Dê a uma consumidora a atenção e resposta dada a senhora Regina Andrade.

    A imagem de nossas carnes bovinas junto aos consumidores,é simplesmente horrível.

    Formas de solução:

    1) Mudar a gestão atual,para gestão mista (governança corporativa e cooperativa),buscando inserir o pecuarista e o confinador no processo de fato,fazê-los saber,com absoluta certeza,que fazem parte do processo como um todo.A indústria apoiando os mesmo com assistência técnica.
    2) Iniciar trabalho de descommoditização aos cortes de carnes bovinas.Obedecendo,o início,o meio e fim do processo.
    3) Saber e respeitar o consumidor,motivo e motivação maior,que deveria ser observado por todos da cadeia,ou seja,que a produção obedeça a princípios éticos,de respeito ao próximo.

    Saudações,

    EVÁNDRO D. SÁMTOS.

  6. Carlos Magno Pereira disse:

    Enquanto a cadeia de produção de carne no Brasil não se conscientizar e preocupar com a QUALIDADE da carne produzida; fica esse “jogo” de procurar culpado…pior que quem paga a conta somos todos nós consumidores final.
    Não se preocupe Prof. Felício!! o Sr prova que não é bom somente nos ensinamentos!..mas no paladar também!!

    Sucessos!!!

  7. José Manuel de Mesquita disse:

    Pois é… Aconteceu também no filé… do Morais, na praça Júlio Mesquita.

    Na segunda feira 29/Nov jantei no Filé do Morais, decepção total, o gosto do filé estava como o descrito pelos comentários da matéria acima e a do Prof. Felício.

    Gosto forte de fígado ou algo bem parecido, saí decepcionado, não voltarei tão cedo.

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