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Como criar Angus com pelo branco e não preto ou vermelho

Pesquisadores da Climate Adaptive Genetics estão criando bovinos da raça Angus que terão pelos brancos ao invés de preto para melhorar a tolerância ao calor. A empresa tem 40 embriões prontos para serem colocados em vacas receptoras em abril. Todos eles foram editados para conter o gene do pelo branco do bovino Silver Galloway e o gene do pelo curto da raça Senepol.

A ideia de usar tecnologia genética para criar um bezerro Angus mais tolerante ao calor veio de Warren Gill, gerente da Climate Adaptive Genetics, quando participava de uma conferência onde métodos convencionais de cria estavam sendo discutidos. Gill também é diretor da Escola de Agronegócios e Agrociência da Middle Tennessee State University.

Voltando da conferência, Gill perguntou a seu colega, James West, professor associado de medicina da Vanderbilt University e diretor executivo da Climate Adaptive Genetics, se era possível acelerar o processo através da edição de genes.

O primeiro passo no processo da Climate Adaptive Genetics é coletar fibroblastos da pele da orelha do animal. As células da orelha crescem em uma placa de petri e os genes com os fibroblastos da cultura são editados. A clonagem produz bezerros vivos.

A empresa escolheu a Silver Galloway como fonte do gene de pelo branco, porque a raça também tem couro preto abaixo do pelo, o que ajudaria a reduzir queimaduras de sol. O gente de pelo curto do Senepol aumentará a tolerância ao calor.

O interesse no projeto veio de regiões mais quentes, como Brasil e norte da Austrália, onde a introdução da genética Angus pode ajudar a aumentar o valor da carcaça de bovinos predominantemente Brahman. Até agora, a absorção de calor do pelo preto e dos pelos mais longos têm evitado isso. Os Estados Unidos também poderão se beneficiar dessa melhora na tolerância ao calor.

Entretanto, o debate sobre organismos geneticamente modificados (OGM) poderia tornar o uso disseminado de edição de genes mais difícil. Gill disse que a maior parte da preocupação vem de uma minoria que “não sabe como vamos alimentar o mundo”.

Quando o projeto começou, um gene branco de galinhas Leghorn foi usado por ser dominante – o pelo branco em bovinos é tipicamente recessivo. Porém, isso aumenta a preocupação, por haver passagem de um gene de uma espécie a outra. “Queremos evitar isso”.

A manipulação genética reduz o tempo gasto para se obter determinada característica desejada, que poderia demorar 15 a 20 anos para ser alcançada no sistema convencional de cria. Além disso, alguns grupos de investimentos “verdes” tecnologicamente mais experientes demonstraram interesse no trabalho, porque entendem que esse método é uma alternativa ao desmatamento de florestas para expansão do rebanho.

“O Brasil precisa aumentar sua produção de carne bovina”, disse West. “Eles têm duas vias para fazer isso: produzir bovinos mais eficientes ou desmatar o resto da floresta. Se você quer produzir bovinos mais eficientes, essa é a forma de fazer”.

Fonte: www.agweb.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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