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Como a JBS pretende atrair consumidores mais jovens

Atualmente, sob a liderança de Wesley Batista, presidente mundial da JBS, e de André Nogueira, presidente da JBS USA, a JBS está planejando mudanças nos negócios, baseadas em produtos mais prontos e de olho nos consumidores mais jovens. Isso pode afetar a forma como os produtores de animais para abate trabalham em diversas partes do mundo. Inclusive, pode incentivar produtores brasileiros a buscarem formas diferentes de criação.

“Estamos nos estruturando para uma grande mudança da indústria”, diz Nogueira. Entre os principais agentes transformadores, está uma mudança geracional e a necessidade de acompanhar os hábitos de consumo da geração millenial, formada por pessoas na faixa etária entre 16 e 36 anos. Ela é a mais numerosa da história, com 82 milhões de consumidores apenas nos EUA, tem grande poder de compra e gostos alimentares bem diferentes da geração baby boomer, de pessoas nascidas no pós-guerra.

Isso fez aparecer, nos EUA, até quem compre carne pela internet, uma tendência que exige o fortalecimento de marcas de carnes, como as que a JBS têm desenvolvido, e uma garantia de qualidade. Se isso cria um desafio para grandes empresas produtoras de proteína, por outro lado, a nova geração está disposta a pagar bem mais por uma carne de qualidade e que chegue pronta para o consumo.

Uma característica dos millenials é o menor conhecimento sobre preparo de comida em relação aos seus pais. Para eles, a conveniência vem à frente de tudo. Também não consideram a proteína como o centro do prato, o que é o comum aos boomers. “Eles preferem a carne como um ingrediente”, diz Michael Swanson, diretor de produtos de valor agregado da linha de suínos da JBS USA. “Também são mais aventureiros em sabores.” Isso permitirá à JBS vender mais produtos preparados, como as carnes em bandejas com vegetais e temperos diferentes, itens de maior rentabilidade do que os tradicionais cortes bovinos. Para atender a essa demanda, a empresa adquiriu, nos últimos dois anos, duas fábricas nos EUA, uma na Califórnia e outra na Carolina do Norte.

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Parte dessa nova estratégia também está em buscar fornecedores de animais que são criados com cuidados diferentes. Há uma crescente demanda por carne de animais que se alimentam apenas de insumos naturais, sem hormônios, ou de bois que comem apenas pasto. “A carne sem hormônio e antibióticos produzida nos EUA pode ser um diferencial à JBS em relação ao aumento das preocupações com comidas mais saudáveis nos últimos anos”, defenderam os analistas Luciana Carvalho e Victor Penna, do BB Investimentos, em relatório de novembro do ano passado.

A mudança de demanda no varejo tem impacto em toda a cadeia. “O desafio está em como alinhar o suprimento”, diz Chris Jensen, chefe de vendas e marketing de carne bovina da JBS USA. O Brasil produz gado principalmente a pasto e os EUA, em regime de confinamento. O resultado é, nos EUA, uma carne mais gordurosa, que pode ser exportada para o mercado japonês. Já a carne brasileira é mais magra, o que atrai o gosto do Oriente Médio.

Mas o futuro pode pertencer aos produtores mais flexíveis. Nesse contexto, a Austrália, que joga nos dois mundos, está à frente. “Eles produzem carne gorda e magra, além de atenderem a regras sanitárias globais e contarem com relações comerciais que permitem à sua produção acessar qualquer mercado do mundo”, diz Nogueira, presidente da JBS USA.  Para o executivo, a tendência é que o pecuarista americano também flexibilize a produção, como manda o cliente.

Fonte: Dinheiro Rural, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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