Os grãos negociados na bolsa de Chicago fecharam em alta nesta quinta-feira, apoiados em números positivos de venda da safra 2021/22 dos Estados Unidos. A soja com entrega para novembro, contrato da oleaginosa mais negociado atualmente, avançou 1,23% (16,75 centavos de dólar), a US$ 13,7775 o bushel.
Embora o relatório semanal de exportações americanas, divulgado mais cedo pelo Departamento de Agricultura do país (USDA), tenha mostrado mais cancelamentos do que novas compras para a safra 2020/21 — que já foi bem negociada —, o documento também registrou uma forte demanda pelo grão do ciclo 2021/22, que começa em setembro. Para a nova temporada, o USDA reportou vendas de 312,8 mil toneladas na semana encerrada em 22 de julho.
Além disso, pouco depois do relatório, o USDA informou a venda de mais 132 mil toneladas de soja para exportação para “destinos desconhecidos” (o que o mercado interpreta ser a China), também na safra 2021/22. A possível volta dos chineses às compras oferece consistência à alta do grão, que já vinha de uma tendência de valorização em função das condições preocupantes da safra dos EUA.
Na mesma direção, o milho para dezembro, vencimento mais líquido hoje, subiu 1,37% (7,50 centavos de dólar), a US$ 5,5650 o bushel. Os fundamentos novamente ofereceram sustentação às cotações, uma vez que não saem do radar as preocupações com a qualidade da safra nos EUA. Os dados semanais de exportação garantiram fôlego extra ao movimento.
Nesta semana, analistas de mercado demonstravam receio com a diminuição da demanda por grãos, especialmente da China, mas o relatório do USDA amenizou um pouco essa percepção. As vendas de milho para a safra 2021/22, que também começa em setembro, somaram 529,3 mil toneladas, bem acima das 47,7 mil toneladas da semana encerrada em 15 de junho. Nas negociações da safra 2020/21, o saldo líquido foi negativo em 115,2 mil toneladas.
Por fim, o trigo segue em retomada após passar por forte realização de lucros nos últimos dias. Com dados positivos de compras do exterior e condições ruins na safra americana de primavera, o cereal retornou ao patamar de US$ 7 o bushel no contrato mais negociado. O vencimento para setembro subiu 2,4% (16,50 centavos de dólar), a US$ 7,0525 o bushel
O USDA reportou vendas líquidas para o exterior de 515 mil toneladas de trigo na semana encerrada em 22 de julho, alta de 9% na comparação com a semana anterior e 46% acima da média das quatro semanas anteriores. Além das exportações semanais, as condições climáticas adversas continuam prejudicando as safras ao redor do mundo.
Fonte: Valor Econômico.