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Commodities: USDA publica relatório ‘morno’ e grãos sobem em Chicago

Os grãos negociados na bolsa de Chicago fecharam a sessão em alta, apesar de as novas projeções do Departamento de Agricultura dos Estados (USDA) para a oferta e demanda globais terem sido consideradas “mornas” pelo mercado. O relatório com as estimativas para a safra 2021/22 foi publicado nesta segunda-feira. 

No caso de soja e milho, as previsões do USDA pouco mudaram em relação às estimativas de junho. “De um modo geral, o USDA veio dentro do que o mercado esperava para milho e soja. As alterações nos quadros dos EUA foram muito pequenas, limitadas a ajustes de demanda e à substituição da área plantada e colhida pelos dados trazidos no relatório de 30 de junho. Não houve alteração de produtividade. Tradicionalmente, o USDA só mexe na previsão de produtividade em agosto”, disse ao Valor Daniele Siqueira, analista de mercado da AgRural. 

Os contratos futuros da soja para novembro, atualmente os mais negociados, avançaram 1,58% (21 centavos de dólar), a US$ 13,5025 o bushel. Os papéis de segunda posição de entrega, para agosto, subiram 1,81% (25 centavos de dólar), a US$ 14,0425 o bushel.

Para a safra americana, o USDA manteve suas estimativas de produção (119,88 milhões de toneladas), consumo interno (63,81 milhões de toneladas), exportações (56,47 milhões de toneladas) e estoques finais (4,22 milhões de toneladas). 

“Na soja, o que mais chamou a atenção foi a redução da exportação brasileira em 2020/21, que passou de 86 milhões para 83 milhões de toneladas (e ficou em 92 milhões de toneladas na temporada anterior), devido à expectativa de redução das importações da China [a estimativa caiu de 100 para 98 milhões de toneladas em 2020/21]”, acrescenta a analista. 

O USDA também reduziu a projeção para as importações da China em 2021/22 — a previsão, que era de 103 milhões de toneladas, passou a 102 milhões. Porém, como o corte não afetou a projeção das exportações americanas, isso acabou dando suporte aos preços, completa a analista. 

Depois de cinco baixas seguidas, o milho voltou a subir em Chicago. Os futuros do cereal para dezembro, de maior liquidez no momento, avançaram 3,09% (16 centavos de dólar), a US$ 5,330 o bushel. No papel de segunda posição, com vencimento em setembro, a alta foi de 2,97% (15,75 centavos de dólar), a US$ 5,4525 o bushel.

De acordo com a nova projeção do USDA, os produtores americanos colherão 385,21 milhões de toneladas de milho nesta temporada, 4,45 milhões de toneladas a mais do que o estimado em junho. Com o aumento da oferta, o USDA estimou que o país exportará 63,5 milhões de toneladas de milho, um aumento de 1,3 milhão de toneladas em relação à previsão anterior. Ainda assim, o volume é 9 milhões de toneladas inferior ao da safra passada. 

Mesmo com um acréscimo de 1 milhão de toneladas na estimativa para o consumo doméstico, a nova previsão do USDA aponta para estoques de passagem quase 2 milhões de toneladas maiores que os projetados em junho, alcançando 36,37 milhões de toneladas. 

“O que está chamando minha atenção é que o mercado ainda está em alta com números que poderiam ser considerados de baixa”, disse o analista Phil Flynn, do Price Futures Group à Dow Jones Newswires. “Isso é provavelmente um sinal de que o mercado não acredita realmente ou que já precificou toda a baixa e está ansioso para o lado da demanda da equação, que ainda será muito sólida”, concluiu. 

Segundo o analista João Pedro Lopes, da StoneX, nesta segunda, houve também um movimento de recuperação das cotações, que tiveram forte desvalorização na última semana. 

Os preços do trigo voltaram a subir em Chicago após seis declínios seguidos. O contrato para setembro, o mais negociado atualmente, subiu 4,19% (25,75 centavos de dólar), a US$ 6,4075 o bushel. 

Com o tempo seco nas Grandes Planícies, principalmente do Norte, o USDA reduziu sua estimativa de produtividade média das lavouras de trigo. Com isso, a previsão de colheita do cereal no país, que era de 51,66 milhões em 2021/22, passou a ser de 47,62 milhões de toneladas.

No relatório, o USDA também cortou suas estimativas para o uso doméstico e para as exportações de trigo, para 4,63 milhões e 23,81 milhões de toneladas respectivamente. Os estoque finais no país foram reduzidos em quase 3 milhões de toneladas, para 18,09 milhões de toneladas. 

A partir de agora, o mercado volta novamente suas atenções ao clima americano e seus efeitos sobre a produtividade das lavouras, dado que aparecerá apenas no relatório que o USDA publicará em agosto. 

Fonte: Valor Econômico.

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