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Commodities: Trigo dispara em Chicago e lidera altas dos grãos

Nesta segunda-feira, o preço do trigo subiu 6% na Bolsa de Chicago, puxado pela decisão da Índia de suspender suas exportações do cereal. Com a alta, o contrato para julho chegou a US$ 12,475 por bushel e o papel para janeiro de 2023 encerrou o dia a US$ 12,51 por bushel.

Os indianos, que anunciaram o veto aos embarques no último sábado, têm exportado mais trigo desde que a guerra entre Rússia e Ucrânia começou. Antes, as duas nações do Leste Europeu respondiam, juntas, por mais de 25% dos embarques do cereal no mundo.

“Mas a proibição da Índia parece não ser abrangente”, observou o analista Tobin Gorey, do ANZ, em nota. “O Egito disse que ainda receberá 500 mil toneladas que já negociou com a Índia. E os indianos disseram que continuarão a ofertar grãos para as nações mais pobres”.

Nesta semana, os investidores estarão atentos também ao relatório do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) sobre a situação do mercado de trigo. Além disso, as planícies do Sul dos Estados Unidos, onde ficam as lavouras de inverno do cereal no país, continuam bem secas — o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu avisos de incêndio. A umidade relativa cairá até 5% em algumas áreas e 10% em outras. “Qualquer incêndio poderá se espalhar rapidamente”, disse o serviço.

Com o mau tempo prejudicando as lavouras, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu em 10% sua previsão para a atual safra americana de trigo. Agora, o órgão estima colheita de 44,8 milhões de toneladas.

Milho

Nas negociações do milho, o contrato de maior liquidez em Chicago, que vence em julho, avançou 3,6%, para US$ 8,095 por bushel. O papel para janeiro de 2023, por sua vez, subiu 2,7% (20,5 centavos de dólar), a US$ 7,78 por bushel.

Jack Scoville, analista do Price Futures Group, diz que o atraso no plantio americano é o principal elemento de sustentação dos preços. “O mercado começou a se preocupar com a perda de produtividade. Muitos pensam que o potencial máximo de rendimento da safra de milho ficou para trás devido ao atraso”, afirma, em relatório.

Mas, segundo relatório da AgriVisor, alguns agentes do mercado de milho acreditam que o cereal pode se desenvolver bem se as condições climáticas no restante do ano forem mais normais. “Uma coisa com a qual o mercado concorda é que quanto mais tarde o plantio de milho ocorrer, maior será a possibilidade de perda de produtividade”, pontua o analista Karl Setzer.

O USDA projeta safra de 367,3 milhões de toneladas em 2022/23, ou 16,6 milhões de toneladas a menos do que na temporada anterior, quando os americanos colheram 383,9 milhões de toneladas.

A valorização do milho também foi puxada pela forte alta do trigo — os produtos têm correlação porque ambos são usados na composição de rações para animais — e pelo encarecimento do petróleo, que aumenta a competitividade do etanol de milho americano. O barril do Brent para julho subiu 2,4%, a US$ 114,24.

Soja

Os lotes da soja que vencem em julho avançaram 0,6%, a US$ 16,565 por bushel, e o papel para agosto subiu 0,7%, a US$ 16,0725 por bushel. A oleaginosa acompanhou a alta dos outros grãos negociados em Chicago — soja e milho disputam área de cultivo nos EUA —, mas a valorização foi limitada pela queda do óleo de soja, principal suporte aos preços do grão nas sessões anteriores. Os lotes do derivado para julho recuaram 0,95%, a 82,99 centavos de dólar por libra-peso.

Além disso, segundo a StoneX, o mercado acredita que, com a melhoria das condições meteorológicas, o plantio avançou de maneira expressiva. “Em algumas áreas, demorou um ou dois dias a mais do que o esperado para os solos secarem, mas houve um progresso significativo”, diz Arlan Suderman.

Ainda como elemento de suporte às cotações, na semana passada, o USDA reduziu para 85,24 milhões de toneladas sua estimativa para os estoques globais, que antes era de 89,58 milhões de toneladas. Analistas consultados pelo jornal “The Wall Street Journal” esperavam uma redução bem mais comedida, para 89 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Econômico.

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