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Commodities: Temor de recessão volta a pressionar milho em Chicago

Nesta terça-feira, o receio de que a economia global entre em recessão e as preocupações com a oferta voltaram a dominar as negociações dos grãos na bolsa de Chicago. O milho liderou as quedas na sessão. Os contratos do cereal para dezembro, os mais líquidos, caíram 2,54% (15,50 centavos de dólar), a US$ 5,9525 por bushel.

“Mesmo se a safra dos Estados Unidos for boa, os estoques de passagem ficarão apertados. Mas, se houver recessão, a demanda por commodities tende a cair”, disse ao Valor Ênio Fernandes, consultor da Terra Agronegócios.

O mercado também ajustou suas posições após a divulgação do relatório em que o Departamento de Agricultura americano (USDA) informou que as condições das lavouras praticamente não mudaram na última semana, explica Fernandes. Segundo o USDA, 64% das lavouras americanas continuavam em boas condições até o último domingo. As plantações em situação regular agora são 25% do total, um ponto percentual abaixo do número da semana anterior, e 11% estão em condições ruins, aumento de um ponto percentual.

“O mercado está nervoso sobre qual pode ser a queda de rendimento se esse clima [seco] persistir”, disse Tomm Pfitzenmaier, da Summit Commodity Brokerage, em nota à Dow Jones Newswires.

De acordo com Marcos Araújo, analista da Agrinvest, o cenário é crítico na região oeste do Cinturão de Milho (“Corn Belt”) dos EUA, onde as temperaturas têm passado de 35°C. As lavouras estão na fase de maturação, na qual mais precisam de umidade adequada. “Tudo depende de qual será o comportamento do clima até o fim de julho”, acrescentou, em entrevista ao Valor.

Soja

A soja também recuou na sessão. Os contratos para novembro, os de maior liquidez, caíram 1,59% (22 centavos de dólar), a US$ 13,5825 por bushel.

As restrições sanitárias na China continuam a afetar a demanda no país. As importações chinesas do grão caíram 5,4% no primeiro semestre, totalizando 46,3 milhões de toneladas.

“O mercado à vista nos EUA ainda está com pouca soja, mas os bloqueios chineses continuam. Como resultado, a China vem comprando menos do que o esperado”, disse Jack Scoville, do Price Futures Group, em nota à Dow Jones.

Nesta terça, a China registrou 700 novos casos de covid-19, maior número desde 22 de maio. Como resultado, o governo aumentou o número de cidades em lockdown, especialmente no sul, onde está a maior parte das pessoas contaminadas.

O clima seco nos EUA segue no radar do mercado. Ontem, o USDA disse que a condição das plantações de soja se deteriorou, ainda que de forma leve. Do total, até o último domingo, 61% estavam em boas condições, 29% em situação regular e 10% em condições ruins — na semana anterior, os percentuais eram 62%, 29% e 9%, respectivamente.

Trigo

O preço do trigo fechou em leve queda na bolsa de Chicago. Os contratos para setembro, que são os de maior liquidez, recuaram 0,06% (0,50 centavos de dólar), a US$ 8,1225 por bushel, e os de segunda posição, que vencem em dezembro, caíram 0,18% (1,50 centavos), para US$ 8,28 por bushel.

Desde o último fechamento, o mercado acompanha a licitação da Autoridade Geral de Fornecimento de Commodities (Gasc) do Egito para a importação de uma quantidade não-especificada do cereal. Os EUA chegaram a vencer a disputa, mas, na tarde de hoje, a Gasc cancelou a licitação, alegando aumento de preços. A proposta mais barata foi de US$ 395 por tonelada sem frete e de US$ 443 por tonelada com frete.

“O Egito ainda está buscando ofertas privadas, apesar do cancelamento da licitação, o que significa que as vendas de trigo dos EUA ainda podem estar em jogo”, disse Mike Castle, da StoneX, em nota à Dow Jones.

O mercado também aguarda uma definição sobre o encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente turco, Tayyip Erdogan, programado para hoje para tratar do acordo preliminar, firmado na última semana, que cria um corredor de exportação para os grãos ucranianos.

De acordo com a agência Reuters, Rússia, Turquia, Ucrânia e Organização das Nações Unidas (ONU) devem assinar o acordo até o fim desta semana que permitirá aos ucranianos retomar o escoamento de grãos pelo Mar Negro.

Fonte: Valor Econômico.

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