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Commodities: Soja e milho fecharam em alta em Chicago

O mercado internacional de grãos segue com as atenções voltadas para a divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), prevista para esta sexta-feira. A soja voltou a subir na bolsa de Chicago. Os contratos para julho, os de maior liquidez, fecharam o dia em alta de 1,67% (29 centavos de dólar), a US$ 17,69 o bushel, e os papéis de segunda posição, para agosto, avançaram 1,02% (17 centavos de dólar), a US$ 16,7975 por bushel.

Analistas ouvidos pelo jornal “The Wall Street Journal” apostam que o USDA passará a prever colheita de 126,23 milhões de toneladas (4,64 milhões de bushels) de soja nos EUA. Em maio, o órgão estimou produção de 120,7 milhões de toneladas.

“Os compradores estão se posicionando antes do relatório mensal”, disse Karl Setzer, da AgriVisor, em nota. Segundo ele, há particular interesse na avaliação do USDA sobre a Ucrânia e em quais mudanças o órgão fará nas estimativas para as exportações das safras antigas e nova do país.

Na China, a chegada de algumas cargas de soja atrasadas aumentou as importações do grão em maio, informou hoje a agência Reuters, que teve acesso a dados alfandegários do país. Os chineses importaram 9,67 milhões de toneladas do grão no mês passado, volume 20% maior que o de abril, quando as compras externas somaram 8,08 milhões de toneladas.

O país é o maior importador de soja do mundo. As compras chinesas do último mês foram pouco superiores às de maio do ano passado, quando somaram 9,61 milhões de toneladas.

Milho

Assim como na soja, os preços do milho refletiram o ajuste de posições antes do relatório do USDA. O contrato do cereal para julho, o mais negociado na bolsa de Chicago, subiu 1,11% (8,50 centavos de dólar), a US$ 7,73 por bushel, e o papel para setembro avançou 0,21% (1,50 centavo de dólar), a US$ 7,2925 por bushel.

Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, diz que há expectativa de que o USDA reduza sua estimativa de produção nos EUA, o que pode ter impactos sobre a oferta e os estoques globais.

“A projeção é de que a área plantada com milho pelos americanos seja de 36,2 milhões de hectares, 1,6 milhão de hectares menor que a do ano passado. A queda de área acontece porque a soja está mais atrativa. O preço da ureia subiu muito, e o insumo é muito utilizado na produção de milho”, explica Brandalizze.

Nesta semana, o plantio nos EUA entrou na reta final. Os trabalhos superaram o ritmo médio das últimas cinco safras em dois pontos percentuais, tendo alcançado 94% da área, estima o USDA. “Não há lugares com seca nem excesso de chuva”, afirma o analista.

No Brasil, a colheita da segunda safra de milho também está sendo finalizada. O maior risco no momento, diz Brandalizze, é a geada prevista para este fim de semana no Paraná. “Ela pode causar perdas, mas não serão pesadas. As demais regiões não têm grandes problemas”, afirma.

O mercado ainda está tentando contornar a ausência da oferta ucraniana, que cessou desde o começo da guerra com a Rússia. “A Ucrânia era uma importante exportadora, com 20 milhões de toneladas de milho embarcadas por ano”, afirma Brandalizze.

Trigo

As negociações para a abertura de um corredor de exportação na Ucrânia seguem ditando o ritmo dos preços do trigo em Chicago. Os contratos futuros do cereal para julho, os de maior liquidez, encerraram o pregão em queda de 0,33% (3,50 centavos de dólar), a US$ 10,7125 por bushel. Já os papéis de segunda posição, para setembro, recuaram 0,32% (3,50 centavos de dólar), a US$ 10,8475 por bushel.

Elcio Bento, analista da Safras & Mercado, diz que os futuros do trigo têm oscilado bastante, entre US$ 10 e US$ 12 por bushel, desde que a guerra na Ucrânia começou. “A Rússia pode permitir a abertura de um corredor de exportação na Ucrânia, o que criaria a possibilidade para embarques de 4 milhões de toneladas em um momento de oferta bastante apertada. É muito complicado dizer em quanto tempo isso será feito, mas, como se sabe, o mercado vive muito do boato”, comenta.

A melhora no clima em regiões produtoras dos Estados Unidos serve como fator adicional de pressão, segundo o analista. Por causa da estiagem, 40% das lavouras americanas de trigo de inverno estão em más condições, e a colheita de primavera segue atrasada. Na Europa, o tempo está mais favorável à produção de trigo, acrescenta ele.

A consultoria francesa Strategie Grains cortou hoje sua previsão para a colheita na União Europeia, alegando que o tempo está muito seco na França, maior produtor do bloco. A estimativa agora é de colheita de 124,4 milhões de toneladas em 2022/23, volume inferior às 130,5 milhões de toneladas de 2021/22.

Os estoques finais de trigo na temporada devem ficar em 11,3 milhões de toneladas, prevê a consultoria. A estimativa para a safra atual é de 13,1 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Econômico.

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