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Commodities: Soja acompanha valorização do óleo e sobe em Chicago

A valorização do óleo de soja ofereceu suporte às cotações do grão na bolsa de Chicago nesta quinta-feira. Os contratos de soja para julho, que são hoje os de maior liquidez, encerraram o pregão em alta de 2,31% (39 centavos de dólar), a US$ 17,2925 o bushel, e os papéis de segunda posição, para agosto, subiram 2,08% (33,75 centavos de dólar), a US$ 16,25 por bushel.

As preocupações do mercado com a oferta de óleo de palma na Ásia dominaram as negociações do óleo de soja, que subiu 4,2% em Chicago. Hoje, o Conselho de Óleo de Palma da Malásia cortou para 18,6 milhões de toneladas sua estimativa de produção para este ano, informou a agência Dow Jones Newswires. Em nota, a consultoria JF Apex Research lembrou que, mesmo com a redução, a estimativa ainda é superior às 18,1 milhões de toneladas produzidas em 2021.

A oferta de soja nos Estados Unidos segue no radar do mercado. De acordo com o analista Enio Fernandes, da Terra Agronegócios, com o ritmo de plantio de milho perto da média histórica, é possível que a área de soja nos EUA seja menor do que a que o Departamento de Agricultura americano (USDA) previu até agora. “A margem do milho é três vezes maior que a da soja”, lembra ele. Se a área de cultivo de soja de fato for menor que a que o órgão vem calculando, a produção da oleaginosa também pode ficar abaixo das estimativas recentes.

A semeadura da soja nos EUA também está dentro da média para esta época do ano. Até o último domingo, o plantio já havia ocorrido em 66% da área prevista, apenas 1 ponto percentual abaixo da média histórica, informou o USDA.

Trigo Os contratos futuros de trigo para julho, os de maior liquidez no momento, fecharam o dia em alta de 1,63% (17 centavos de dólar), a US$ 10,5825 por bushel. Já os papéis da segunda posição, para setembro, subiram 1,66% (17,50 centavos de dólar), a US$ 10,6975 por bushel.

O cereal voltou a se valorizar após o forte recuo da véspera – ontem, o contrato para julho caiu 4,25%. Mas, alta desta quintafeira à parte, o Zaner Group ressalta que as negociações com a Rússia para a criação do corredor de exportações ucranianas pelo Mar Negro ainda podem pressionar as cotações no curto prazo.

“O mercado passou por grandes ajustes técnicos recentemente porque faltam novas notícias para dar suporte aos preços. Em apenas dez pregões, o contrato para julho do trigo desvalorizou-se 19,7%”, disse o Zaner, em relatório.

Nos últimos dias, circularam comentários sobre avanços nas negociações para a liberação das exportações da Ucrânia. Porém, as autoridades ainda não confirmaram qualquer medida concreta.

Em virtude da guerra com a Rússia, a safra ucraniana de trigo será 41,8% menor que a do ano passado, somando 19,2 milhões de toneladas, de acordo com estimativa do Sindicato de Comerciantes de Grãos do país (UGA). Desse total, a Ucrânia poderá embarcar 10 milhões de toneladas, desde que a capacidade de tráfego nas fronteiras seja duas vezes maior do que a atual, afirmou a entidade.

Milho

Com o quadro de oferta ainda incerto na Ucrânia, as cotações do milho terminaram o dia sem direção única em Chicago. Os contratos do cereal com vencimento em julho recuaram 0,14% (1 centavo de dólar), a US$ 7,3025 por bushel, e o papel de segunda posição, para setembro, avançou 0,14% (1 centavo de dólar), a US$ 7,0475.

O mercado internacional aguarda uma definição sobre a abertura de um corredor que permita à Ucrânia voltar a exportar alimentos pelos portos do Mar Negro. Ontem, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou à Dow Jones Newswires que, por causa do bloqueio russo, há 85 navios ucranianos parados com grãos no porto de Odessa. Além disso, 25 milhões de toneladas de grãos estão armazenados em silos próximos à região.

A possibilidade de criação de uma rota segura para o escoamento da produção ucraniana fez o milho cair cerca de 3% no pregão de ontem e também no de terça-feira. Para Daniel Flynn, analista do Price Futures Group, os ajustes foram um pouco exagerados.

Segundo ele, a situação não se resolverá tão rapidamente porque o Mar Negro está cheio de minas, instaladas para evitar uma invasão russa também por via marítima. “A Rússia fez de tudo para acabar com a infraestrutura da Ucrânia, e os campos de plantio agora são zonas de batalha”, afirma ele.

Diplomatas disseram à Dow Jones que, caso as negociações entre Rússia, Ucrânia e Organizações das Nações Unidas (ONU) sejam bem-sucedidas, a Turquia removerá as minas e trabalhará para garantir que a marinha russa respeite a passagem segura de cargueiros ucranianos.

Nos EUA, o avanço do plantio de milho pressiona as cotações, afirma Enio Fernandes, da Terra Agronegócios. “Praticamente eliminaram o atraso, o que indica que o plantio acontecerá dentro da janela ideal. Então, a tendência é de mais produtividade”, afirma. Até o último domingo, 86% da área prevista havia sido semeada, quase igualando a média dos últimos cinco anos, de 87%, informou o USDA.

A produção americana de etanol — que consome boa parte do milho produzido no país — também segue firme. Na semana encerrada em 27 de maio, os EUA produziram 1,071 milhão de barris por dia, em média, volume 5,6% maior que o dos sete dias anteriores. Já os estoques do biocombustível no país caíram de 23,7 milhões para 22,96 milhões de barris.

Fonte: Valor Econômico.

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