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Commodities: Relatório do USDA contraria expectativas e milho cai mais de 1% em Chicago

As cotações do milho caíram nesta terça-feira na bolsa de Chicago, influenciadas por cortes aquém do esperado na previsão da produção do cereal feita pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em seu relatório sobre oferta e demanda. Os contratos do cereal para maio recuaram 1,38% (7,75 centavos de dólar), a US$ 5,5425 o bushel.

No relatório publicado hoje, o USDA ajustou para cima a expectativa de produção global do cereal, que agora é de 1,134 bilhão de toneladas; a projeção anterior era de 1,133 bilhão de toneladas. O único país para o qual o USDA alterou as estimativas de colheita foi a África do Sul. A previsão para a colheita passou de 16 milhões para 16,5 milhões de toneladas.

Além disso, contrariando os analistas, que esperavam recuos nas estimativas para o Brasil e Argentina, as projeções para a produção desses países foram mantidas em 109 milhões de toneladas e 47,5 milhões de toneladas, respectivamente. Entre os analistas, as previsões em de recuos para 47,2 milhões de toneladas na safra argentina e para 108,7 milhões de toneladas para a produção brasileira.

Em nota, o gerente de consultoria Agro do Itaú BBA, Guilherme Belotti, disse que embora o USDA tenha reduzido as estimativas de estoques de passagem a reboque do aumento das exportações, o número final foi inferior ao esperado pelo mercado. “Apesar de se esperar alguma redução das cotações do grão em resposta ao relatório, o cenário ainda é de um balanço de oferta e demanda apertado, o que deverá dar sustentação aos preços”, destacou.

Nas negociações do trigo, as cotações também caíram como reflexo dos dados do relatório de oferta e demanda. Os lotes futuros com entrega para março caíram 0,95% (6,25 centavos de dólar) e fecharam o pregão cotados a US$ 6,495 o bushel.

No levantamento, apesar de o USDA ter elevado em quase 1 milhão de toneladas sua estimativa para a produção mundial de trigo em 2020/21, o órgão reduziu em maior proporção as perspectivas de estoques globais no fim da temporada. O motivo é o aumento do consumo mundial.

A projeção para a colheita global agora é de 773,44 milhões de toneladas; em dezembro, ela era de 772,64 milhões de toneladas. A previsão de consumo, por sua vez, passou de 759,54 milhões para 769,32 milhões de toneladas.

Como resultado, os estoques finais da safra ficarão em 304,22 milhões de toneladas, segundo o USDA, quase 9 milhões a menos que o previsto no mês passado.

O USDA explicou que as mudanças no relatório devem-se a uma perspectiva de aumento de consumo na China. O país asiático deverá usar mais trigo para compor a ração dos animais porque o preço de outros grãos está muito elevado. O consumo previsto para a China só para ração é recorde, com 30 milhões de toneladas. A estimativa anterior era de 25 milhões.

No mercado de soja, a terça-feira foi de alta para as cotações. Os contratos da oleaginosa para maio subiram 0,92% (12,75 centavos de dólar) e fecharam a US$ 13,9875 o bushel.

Para o analista Evandro Oliveira, da StoneX, o relatório do USDA foi “neutro” para a soja. “O relatório trouxe dados inalterados para a safra americana. Enquanto isso, o corte para os estoques do país também ficou aquém do esperado”, disse ao Valor.

Para os estoques globais, o volume passou a ser calculado pelo USDA em 86,36 milhões de toneladas, quase 1 milhão a menos que o previsto em janeiro — e 12,1% menor que o de 2019/20.

Além disso, como a previsão do USDA para as exportações americanas subiu de 60,69 milhões para 61,24 milhões de toneladas (em 2019/20, ela foi de 45,78 milhões), o órgão reduziu a estimativa para os estoques finais americanos em 2020/21 de 3,8 milhões para 3,25 milhões de toneladas, 77,2% a menos que no ciclo passado. A colheita continuou a ser calculada em 112,55 milhões de toneladas, 16,4% mais que em 2019/20.

Para a produção brasileira, o USDA manteve a projeção em 133 milhões de toneladas, 5,6% mais que em 2019/20 — e nova máxima histórica — e também preservou a projeção para as exportações em 85 milhões de toneladas, 7,7% a menos que o recorde da temporada passada.

Fonte: Valor Econômico.

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