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Commodities: Milho volta a fechar em seu limite de alta em Chicago

Os preços do milho abriram a semana mantendo sua trajetória ascendente na bolsa de Chicago. Sob a confluência de problemas climáticos no Brasil e nos Estados Unidos, possível aumento de imposto sobre exportações na Argentina e demanda internacional firme, os contratos do grão para julho, os de maior liquidez no momento, encerraram o dia em seu limite de alta para uma só sessão, de 25 centavos de dólar, ou o equivalente a 3,95%. Os papéis terminaram a US$ 6,575 por bushel. 

“A previsão é de tempo seco no Brasil nas próximas duas semanas, o que diminui a expectativa de uma grande produção de inverno”, disse a AgResource, em nota. “O milho brasileiro entrará em sua fase reprodutiva a partir do próximo fim de semana, e continuará nela até o fim de maio, sob uma terrível seca repentina”. 

A umidade do solo está baixa e se tornando um problema cada vez maior no Brasil, afirma a empresa de análise meteorológica DTN, segundo a Dow Jones Newswires. “Espera-se que as regiões de cultivo permaneçam secas nos próximos dez dias”. 

Carlos Cogo, analista de mercado da Cogo Inteligência em Agronegócio, diz que as condições meteorológicas no Brasil e nos EUA deve continuar dando sustentação às cotações do milho no curto prazo. “Não está nem perto de dizer quando isso vai parar. Enquanto esses dois fatores — tempo seco nos EUA e problemas na segunda safra no Brasil — se mantiverem, os traders vão continuar puxando os preços para cima”, disse ao Valor. 

Outro fator que teve influência sobre os negócios foi a possibilidade de a Argentina aumentar suas taxas de exportação de grãos e carnes, informaram a agência Reuters e o jornal “La Nacion”. O país é o terceiro maior fornecedor mundial de milho e o maior exportador de farelo de soja. Atualmente, a Argentina já cobra um imposto de 33% sobre as exportações de soja, 31% sobre farelo e óleo de soja e de 12% sobre milho e trigo. 

A alta dos futuros de trigo também foi expressiva nesta segunda-feira. Os contratos para julho, os mais negociados atualmente, subiram 3,83% (27,25 centavos de dólar) na bolsa de Chicago, a US$ 7,395 por bushel. 

Nos EUA, o clima extremamente seco está ameaçando partes das planícies do sul, onde o trigo de inverno está crescendo, e as planícies do norte, área de cultivo do trigo da primavera. O último relatório do Monitor de Secas dos EUA mostra que o percentual de seca no Kansas, o maior produtor de trigo do país, está aumentando. Eram 26% na última sexta-feira com algum tipo de secura, acima dos 22% da semana anterior. Na Dakota do Norte, 76% do território do Estado está sofrendo com uma seca extrema nas áreas de trigo de primavera, que está dormente. 

“A demanda continua decepcionante, mas a produção não está muito melhor. Os preços do milho estão altos, então a demanda por trigo para ração pode aumentar”, disse o analista Jack Scoville, do Price Future, em relatório. 

Nas negociações da soja, o dia também foi de preços em elevação. Nesta segunda-feira, os lotes da oleaginosa que vencem em julho, os mais negociados no momento, subiram 1,53% (23,25 centavos de dólar), a US$ 15,3925 o bushel. 

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 22 de abril, o país embarcou 233,9 mil toneladas de soja ao exterior, volume 5,3% maior que o da semana anterior, quando as exportações foram de 222 mil toneladas. Neste ano-safra, os americanos já embarcaram 55,3 milhões de toneladas, ou 65,4% a mais que as 33,4 milhões de toneladas) do mesmo período do ciclo anterior. 

O USDA reportou ainda que os produtores americanos fecharam nesta segunda-feira contratos para a venda de 120 mil toneladas de soja para destinos não revelados. No mercado, entende-se que essas vendas são para a China. 

Fonte: Valor Econômico.

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