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Commodities: Milho fecha acima de US$ 7 em Chicago pela primeira vez desde 2013

Nesta quarta-feira, as cotações do milho voltaram a subir na bolsa de Chicago e fecharam acima de US$ 7 por bushel, o que não ocorria há mais de oito anos. Os futuros para julho, os mais negociados no momento, subiram 1,69% (11,75 centavos de dólar), a US$ 7,0850 o bushel, cotação próxima dos US$ 7,16 do dia 27 de março de 2013, segundo o Valor Data.

O “mercado de clima” continua alimentando a escalada de preços. Segundo a consultoria StoneX, a falta de chuvas na safrinha brasileira e nas lavouras dos Estados Unidos segue como ponto de atenção e realimentam a leitura dos investidores sobre o aperto na oferta global do grão.

Nesta semana, a StoneX cortou em 5 milhões de toneladas a previsão de colheita na segunda safra de milho no Brasil. “Esse patamar de preços (de US$ 7 o bushel) ainda deve apresentar bastante volatilidade (no curto prazo). O clima ainda vai permanecer no centro das atenções, e qualquer novidade pode impactar os preços”, disse ao Valor João Pedro Lopes, analista da StoneX.

Outro fator de sustentação dos preços foi o novo dado sobre produção de etanol nos EUA. Segundo a Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês), na semana encerrada em 30 de abril, a produção foi de 952 mil barris por dia, aumento de 0,74% (ou 7 mil barris) em relação à média diária da semana anterior. O milho é a principal matéria-prima para a fabricação do combustível nos EUA.

Também nesta quarta-feira, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que exportadores americanos notificaram a venda de 324,1 mil toneladas de milho. Do total, 184,1 mil toneladas foram vendidas ao México com entrega prevista para o ano comercial 2021/22. O restante, 147,32 mil toneladas, foi vendido a destinos desconhecidos, que o mercado tende a entender como a China.

A soja também avançou na bolsa de Chicago, com os lotes futuros para julho, os de maior liquidez no momento, subindo 0,26% (4 centavos de dólar), a US$ 15,4225 por bushel. Trata-se do maior valor desde 1º de novembro de 2012, segundo o Valor Data.

Segundo o analista Karl Setzer, da consultoria Agrivisor, o avanço na sessão refletiu a forte demanda por soja entre as processadoras americanas, que estão pagando bons prêmios pela oleaginosa.

Outro elemento no radar no mercado é o plantio da safra americana e seus desdobramentos sobre a oferta global. “Preços altos ainda podem ser esperados, especialmente porque os estoques de soja e milho dificilmente aumentarão nos EUA.

Embora o plantio esteja em andamento, a distribuição da área plantada no país ainda não é clara, o que resulta em altos níveis de incerteza”, disse o Commerzbank, em relatório.

O trigo também fechou o dia em alta em Chicago. Os contratos futuros para julho, os mais negociados no momento, subiram 2,44% (17,75 centavos de dólar), a US$ 7,445 o bushel.

A despeito da nova alta, o quadro de oferta e demanda não dá muito fôlego para uma sustentação dos preços do cereal, segundo o Commerzbank. Porém, com as seguidas altas do milho, o trigo – que pode ser substituto na produção de ração animal – segue se valorizando.

“Esperamos que os preços caiam apenas moderadamente quando a nova safra estiver disponível, especialmente porque a demanda por trigo para ração provavelmente será robusta (…) de modo que os estoques nos principais países produtores provavelmente só ficarão estagnados”, disse o banco, em relatório.

Fonte: Valor Econômico.

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