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Commodities: Milho desaba após rumores de cancelamento de compras chinesas

O milho desabou na bolsa de Chicago nesta terça-feira, encerrando o dia perto de seu limite máximo de variação para uma só sessão (de 40 centavos de dólar). O contrato para julho, o mais negociado no momento, recuou 5,63% (37 centavos de dólar), a US$ 6,2025 o bushel.

No vencimento seguinte, para setembro, a queda foi de 4,79% (27,25 centavos de dólar), a US$ 5,4125 o bushel. O valor do contrato de segunda posição retornou ao patamar visto no dia 6 de abril, quando fechou em US$ 5,41 por bushel, segundo o Valor Data.

O tombo das cotações ocorreu depois que rumores indicaram o cancelamento de compras feitas pelo chineses. “Há muito tempo sustentamos que a China precisará adiar algumas compras de safras antigas para o próximo ano devido a limitações físicas em seus portos até o fim de agosto”, disse Arlan Suderman, da StoneX, à Dow Jones Newswires.

O mercado também acompanha informações de que a China estaria cancelando as compras previamente anunciadas para conseguir melhores preços com as safras novas. “Esse movimento, se confirmado, também pode sinalizar uma desaceleração da demanda”, afirmou ao Valor Matheus Pereira, analista da consultoria Pátria Agronegócios.

Um comunicado emitido pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) da China também mexeu com o mercado. O país anunciou que fortalecerá ainda mais o monitoramento e as análises sobre os preços das commodities como soja, petróleo, óleo e gás e que intensificarã o controle sobre preços do minério de ferro, cobre e milho.

Nas negociações da soja, o dia também foi de cotações em baixa. O contrato para julho, atualmente o mais negociado, caiu 0,72% (11 centavos de dólar), a US$ 15,1175 o bushel. No vencimento seguinte, para agosto, a queda foi de 0,71% (10,5 centavos de dólar), a US$ 14,605 o bushel. Para o papel de segunda posição, esse é o menor valor desde 20 de abril, quando fechou em US$ 14,5775 o bushel.

Soja

Matheus Pereira, da Pátria Agronegócios, afirma que o bom andamento da safra americana levou muitos operadores a vender parte de suas posições compradas no mercado futuro de soja e de milho. “Sazonalmente, quando a safra tem um início saudável, esse período do ano é marcado por uma liquidação grande. Houve liquidação de muitas posições sobrecompradas, após um certo exagero de compras nos últimos 12 meses”, disse Pereira.

Ontem, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que o plantio da safra 2021/22 de soja no país avançou 14 pontos percentuais na semana encerrada no último domingo, chegando a 75% da área projetada. O índice supera com folga o registrado no ano passado (63%) e a média das últimas cinco safras (54%). Nas lavouras de milho, a semeadura já ocorreu em 90% da área estimada, acima da média dos últimos cinco anos, de 80%, e também dos 87% do mesmo período de 2020.

Ainda de acordo com Pereira, a tendência no mercado continuará indicando baixas até meados de junho. Nessa etapa da safra começa a germinação das lavouras, quando elas ficam mais sensíveis a qualquer evento climático.

As cotações do trigo recuaram nesta terça-feira pelo sétimo dia consecutivo. Os futuros do cereal para julho, hoje o vencimento de maior liquidez, caíram 0,87% (5,75 centavos de dólar), a US$ 6,565 o bushel.

Perspectivas de aumento da oferta global vêm derrubando os preços do trigo desde a semana passada, segundo o Commerzbank. Notícias de safra maior na União Europeia e Rússia, dois grandes fornecedores mundiais, pesam sobre os preços.

A trajetória descendente do milho nas últimas semanas é um elemento adicional de pressão. O milho vinha sendo um dos principais suportes aos preços do trigo no mercado de Chicago — um cereal pode substituir o outro na produção de ração animal.

Fonte: Valor Econômico.

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